Luiz Carlos Sá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Luiz Carlos Sá
Informação geral
Nome completo Luiz Carlos Pereira de Sá
Nascimento 15 de outubro de 1945 (78 anos)
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) MPB
Ocupação(ões) Cantor, compositor e violonista
Cônjuge Verlaine Veloso Sarmento de Sá (02/05/2002).
Instrumento(s) Violão

Luiz Carlos Pereira de Sá (Rio de Janeiro, 15 de outubro de 1945) é um cantor, compositor e violonista brasileiro,[1] que com o também compositor Guttemberg Guarabyra, forma a dupla musical Sá e Guarabyra.[2]

Formado em Direito pela Universidade Candido Mendes, começou a tocar violão e a compor aos 17 anos de idade. Teve sua primeira composição gravada em 1965, a canção "Baleiro", interpretada pela cantora Luhli.[1][3] Sá nasceu na Casa de Saúde São Sebastião, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Mas cresceu e passou a infância em Vila Isabel, onde aprendia sambas de Noel Rosa com os pais e a irmã. Na adolescência mudou-se para a Tijuca. Nos bailes do Tijuca Tenis Clube dava “canjas” nas músicas em inglês quando o cantor do conjunto do acordeonista Chiquinho , Venilton Santos- que não cantava inglês – o convocava para o palco. Acabou por formar com os amigos Elvert Brandão, Hélio Celso Suarez, Máriozinho Pires e Pedrinho “Poeta” um grupo que tocava nas festinhas do clube. Também na Tijuca fazia parte de um grupo de compositores e cantores que se reunia na casa de Luhli (mais tarde da dupla Luhli & Lucina). Foi Luhli quem gravou, em 1965, suas primeiras músicas. Seu amigo Máriozinho Pires o levou à Odeon e o apresentou ao produtor Milton Miranda. Daí surgiram seus primeiros sucessos de execução: “Giramundo” com Pery Ribeiro, “Baleiro” com Luhli e “Capoeira de Oxalá” com Rosa Maria Colyn.  Sá partiu então para uma breve carreira solo, gravando singles (então chamados de compactos) produzidos por Oscar Castro Neves na então RCA ( “Inaiá” e “Canto do Quilombo”) e sendo gravado por nomes como o MPB4 (“Siá Menina”) e Nara Leão(“Menina de Hiroshima”, em parceria com Chico de Assis). Com o advento do AI-5 em 68, quando trabalhava como Oficial de Chancelaria no Itamaraty, teve várias músicas censuradas e chegou a desistir da incipiente carreira de músico, dedicando-se ao curso de Direito na Faculdade Cândido Mendes. Deixou o Itamaraty pelo jornalismo, fazendo parte da equipe do legendário jornal-escola “O Sol” onde teve – e conviveu com - mestres do calibre de Reynaldo Jardim , Martha Alencar, Nelson Rodrigues, Ana Arruda Callado, Otto Maria Carpeaux  e muitos outros. Mais tarde, já trabalhando como programador da Rádio JB, foi chamado a integrar a equipe do “Correio da Manhã”, editando o suplemento de música “Plug”, que fez história na época com colaboradores como Torquato Neto e Wally Salomão. Datam também do final da década de 60 suas primeiras experiências com jingles de propaganda quando foi chamado por Nelsinho Motta para formar com Marcos e Paulo Sergio Valle a equipe de criação da produtora Aquarius. Seu batismo de fogo musical, no entanto, deu-se em 1966 com a montagem do espetáculo “Samba Pede Passagem” pelo grupo Opinião, sob a direção de Paulo Pontes e Armando Costa, onde ao lado de Aracy de Almeida, Baden Powell e MPB4 integrou um grupo de jovens “cantautores” chamado “Grupo Mensagem”, com Sidney Miller, Marco Antonio Menezes, Soninha Ferreira (hoje integrante do quarteto em Cy) e o futuro cineasta Paulo Thiago. A formação desse grupo foi de responsabilidade do letrista Nelson Lins de Barros, também responsável pela apresentação de Sá àquele que seria seu principal parceiro, Guttemberg Guarabyra. Sá e Guarabyra conheceram-se em 1966 mas só viriam a formar um trio, com o amigo Zé Rodrix, em 1972, por obra e graça do crítico de música do JB, Júlio Hungria e do produtor da então Odeon, Màriozinho Rocha, que assistindo aos ensaios do trio no apartamento onde Sá e Guarabyra moravam , em Ipanema, decretaram a morte provisória das respectivas carreiras solo diante da harmonia e entendimento dos três parceiros que tinham sido contratados pela Odeon para gravarem solo: “vocês são um trio!”, constataram eles, abismados. E assim foi: sucesso desde o primeiro disco, com “Hoje Ainda É Dia de Rock” e “Primeira Canção da Estrada” e emplacando no segundo disco mais dois poderosos hits com “O Pó da Estrada” e “Mestre Jonas”, Sá, Rodrix & Guarabyra dominaram as rádios e os shows de 72 a 74, quando Rodrix deixou o trio e partiu em vôo solo.  A essa altura, Sá estava em São Paulo, onde fundava, com Rogério Duprat, Guarabyra, Luiz Arruda Botelho e Vanderlei Rodrigues o estúdio Vice Versa, referência da época, onde gravaram, entre outros, Elis Regina e Raul Seixas. Premida pelos compromissos financeiros assumidos com a abertura do estúdio a dupla teve que dedicar-se aos jingles, acabando por mudar os rumos da música de propaganda com sucessos estrondosos como “Só Tem Amor Quem tem Amor Pra Dar” (Guarabyra) para a Pepsi Cola e “Vem Pra Caixa Você Também” (Sá) para a Caixa Econômica Federal. Mas a partir de 77, com o disco “Pirão de Peixe com Pimenta” voltaram a freqüentar as paradas com “Sobradinho” e “Espanhola”.  Em 1981 Sá compõe com Sérgio Magrão, baixista do grupo 14Bis, o clássico “Caçador de Mim”, sucesso na voz de Milton Nascimento e dos próprios grupos dos autores. Em 2001, com a volta de Zé Rodrix aos palcos, o trio Sá, Rodrix & Guarabyra volta em plano Rock'n"Rio III, assinando com a gravadora Som Livre e gravando dois álbuns: "Outra Vez na Estrada" (Som livre, 2002) e "Amanhã" (Roupa Nova Music, 2009). Com a morte precoce de Rodrix, em 2009, a dupla retoma as atividades em 2010, lançando "SongBook" (Kuarup,2016, em CD e livro), "O Encontro Marcado ao Vivo" (com Flavio Venturini e o 14Bis, 2017, em CD e DVD) e "Cinamomo" (Discobertas, 2019). Em 2020 Sá lança nas mídias de streaming as duas primeiras faixas do seu CD solo "Solo e Bem Acompanhado", "A Ilha" (part. Frejat) e Caçador de Mim (part, Roupa Nova). Em abril de 2023 lançou novo single de sua música Mato e Morro, que também vai fazer parte de seu cd "Solo e Bem Acompanhado". O show de lançamento do cd será no dia 19 de maio no Teatro Rival Refit, no Rio de Janeiro.

