Livro de Josué

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Livros de Neviim
Nevi'im Rishonim [נביאים ראשונים]:
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Nevi'im Aharonim [נביאים אחרונים]:
Yeshayahu [ישעיהו]
Yirmiyahu [ירמיהו]
Yehezq'el [יחזקאל]
Trei Asar [תרי עשר]
  1. Hoshea [הושע]
  2. Yo'el [יואל]
  3. Amos [עמוס]
  4. Ovadyah [עבדיה]
  5. Yonah [יונה]
  6. Mikhah [מיכה]
  7. Nakhum [נחום]
  8. Habaquq [חבקוק]
  9. Tsefania [צפניה]
  10. Haggai [חגי]
  11. Zekharia [זכריה]
  12. Malakhi [מלאכי]

O Livro de Josué ou Livro de Yehoshua (do hebraico Sefer Y'hoshua ספר יהושע) é o sexto livro do Tanakh e do Velho Testamento, vem depois do livro de Deuteronômio e antes do Livro dos Juízes.[1][2] Narra os acontecimentos posteriores a morte de Moshê (Moisés) e a subsequente invasão da terra de Kanaam (Canaã), sob a liderança de Yehoshua (Josué).

Autoria

Josué e os israelitas cruzando o Rio Jordão

A tradição judaica atribui a autoria do texto a Yehoshua (às vezes vertido como Josué) que teria sido o sucessor de Mosheh (Moisés) como dirigente do povo de Israel. Algumas opiniões apresentadas no Talmud apontam que o livro teria sido escrito por Yehoshua, exceto os últimos versos (24:29-33) que teriam sido adicionados pelo sacerdote Pinkhas (Finéias).

O texto apresenta algumas vezes o autor falando na primeira pessoa (o que confirmaria a autoria de Yehoshua), mas por outras vezes apresenta Yehoshua na terceira pessoa. Há também diversos eventos que ocorreram após a morte de Yehoshua, e que a tradição judaica atribui sua escrita a Eleazar ou Pinkhas, seu filho. Outros autores têm opiniões diferentes sobre o assunto.

Na tradição cristã, principalmente católica e protestante, esta autoria tem sido considerada duvidosa desde os tempos antigos.

Argumento do livro

Yehoshua ou Josué é designado por Mosheh (Moisés) com a missão de introduzir o povo de Israel na terra prometida. O livro narra como a terra de Kena'am (Canaã) foi conquistada (Jos. 1-12) e a posterior repartição da terra entre as tribos (13-21). Seguem alguns apêndices (22-24) que dão conta da Assembléia de Sikhem e das disposições finais de Yehoshua ao povo.

A conquista de Canaã

Conforme o relato do livro, após a morte de Moisés, Josué entra na terra de Canaã, atravessando milagrosamente o rio Jordão. Sob a orientação divina, os israelitas conquistam a fortificada e temida cidade de Jericó, cujas muralhas vieram a ser derrubadas enquanto o povo tocava as trombetas. A partir dessa vitória estratégica, ocorrem várias batalhas nas quais, quase sempre, os israelitas saíam vencedores. Outras cidades importantes como Ai também são tomadas e Josué vence a vários reis, demorando em torno de sete anos para ocupar parcialmente a terra prometida.

Não há evidências arqueológicas de que Josué lutou na Batalha de Jericó e de que houve o derrube de quaisquer muros.[3]

O livro relata acontecimentos situados no séc. XIII AC: a conquista (Js 1-12) e a partilha da Terra Prometida (Js 13-21), mas deve-se ressalvar que, embora, à primeira vista, o livro apresente a tomada global da Terra como feito de uma geração, a conquista foi, de fato, um processo longo e lento, ora pacífico, ora violento, que só terminou dois séculos mais tarde, com o rei David[4].

Significado religioso

O livro não se resume a uma crônica, pois contém uma interpretação dos fatos para mostrar o significado da conquista de Canaã, por meio da qual Deus realizou a promessa feita a Moisés (Ex 3,7-8).

Portanto, deve-se compreender a mensagem do livro além das longas e minuciosas listas de lugares, e dar atenção ao fato de que: o povo teve de conquistar a Terra que Deus lhe dera, ou seja, Deus concede o dom, mas não suprime a liberdade e a iniciativa do homem. Pelo contrário, exige que o homem busque e conquiste o dom de Deus[4].

Críticas

David Plotz, da revista Slate, visitou o Rio Jordão e comentou que a travessia do rio, retratado no Livro de Josué como um milagre monstruoso que requereu enorme esforço de Deus, parece estranha, pois é possível fazê-la sem grandes esforços.[3]

Ligações externas

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Referências

  1. Echegary, J. González et ali (2000). A Bíblia e seu contexto 2 ed. São Paulo: Edições Ave Maria. 1133 páginas. ISBN 978-85-276-0347-8  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  2. Pearlman, Myer (2006). Através da Bíblia. Livro por Livro 23 ed. São Paulo: Editora Vida. 439 páginas. ISBN 978-85-7367-134-6 
  3. a b «Walking in the Footsteps of Jesus» (em inglês). Slate. 18 de janeiro de 2008. Consultado em 14 de julho de 2011. When I ask him how he deals with the archaeological evidence that Joshua didn't fight the battle of Jericho, and there were no walls to come tumbling down, Leor says that most of his tourists don't care. [...] The Jordan is relatively impressive at this spot—a modest stream as opposed to its usual trickle. Even so, it makes the crossing of the Jordan, portrayed in the Book of Joshua as a jumbo miracle requiring major overtime from God, seem a little bit silly. I could hold back this Jordan with a few sandbags and a pair of hip waders. 
  4. a b Josué, acessado em 22 de julho de 2010


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