Luís Carlos Miele

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Luís Carlos Miele
Luís Carlos Miele
Miele em 2008
Nome completo Luís Carlos d'Ugo Miele
Nascimento 31 de maio de 1938
São Paulo, SP
Morte 14 de outubro de 2015 (77 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Irma Miele
Cônjuge Anita Bernstein
Ocupação produtor, ator, escritor, apresentador e diretor de espetáculos
Prêmios Lista

Luís Carlos d'Ugo Miele (São Paulo, 31 de maio de 1938Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2015) foi um produtor, ator, escritor, apresentador e diretor brasileiro de televisão, teatro, cinema e espetáculos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância[editar | editar código-fonte]

Filho da cantora e instrumentista Irma D'Ugo,[1] cujo nome artístico era Regina Macedo[2], aos 12 anos de idade começou a trabalhar como rádio-ator numa emissora de rádio em São Vicente, no programa Meu filho, meu orgulho de Mário Donato.[1] Mais tarde, protagonizou outros programas infantis na Rádio Tupi, ao lado de Régis Cardoso, Érlon Chaves e Walter Avancini. Aos 30 anos casou-se com Anita Bernstein, com quem viveu até a sua morte. Não tiveram filhos.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Iniciou a carreira profissional como locutor das rádios Excelsior, Tupi e Nacional. Em 1959 mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde conheceu o compositor Ronaldo Bôscoli, com quem formou a dupla Miele & Bôscoli, responsável pela direção e produção de diversos espetáculos, além de programas musicais em emissoras de televisão.[1] Em 1976, após a morte do humorista Manuel de Nóbrega, passou a apresentar A Praça da Alegria[1] na Rede Globo, saindo do ar em 1979. O programa contou com a participação de Ronald Golias.

Na televisão, atuou na direção e produção dos programas musicais Noite de Gala e Cara & Coroa (com Dori Caymmi e Sílvia Telles), na TV Rio.[1] Dois no Balanço (jazz e bossa nova), Se meu apartamento falasse (com Cyl Farney e Odete Lara), Rio Rei, Os 7 Pecados (com Fernando Barbosa Lima) e Musical em Bossa 9, na TV Excelsior, O Fino da Bossa, Show em Simonal e Elis Especial, na TV Record, Alô Dolly, Dick & Betty 17 (com Dick Farney e Betty Faria), Fantástico (direção musical), Elis Especial, Praça da Alegria, Sandra & Miele, Cem anos de espetáculo, Viva Marília e Batalha dos Astros, além de festivais de música, na Rede Globo, Um homem – uma mulher (com Tuca), Cassio Muniz Show (criação dos comerciais) e Programa Flávio Cavalcanti (musicais essenciais), na TV Tupi, Miele & Cia e Ele & Ela (com Leila Richers), na TV Manchete, Cocktail, no SBT, e Escolinha do Barulho, na TV Record.

Como produtor e diretor de espetáculos de artistas como Roberto Carlos; Elis Regina; Wilson Simonal; Sergio Mendes; Lennie Dale; Sarah Vaughan; Leny Andrade, Pery Ribeiro e Bossa 3 ("Gemini V"); Taiguara e Claudette Soares (Primeiro Tempo 5×0); Milton Nascimento, Marcos Valle, Joyce e Wanda Sá (Sucata, Rio de Janeiro); Alcione (Canecão, Rio de Janeiro); Agnaldo Timóteo; Joanna; Angela Maria e Lucinha Lins ("Spot Light"); Os Cariocas; Família Caymmi; Trio Irakitan e Rosana Tapajós (Beco das Garrafas, Rio de Janeiro); Regina Duarte (Regina Mon Amour, no Canecão); Sandra Bréa e Pedrinho Mattar ("Caso Water-Closed"), e Dzi Croquettes (Monsieur Pujol, Rio de Janeiro), além dos projetos "Chega de Saudade", "Vivendo a Rádio Nacional", "Vivendo Vinícius" e "Festival Internacional de Mágica". Como showman, participou dos espetáculos "Miele & Juarez Machado" (Sucata, Rio de Janeiro), "Concerto para Miele & Orquestra" (Hotel Maksoud Plaza, São Paulo), "Miele & Tuca" (Rui Barbossa e Sucata), "Miele no Palladium", com Rosemary, "Elis & Miele" (Teatro da Praia e Teatro Maria Della Costa).