Nos seus 55 anos de carreira (em 2021) como cantor e compositor, Luiz Carlos Sá gravou, sozinho ou com seus parceiros, 18 discos, fora as inúmeras compilações sempre presentes no mercado, vendendo com a dupla e o trio mais de um milhão de cópias. Foi também gravado por artistas das mais diversas tendências e gerações como Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Pery Ribeiro, Erasmo Carlos, Simone, Elza Soares, Golden Boys, Nara Leão, Chitãozinho & Xororó, Evinha, Zizi Possi, Celso Blues Boy, Jorge Goulart, Gal Costa, Marina Lima, 14Bis, Flávio Venturini, Ivan Lins, Sergio Reis, Roupa Nova, MPB4, Quarteto em Cy, Biquíni Cavadão, Nora Ney e inúmeros outros, totalizando um repertório editado de quase 400 músicas. Sá mantém ainda uma coluna mensal na webrevista “Backstage”, especializada em áudio, a “Vida de Artista”, que breve vai ser transformada em livro.

Mora atualmente em Nova Lima, MG, com sua esposa e filho mais novo, Diogo. Luiz Carlos Sá é casado com a produtora Verlaine Veloso Sarmento de Sá e tem cinco filhos e quatro netos.

Referências

  1. a b «Luiz Carlos Sá». Cravo Albin da MPB. Consultado em 16 de junho de 2014 
  2. «Sá & Guarabyra». Cravo Albin da MPB. Consultado em 15 de junho de 2014 
  3. «Luiz Carlos Sá». Museu Clube da Esquina. Consultado em 16 de junho de 2014. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre um músico é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.