Lycopodiophyta

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaLycopodiophyta
Ocorrência: Silúrico (428 MA) - Actualidade
Lycopodiella cernua
Lycopodiella cernua
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Lycopodiophyta
Cronquist, Takht. & W.Zimm.[1] [P.D. Cantino & M.J. Donoghue][2]
Classes

Lycopodiophyta (algumas vezes chamada de Lycophyta) é uma divisão de plantas vasculares do Reino Plantae. É a mais antiga divisão de plantas vasculares que ainda existe. Ela inclui algumas das mais primitivas espécies existentes. Essas espécies se reproduzem pela dispersão de esporos e possuem alternância de gerações macroscópica, embora algumas sejam homósporas enquanto outras são heterósporas. Diferem-se de todas as outras plantas vasculares por possuírem micrófilos, folhas que têm um único veio vascular ao invés dos muitos que possuem os megáfilos mais complexos encontrado em samambaias e plantas com semente.

Existem três grupos principais na divisão Lycopodiophyta, algumas vezes separados no nível de ordem e algumas vezes em classe. Quando subdivididos em classes, têm-se:

  • Classe Lycopodiopsida - Possui aproximadamente 100 espécies; é de pequeno porte, terrestre e homosporada
  • Classe Selaginellopsida - É heterosporada; seu único gênero chama-se Selaginella, de apêndice pequeno em forma de escamas.
  • Classe Isoetopsida - São plantas que podem ser aquáticas, caule subterrâneao e suculento e são heterosporadas.

Os membros dessas divisões têm uma longa história evolucionária, e fósseis são abundantes em todo mundo, especialmente em depósitos de carvão mineral. De facto, o mais conhecido gênero está extinto. A espécie Baragwanathia longifolia, do período Siluriano, representa os Lycopodiophyta mais recentemente identificado.

Os Lycopodiophyta são uma das várias classes de plantas que se disseminaram na terra durante o período Siluriano e Devoniano. Como qualquer desbravador, elas encontraram novas oportunidades que exigiam novas soluções. Enquanto nos oceanos daquele tempo o oxigênio, a água e nutrientes se encontravam misturados em uma sopa, a terra tinha uma estrutura em camadas com água e minerais no solo e o oxigênio e a luz no ar. A insolação intensa é um grande risco de dano genético. Sem água, a dessecação profunda torna-se uma possibilidade, e mais estruturas são necessárias para resistir à gravidade.

Muitas das adaptações das Lycopodiophyta podem ser explicadas como respostas a essas condições. Elas continuaram o seu desenvolvimento e especializaram raízes para extrair nutrientes do solo e desenvolveram folhas para fotossíntese e troca de gás, usando o caule para transporte. Uma cutícula encerada ajuda a reter umidade, e estômatos permitem a respiração. O vulnerável gametófito meiótico é protegido da radiação pelo seu reduzido tamanho e pelo uso de micro-rizoma subterrâneo para sua fonte de energia no lugar da fotossíntese.

Durante o período Carbonífero, árvores Lycopodiophyta (tais como Lepidodendron) formavam grandes florestas. Diferentes das árvores modernas, as folhas crescem por toda superfície dos troncos e ramos, mas caem à medida que a planta cresce, deixando somente um pequeno conjunto de folhas no topo. Seus remanescentes formaram muitos dos depósitos de carvão fóssil. No Parque Fóssil, em Glasgow, na Escócia, árvores fossilizadas de Lycopodiophyta podem ser encontradas em arenito. As árvores se mostram como cicatrizes em forma de diamante onde havia folhas.

Os esporos dos Lycopodiophyta são altamente inflamáveis e têm sido usados em fogos de artifício. Atualmente, o huperzine, um composto químico isolado dum licopódio chinês, está sob investigação como um possível tratamento para o mal de Alzheimer.

Referências

  1. Cronquist, A.; A. Takhtajan, W. Zimmermann (1966). «On the higher taxa of Embryobionta». Taxon. 15 (15): 129–134. doi:10.2307/1217531 
  2. Cantino, Philip D.; James A. Doyle, Sean W. Graham, Walter S. Judd, Richard G. Olmstead, Douglas E. Soltis, Pamela S. Soltis, & Michael J. Donoghue (2007). «Towards a phylogenetic nomenclature of Tracheophyta». Taxon. 56 (3): E1–E44 

Ligações externas