Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles | |
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Lygia em 2011, durante reunião no Ministério da Cultura. | |
Nascimento | 19 de abril de 1923 (100 anos) São Paulo, São Paulo |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | escritora, jurista |
Prémios | Prémio Jabuti (1966), (1974) Prémio Camões 2005 |
Magnum opus | Ciranda de Pedra As Meninas As Horas Nuas |
Lygia Fagundes Telles, nascida Lygia de Azevedo Fagundes ComIH (São Paulo, 19 de abril de 1923), é uma escritora brasileira, galardoada com o Prêmio Camões em 2005.[1]
É membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985[1] e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987.
Biografia
É a quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, tendo nascido na rua Barão do Bananal, na capital paulista. Por causa da profissão do pai, delegado e promotor público, passa a infância em cidades do interior do estado: Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga.[2]
Em 1938, dois anos depois da separação dos pais, Lygia publicou o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado, com a ajuda de seu pai com o pagamento da edição e assinando como Lygia Fagundes. Em 1939 terminou o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos. No ano seguinte, ingressou na Escola Superior de Educação Física, também em São Paulo, ao mesmo tempo que frequentou um curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.[2]
Em 1941, iniciou o curso de Direito na Faculdade do largo de São Francisco e concluiu o curso de educação física. Começou a participar ativamente nos debates literários, onde conheceria Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes, entre outros nomes da cena literária brasileira. Fez, então, parte da Academia de Letras da Faculdade e escreveu para os jornais Arcádia e A Balança. Ao mesmo tempo, trabalhou no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo para pagar os estudos e para a sua própria subsistência. Foi também em 1941 que terminou o curso de Educação Física. Foi na faculdade do Largo de São Francisco que conheceu a poeta que veio a ser a sua melhor amiga, Hilda Hilst.[2]
Em 1944, publicou Praia Viva. Em 1950, casou com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr. (filho de Gofredo da Silva Telles), assim passando a assinar Fagundes Telles em seu sobrenome. Conheceu seu marido na escola, já que ele era seu professor na Faculdade de Direito e deputado federal, o que a levou a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.[2]
Em 1954, nasceu seu único filho Goffredo da Silva Telles Neto.[2]. De volta à sua cidade natal, no mesmo ano escreveu o seu primeiro romance, Ciranda de Pedra[3]
Em 1960, separou-se de Goffredo.[3] No ano seguinte, começou a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Em 1962, reata com Paulo Emílio Salles Gomes e volta com ele, ainda formalmente casada, o que gerou um escândalo na sociedade.[carece de fontes]
Em parceria com Paulo Emílio, fez uma adaptação para o cinema do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, para o cineasta Paulo César Sarraceni - adaptação que adotaria a alcunha da personagem principal: "Capitu".[2]
Em 1970, recebeu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pelo seu livro de contos Antes do baile verde. Em 1973, publica o romance As Meninas. Com o livro ganha o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o prêmio de Ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte.[4] Em 1977, foi galardoada pelo Pen Club do Brasil na categoria de contos, pela sua coletânea Seminário dos Ratos.[5]
Ficou viúva em 1977, e e assume a presidência da Cinemateca Brasileira, fundada por seu marido.[2]
Em 1982 foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, foi eleita em 24 de outubro para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Pedro Calmon, tomando posse em 12 de maio de 1987. A 26 de Novembro de 1987 foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[6]
Em 1995 Emiliano Ribeiro apresentou o filme As Meninas, baseado no romance da escritora. Em 2001 voltou a receber o Prêmio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. Em março de 2001 recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília.[7]
Em 13 de maio de 2005 recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto da obra,[2] distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).[4]
Este artigo ou seção é sobre um evento futuro. Editor: considere especificar o tema dentre os predefinidos. |
Em fevereiro de 2016 foi indicada ao Prêmio Nobel de Literatura pela União Brasileira de Escritores. O anúncio oficial da premiação será em outubro de 2016 em Estocolmo, na Suécia. Se vencer, será a primeira vez que o prêmio é concedido a um brasileiro.[8]
Obras
Romances
- Ciranda de Pedra, 1954
- Verão no Aquário, 1964
- As Meninas, 1973 (Prêmio Jabuti)
- As Horas Nuas, 1989
Livros de Contos
- Porão e sobrado, 1938
- Praia viva, 1944
- O cacto vermelho, 1949
- Histórias do desencontro, 1958
- Histórias escolhidas, 1964
- O Jardim Selvagem, 1965
- Antes do Baile Verde, 1970
- Seminário dos Ratos, 1977
- Filhos pródigos, 1978 (reeditado como A Estrutura da Bolha de Sabão, 1991)
- A Disciplina do Amor, 1980
- Mistérios, 1981
- Venha ver o pôr-do-sol e outros contos, 1987
- A noite escura e mais eu, 1995
- Oito contos de amor, 1996
- Invenção e Memória, 2000 (Prêmio Jabuti)
- Durante aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002
- Biruta, 2004
- Conspiração de nuvens, 2007
- Passaporte para a China, 2011
- O segredo e outras histórias de descoberta, 2012
Antologias
- Seleta, 1971 (organização, estudos e notas de Nelly Novaes Coelho)
- Lygia Fagundes Telles, 1980 (organização de Leonardo Monteiro)
- Os melhores contos de Lygia F. Telles, 1984 (seleção de Eduardo Portella)
- Venha ver o pôr-do-sol, 1988 (seleção dos editores - Ática)
- A confissão de Leontina e fragmentos, 1996 (seleção de Maura Sardinha)
- Oito contos de amor, 1997 (seleção de Pedro Paulo de Sena Madureira)
- Pomba enamorada, 1999 (seleção de Léa Masima).
