Luísa Clara de Portugal

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Luísa Clara de Portugal
Luísa Clara de Portugal
Nascimento 21 de agosto de 1702
Lisboa
Morte 31 de agosto de 1779
Cidadania Reino de Portugal
Progenitores
  • Bernardo de Tavora de Vasconcelos e Sousa
  • Maria Madalena de Portugal
Ocupação aristocrata, amante

Luísa Clara de Portugal (Lisboa, 21 de agosto de 1702 - 31 de agosto de 1779) foi uma fidalga portuguesa do século XVIII, famosa amante do rei D. João V.[1]

Era filha de Bernardo de Tavora de Vasconcelos e Sousa, filho segundogênito da casa dos condes de Castelo Melhor e governador da Torre do Outão, em Setúbal, com D. Maria Madalena de Portugal, administradora da Comenda de Fronteira, na Ordem de Aviz.[2]

Notável pela sua beleza, era conhecida como Flor da Murta.

Já era casada, desde 6 de janeiro de 1720, com D. Jorge Francisco de Menezes (Lisboa, 15 de outubro de 1690 - Oeiras, Quinta da Terrugem, 25 de setembro de 1736), e mãe de três filhos quando iniciou seu relacionamento amoroso com o rei. Teve com ele uma filha, Maria Rita Gertrudes de Portugal (Lisboa, 28 de maio de 1731 - 27 de novembro de 1808), que foi monja no Convento de Santos-o-Novo.[3]

Depois da sua relação com D. João V, teve um caso com o 1.º duque de Lafões, de que nasceu também uma filha, D. Ana de Bragança.[2]

Era proprietária, por via de seu marido, da Quinta da Terrugem, em Oeiras,[4] e da residência dos Menezes, senhores de Alconchel, senhores e morgados de Ponte de Sor[5][6] e alcaides de Sintra,[5] situada na atual Rua de São Bento, em Lisboa, que passou depois a ser conhecida como "Palácio da Flor da Murta".[7][8]

A história de sua ligação com D. João V inspirou dois romances de Rocha Martins: as novelas Dona Flor da Murta (1928) e Flor da Murta (1939).[9]

É também muito provável que ela seja o tema da canção Flor da Murta, composta no século XVIII, cuja autoria dos versos tem sido atribuída ao próprio rei D. João V,[10][11] com o seguinte texto:

Oh! flor da murta

Raminho de freixo

Deixar d'amar-te

É que t'eu não deixo.


Morrer sim

Mas deixar-te não

Oh! flor da murta

Amor do meu coração.


Oh! flor da murta

Do meu coração

Deixar d'amar-te

Ai não deixo, não.

Na sequência, a família dos Meneses, senhores e depois morgados de Ponte de Sor, passaria a ser conhecida como Meneses da Flor da Murta.[6]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «As amantes dos Reis: de D. Afonso IV a D. João V». Rua Direita. Ruadireita.com 
  2. a b Sequeira, Gustavo de Matos; Bourbon e Menezes (1933). Figuras Históricas de Portugal. Porto: Livraria Lello. pp. 119 – 120 
  3. «D. João V». Pesquisa Carlos Leite Ribeiro. Caestamosnos.org 
  4. Way2concept. «Oeiras Viva - Palácio Flor da Murta». oeirasviva.pt. Consultado em 25 de julho de 2022 
  5. a b Lázaro, Alice (1 de dezembro de 2015). «Azevedos da Ponte de Sor». Raízes & Memórias: 15. Consultado em 20 de outubro de 2022. Foi ... por linha feminina, que a herança dos Azevedos da Ponte de Sor acabou por entrar na linhagem dos Menezes, 
  6. a b Braamcamp Freire, Anselmo (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Primeiro. Capítulo VI (Meneses). Robarts - University of Toronto. Coimbra: Imprensa da Universidade. p. 113. Consultado em 23 de outubro de 2023. De D. Gonçalo Teles, conde de Neiva, provieram as casas ... dos senhores do Morgado de Ponte de Sôr, casa da Flor da Murta 
  7. «Visitar Lisboa, Locais de interesse - Palácio da Flor da Murta». Visitar. Consultado em 25 de julho de 2022 
  8. «Monumentos de Portugal, Palácio Flor da Murta». www.monumentos.gov.pt. Consultado em 25 de julho de 2022 
  9. «Ficha bibliográfica». Pedro Almeida Vieira. Pedroalmeidavieira.com 
  10. Luís Cilia. «Flor da Murta». Luiscilia.com 
  11. Lázaro, Alice (2012). Luísa Clara de Portugal - A Flor da Murta Biografia (1702-1779). Lisboa: Chiado Editora, coleção Compendium. p. 9. ISBN 9789896975173. Consultado em 23 de outubro de 2023. quadras, que perduraram ao longo dos anos, atribuídas ao rei