Lyrio Callou

Lyrio Callou
Lyrio Callou Lyrio Callou
Nome completo	Antônio Lyrio Callou
Nascimento	18 de julho de 1902 Barbalha, Ceará
Morte	27 de maio de 1994 (91 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade	brasileiro
Alma mater	Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FNM-UFRJ)
Ocupação	Médico, político

Antônio Lyrio Callou, (Barbalha, Ceará, 18 de julho de 1902 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 27 de maio de 1994) mas conhecido como Lyrio Callou ou Lírio Callou, foi um médico, intelectual e político brasileiro. Foi deputado estadual do Ceará, e 13º prefeito de Barbalha durante a Era Vargas por dez anos ininterruptos, de 1935 à 1945.

Lírio Callou foi prefeito de Barbalha por quase vinte anos. O primeiro período foi de dez anos ininterruptos, de 1935 até 1945: em 1935, foi escolhido para assumir o cargo de "Interventor Municipal"; assumindo o até então cargo de Antônio Duarte Júnior, como intendente nomeado pelo governador do estado, tendo sido nomeado prefeito de Barbalha pela governador do Ceará, Filipe Moreira Lima de 1934; e, de 1937 a 1945, foi renomeado por Francisco de Meneses Pimentel, durante o Estado Novo implantado após um golpe de Estado.

Em seus dez anos exercendo o cargo de prefeito, Lírio Callou realizou diversas obras à frente da prefeitura de Barbalha, dentre elas a construção do grupo escolar Martiniano de Alencar de Alencar, Construção da estrada Barbalha (atualmente Rodovia Lyrio Callou), fundando o Centro Educacional Lyrio Callou, a Escola de Comércio de Barbalha, a Cooperativa de Crédito de Barbalha, a Sociedade de Proteção a Maternidade e a Infância de Barbalha, atualmente Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, inaugurado em 1970 pelo Monsenhor Eusébio de Oliveira Lima, e doou um terreno para a construção do Estádio Municipal Lírio Callou, atual estádio do Barbalha Futebol Clube.

Biografia

Origem

Antônio Lyrio Callou nasceu em 18 de julho de 1902, no Sítio Tupimambá, em Barbalha, no extremo sul do estado do Ceará, filho de José Pereira Pinto Callou, um agricultor e coronel da Polícia Militar do Estado do Ceará, que havia lutado a favor de Franco Rabelo na Sedição de Juazeiro, em 1913, e Rosa Granjeiro Callou, uma dona-de-casa. Lyrio Callou era o segundo filho de uma famíia de seis irmãos. Teve quatro irmãs, Gertrudes, Maria Isolina, Zulmira e Livia - e um irmão, Gregório, a quem era profundamente ligado, morreu de leucemia aos 33 anos de idade.

Seu avô paterno, Gregório Callou, foi coronel comandante do 13º batalhão de infantaria e prefeito de Barbalha, nomeado pelo presidente da República Federativa do Brasil, Venceslau Brás, assumindo o cargo em 1° de janeiro de 1915 até 18 de fevereiro de 1916. Em 1915 Barbalha foi saqueada pelos revoltosos da Sedição de Juazeiro, isso fez com que o coronel abandonasse o cargo, sem maneiras de controlar os populares.

Estudos

Em 1910, matriculou-se no Colégio Cearense do Sagrado Coração, em Fortaleza, onde não permaneceu por dois anos. Em 1912 deixou a escola, solidarizando-se a alguns colegas que haviam sido expulsos por um incidente disciplinar, posteriormente, transferiu-se para o Colégio Diocesano do Crato. Em 1917, transferiu-se novamente para Fortaleza, a fim de terminar o segundo grau no Liceu do Ceará. Ainda criança, Lírio já despontava como desportista. Ganhava competições de corrida de pequena distância, queda de braço e queda de corpo. No futebol de campo, jogou como centroavante pelo Sport Club do Crato e pela seleção do Liceu do Ceará, em Fortaleza. A exemplo de sua contribuição para os desportos, o atual estádio do Barbalha Futebol Clube, que leva o seu nome, teve o terreno doado por ele para a construção.

Como sua família dispunha de razoável condição financeira, Lyrio pôde estudar para ser médico, profissão que abraçaria por sua vida toda. Em 1920, matriculou-se no curso de medicina da Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador, nesse mesmo período ascendia ao poder J. J. Seabra, que governou a Bahia pela primeira vez entre 1912 e 1916. Entre 1920 e 1924, Seabra exerceu um segundo mandato, durante esse período, o Partido Republicano lançou uma grande campanha contra o domínio do Partido Republicano Democrata da Bahia. Naquele ano, Lírio fundou o Bloco Acadêmico Seabrista, com seus colegas de faculdade, em apoio à candidatura republicana. Com a decadência do seabrismo em 1924, Lírio abandonou o movimento e o curso de medicina em Salvador, e transferiu-se para a Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1930, e permanecendo por mais um ano para defender sua tese sobre a Cesariana de Kerr, e receber o título de Doutor em Medicina. Entre os anos de 1931 e 1934, realizou outras duas residências, em Obstetrícia e Ginecologia.

A pedido de seus pais, retornou a Barbalha, para voltar a ficar junto a eles e suas irmãs. Quando de sua chegada, em ocasião festiva com banda de música, fogos e grande número de amigos e familiares, foi saudado pelo avô Gregório Callou, já nonagenário. Em certo momento, Gregório se se referiu a Lírio e disse:

“Permita, distinta plateia, que este velho anacoreta, já alquebrado pelos anos, saúde este jovem médico cheio de ideais.”

Gregório Callou, avô de Lírio Callou..

Foi em Barbalha que por onde exerceu, durante muitos anos a atividade médica, chefiando os postos de Tracoma e Puericultura em sua cidade natal, transformando aquele Posto DENERU, em verdadeiro pronto-socorro em uma cidade onde ainda não havia hospitais. Por longo tempo, chefiou o Posto Médico da Legião Brasileira de Assistência.

Carreira política

Poucos anos depois de sua chegada, em 1935, Lírio Callou, foi nomeado "Interventor Municipal", pelo então governador do estado do Ceará, Francisco de Meneses Pimentel. No ano seguinte foi eleito prefeito municipal, e assim permaneceu até 1937, quando foi nomeado novamente interventor municipal. Ficou no cargo até 1945 quando solicitou sua exoneração ao governador do estado, Beni Carvalho. Segundo o jornalista Napoleão Tavares Neves, Lírio Callou teve seu nome ligado a todos os movimentos e realizações da sua terra, sempre como figura de proa. Reconhecidamente probo e honesto, todos nele depositavam sua confiança embora fosse na política, homem de partido. Dono de excelente cultura humanística, sabia se expressar com elegância e desenvoltura, sendo um verdadeiro homem de boa educação no trato social, sendo um autêntico diplomata no inter-relacionamento humano.

Realizou diversas obras à frente da prefeitura de Barbalha, dentre elas a construção do grupo escolar Martiniano de Alencar de Alencar, Construção da estrada Barbalha (atualmente Rodovia Lyrio Callou), fundando o Centro Educacional Lyrio Callou, a Escola de Comércio de Barbalha, a Cooperativa de Crédito de Barbalha, a Sociedade de Proteção a Maternidade e a Infância de Barbalha, atualmente Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, inaugurado em 1970 pelo Monsenhor Eusébio de Oliveira Lima, e doou um terreno para a construção do Estádio Municipal Lírio Callou, atual estádio do Barbalha Futebol Clube.