Participações em coletâneas
- Gaby, 1964 (novela - in Os sete pecados capitais - Civilização Brasileira)
- Trilogia da confissão, 1968 (Verde lagarto amarelo, Apenas um saxofone e Helga - in Os 18 melhores contos do Brasil - Bloch Editores)
- Missa do galo, 1977 (in Missa do galo: variações sobre o mesmo tema - Summus)
- O muro, 1978 (in Lições de casa - exercícios de imaginação - Cultura)
- As formigas, 1978 (in O conto da mulher brasileira - Vertente)
- Pomba enamorada, 1979 (in O papel do amor - Cultura)
- Negra jogada amarela, 1979 (conto infanto-juvenil - in Criança brinca, não brinca? - Cultura)
- As cerejas, 1993 (in As cerejas - Atual)
- A caçada, 1994 (in Contos brasileiros contemporâneos - Moderna)
- A estrutura da bolha de sabão e As cerejas, s.d. (in O conto brasileiro contemporâneo - Cultrix)
Crônicas publicadas na imprensa
- Não vou ceder. Até quando?. O Estado de S. Paulo - 6 de janeiro de 1992
- Pindura com um anjo. Jornal da Tarde - 11 de agosto de 1996
Traduções e adaptações
- Para o alemão:
- Filhos pródigos, 1983
- As horas nuas, 1994
- Missa do galo, 1994
- Para o espanhol:
- As meninas, 1973
- As horas nuas, 1991
- Para o francês:
- Filhos pródigos, 1986
- Antes do baile verde, 1989
- As horas nuas, 1996
- W. M., 199
- As meninas 2005 (Les pensionnaires, Brésil 70, un rêve de liberté)
- Para o inglês:
- As meninas, 1982
- Seminário dos ratos, 1986
- Ciranda de pedra, 1986
- Para o italiano:
- As pérolas, 1961
- As horas nuas, 1993
- Para o polaco:
- A chave, 1977
- Ciranda de pedra, 1990 (traduzido também para o chinês e espanhol).
- Para o sueco:
- As horas nuas, 1991
- Para o tcheco:
- Antes do baile verde, s.d. (traduzido também para russo)
- Edições em Portugal:
- Antes do baile verde, 1971
- A disciplina do amor, 1980
- A noite escura e mais eu, 1996
- As meninas, s.d.
- Para o cinema:
- Capitu (roteiro); parceria com Paulo Emílio Salles Gomes, 1993 (Siciliano).
- As meninas (adaptação), 1996
- Para o teatro:
- As meninas, 1988 e 1998
- Para a televisão:
- O jardim selvagem, 1978 (Caso especial - TV Globo)
- Ciranda de pedra, 1981 e 2008 (Novela - TV Globo)
- Era uma vez Valdete, 1993 (Retratos de mulher - TV Globo)
Prêmios
- Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
- Prêmio Guimarães Rosa (1972)
- Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
- Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
- Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
- Prêmio APLUB de Literatura
- Prêmio Bunge (2005)
- Prêmio Jabuti
- Prêmio Camões (2005)
Referências
- ↑ a b Academia Brasileira de Letras. Biografia. Acesso em 15 de maio de 2010
- ↑ a b c d e f g h "Dossiê: O Tempo de Lygia" – Revista Entre Livros. edição 20. Pgs. 21-26. Editora Duetto. São Paulo (2007)]
- ↑ a b Infoescola – "Ciranda de Pedra"
- ↑ a b Releituras – "Resumo biográfico: Lygia Fagundes Telles"
- ↑ Academia Brasileira de Letras
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Lygia Fagundes Telles". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de fevereiro de 2015
- ↑ UBE – União Brasileira de Escritores – "Lygia Fagundes Telles"
- ↑ «Lygia Fagundes Telles é indicada ao Nobel de Literatura». Portal G1 - Pop & Arte. 3 de fevereiro de 2016. Consultado em 5 de fevereiro de 2016
Ver também
Ligações externas
Precedida por Dalton Trevisan |
Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas / Novelas 1966 |
Sucedida por Bernardo Élis |
Precedida por Rubens Teixeira Scavone |
Prêmio Jabuti - Romance 1974 |
Sucedida por Adonias Filho |
Precedida por Pedro Calmon |
ABL - quarta acadêmica da cadeira 16 1985 — atualidade |
Sucedida por — |
Precedida por Dalton Trevisan / Regina Rheda / Victor Giudice |
Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas / Novelas 1996 |
Sucedida por Marina Colasanti / Silviano Santiago / Antônio Carlos Villaça |
Precedida por Raimundo Carrero / Marçal Aquino / Ignacio de Loyola Brandão |
Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas 2001 |
Sucedida por Fernando Sabino |
Precedida por Agustina Bessa-Luís |
Prêmio Camões 2005 |
Sucedida por José Luandino Vieira |
- Nascidos em 1923
- Eventos futuros
- Lygia Fagundes Telles
- Escritores luso-brasileiros
- Naturais de São Paulo (cidade)
- Membros da Academia Brasileira de Letras
- Escritores de São Paulo
- Escritores vencedores do Prémio Camões
- Contistas de São Paulo
- Cronistas do Brasil
- Romancistas do Brasil
- Alunos da Universidade de São Paulo
- Escritores contemporâneos do Brasil
- Membros da Academia Paulista de Letras
- Mulheres na literatura
- Cavaleiros da Ordem do Ipiranga
- Doutores Honoris Causa da Universidade de Brasília
- Comendadores da Ordem do Infante D. Henrique