Atuou, ainda, como diretor de projetos especiais no Metropolitan (RJ) e como mestre de cerimônias do Prêmio Molière. Gravou o compacto simples "Miele e Carolina", com a participação de Carol Saboya, registrando as canções "A menina e a TV" (Rolf Zuckowski, vers. Antonio Adolfo e Jésus Rocha) e "Cirrose" (Daltony Nóbrega e Ana Maria). Apresentou entre 23 de agosto de 1991 até 13 de agosto de 1992 no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) o programa Cocktail, com grande audiência. Em 1997 apresentou-se, com Roberto Menescal e Wanda Sá, no Mistura Fina (RJ), em espetáculo gravado ao vivo e lançado pelo selo Albatroz no CD "Uma mistura fina". Dois anos depois, assinou a direção do espetáculo "Vivendo Vinícius", com Carlos Lyra, Toquinho, Miúcha e Baden Powell, apresentado no Metropolitan (RJ). Ainda em 1999 passou a exercer a função de diretor de projetos especiais na Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá (RJ), onde produziu vários espetáculos, como "Um brasileiro chamado Jobim", com Roberto Menescal, Danilo Caymmi, Joyce, Cris Delanno e o conjunto Os Cariocas, "Minhas duas estrelas – Pery Ribeiro canta e conta – Dalva de Oliveira e Herivelto Martins", "Essa Bahia chamada Caymmi", com Nana Caymmi, Dori Caymmi e Danilo Caymmi", "Jazz para as onze", com o Quinteto Paulinho Trompete, e "Rio Jazz Orquestra", no qual atuou como crooner, entre outros.

Em 2004 fez espetáculos no Tom Brasil em São Paulo, mostrando pela primeira vez em público o "Hino do Fome Zero" (Roberto Menescal e Abel Silva), cujo DVD foi dirigido por ele, também publicou o livro "Poeira de estrelas" (Ediouro).[1] Ainda em 2004, foi responsável pela apresentação do espetáculo "Bossa Nova in Concert", realizado no Canecão no Rio de Janeiro, com a participação de Johnny Alf, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova. O show contou com uma banda de apoio formada por Durval Ferreira (violão), Adriano Giffoni (contrabaixo), Marcio Bahia (bateria), Fernando Merlino (teclados), Ricardo Pontes (sax e flauta) e Jessé Sadoc (trompete), concepção e direção artística de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, cenários de Ney Madeira e Lídia Kosovski, e projeções de Sílvio Braga. Apresentou-se, em 2005, no Bar do Tom, com o espetáculo "Bênção Bossa Nova", ao lado de Roberto Menescal e Wanda Sá. Nesse mesmo ano, lançou o DVD "Miele, um showman brasileiro – Um show de música & muito humor" (CID), com festa no Bar do Tom (Rio de Janeiro). Miele torce pelo São Paulo Futebol Clube.

Em 2005 interpretou o advogado Wexler no seriado Mandrake da HBO Brasil, baseado na obra de Rubem Fonseca.

Segundo o próprio, o melhor momento da carreira foi o musical "Elis". O pior momento da carreira foi o Programa Cocktail (exibido no SBT de agosto 1991 a agosto 1992).[3] Miele disse em uma entrevista em 2002: "Aquele programa não era muito a minha praia".

No fim de 2011 atuou no filme As Aventuras de Agamenon, o Repórter interpretando o sogro de Agamenon Mendes Pedreira.

Em 2012 atuou na minissérie O Brado Retumbante no papel de "Nicodemo Cabral, O Senador".

Em 2014 atuou na minissérie A Teia, no papel do ex-senador Walter Gama.

Em 2014, interpreta o magnata Jack Parker, na novela Geração Brasil.[4][5]

Em agosto de 2014, participa da Dança dos Famosos no programa Domingão do Faustão.

Em 2014 interpreta o vizinho garanhão Gustavo Pennaforte, no episódio "Ela É a Dona de Tudo" do sitcom Trair e Coçar É Só Começar, do canal Multishow.[6] Seu último trabalho foi na novela Geração Brasil, atuando como Jack Parker pai de Pamela Parker Marra.

Em 2015 fez uma participação como Carlos na novela Boogie Oogie.[7] Em 23 e 24 de maio de 2015 apresentou junto com João Marcello Bôscoli no Anhembi o show “Elis 70 Anos” em homenagem ao aniversário de sua amiga Elis Regina.[8] Também fez uma participação especial no programa Pânico Na Band, em que ele e Stepan participaram da despedida de solteiro de Eduardo Sterblitch, que casaria no dia seguinte. Sua última participação na TV foi na série Tomara que Caia no papel de Seu Euclides, um fazendeiro do interior cujo filho tenta esconder a homossexualidade no episódio "O Noivo que era Noiva" exibido no dia 06 de setembro de 2015.[9]

Morte[editar | editar código-fonte]

Miele morreu subitamente, em sua residência no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. O corpo foi velado na Câmara dos Vereadores e foi sepultado no Cemitério do Caju.[10]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Na Televisão
Ano Título Personagem Notas
1970 Faça Humor, Não Faça Guerra Vários Personagens
1973 Chico City
Satiricom
1976 Planeta dos Homens Vários Personagens [11]
1977-78 A Praça da Alegria Apresentandor
1981 Show do Mês Apresentador
1983 Batalha de Astros
1984 Viva o Gordo Vários Personagens
1985 Miele & Cia Apresentador
1991 Cocktail
1999 Escolinha do Barulho Professor Miele
2002 A Vida é um Show Apresentador
2005 Meu Cunhado Dr. Dráuzio Episódio: "Terapia de Grupo "
2005-12 Mandrake Leon Wexler 15 episódios
2006 Cidadão Brasileiro Otávio Gama
2008 Casos e Acasos Apresentador Episódio: "O Bombeiro, o Furto e a Foto"
2011 Tapas & Beijos Giuseppe Episódio: "O Carro"
2012 O Brado Retumbante Senador Nicodemo Cabral
2013 Tapas & Beijos Giuseppe Episódio: "Laços de Paternidade ou Amizade?"
2014 A Teia Walter Gama
Geração Brasil Jack Parker
Trair e Coçar é Só Começar Gustavo Pennaforte Episódio: "Ela É a Dona de Tudo"
2015 Boogie Oogie Carlos
As Canalhas Mr. Fragoso Episódio: "Arlete"
Tomara que Caia Seu Euclides Episódio: "O Noivo que Era Noiva"
No Cinema
Ano Título Personagem Notas
1971 O Capitão Bandeira contra o Dr. Moura Brasil Médico
1974 Um Homem e Sua Jaula Valdomiro
A Estrela Sobe Miele
1975 Cada Um Dá o Que Tem Basílio Segmento: "Uma Grande Vocação"
1976 Ninguém Segura Essas Mulheres Paquerador Segmento: "O Furo" [12]
1997 O Homem Nu Sem teto
2008 Casa da Mãe Joana Camões
2012 As Aventuras de Agamenon, o Repórter Sr. Melo Pinto
2014 Não Pare na Pista Mestre Tuca
2016 Uma Loucura de Mulher Senador Waldomiro Lançado postumamente

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Troféu APCA[editar | editar código-fonte]

Ano Categoria Indicação Resultado
1973 Melhor Produtor de TV Miele & Bôscoli Venceu

Referências

  1. a b c d e f g «Luiz Carlos Miele - Trajetória». Memória Globo. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  2. d’Ugo Miele, Luís Carlos (2004), Poeira de estrelas: histórias de boemia, humor e música, ISBN 978‐85‐00‐01508‐3 Verifique |isbn= (ajuda), RJ, BR: Ediouro, p. 68, …D. Irma d’Ugo Miele, a que me gerou, mãe do parto. A segunda é Regina Macedo, mãe do palco. Na verdade, elas são a mesma pessoa. …O pseudônimo identifica a cantora, atriz e produtora de televisão 
  3. Carla Neves (24 de agosto de 2012). «"Foi um mau passo da minha carreira", diz Luiz Carlos Miele sobre "Cocktail", programa do SBT». UOL. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  4. Gshow (8 de abril de 2014). «Miele debuta nas novelas como um magnata das comunicações». Extras - Geração Brasil. Consultado em 5 de abril de 2014 
  5. Gshow (5 de maio de 2014). «Jack Parker - Personagens - Geração Brasil». Personagens > Geração Brasil. Consultado em 30 de maio de 2014 
  6. «Ela É a Dona de Tudo - Trair e Coçar É Só Começar». Multishow 
  7. UOL RJ (8 de janeiro de 2015). «Luís Carlos Miele surge como ex-gerente de boate em "Boogie Oogie"». UOL Televisão. Consultado em 8 de janeiro de 2015 
  8. Bruno Astuto (20 de maio de 2015). «Filho de Elis Regina apresenta show histórico em homenagem à mãe». Época. Consultado em 14 de outubro de 2015 
  9. Patricia Kogut (4 de setembro de 2015). «Miele fará participação no 'Tomara que caia' deste domingo». O Globo. Consultado em 4 de setembro de 2015 
  10. «Luiz Carlos Miele morre no Rio». G1. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  11. «Ficha Técnica». Memória Globo. Consultado em 4 de fevereiro de 2021 
  12. «Ninguém Segura Essas Mulheres». Cinemateca Brasileira. Consultado em 4 de fevereiro de 2021 
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