Língua castelhana

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Castelhano ou espanhol

Castellano o español

Falado(a) em: (veja abaixo)
Total de falantes: 406 milhões nativos[1][2]
110 milhões como segunda língua
Mais de 500 milhões no total[3]
Posição: 2
Família: Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Ítalo-ocidental
    Românica ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Castelhano ou espanhol
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de:
Códigos de língua
ISO 639-1: es
ISO 639-2: spa

O castelhano (castellano) ou espanhol (español) é uma língua românica do grupo ibero-românico que evoluiu a partir de vários dialetos do latim falados no centro-norte da Península Ibérica por volta do século IX.[4] Gradualmente, espalhou-se com a expansão do Reino de Castela (presente no norte da Espanha) para o centro e o sul da Península Ibérica durante a Idade Média.

A transição do espanhol medieval para o moderno foi marcada pela mudança e pelo ensurdecimento das consoantes sibilantes da língua antiga, que começaram no século XV. No início de sua história, o vocabulário espanhol foi enriquecido pelo seu contato com o basco e o árabe e a língua continua a adotar palavras estrangeiras a partir de uma variedade de outras línguas, bem como o desenvolvimento de novas palavras. O espanhol foi trazido principalmente para a América, bem como a África e a Ásia-Pacífico, com a expansão do Império Espanhol entre os séculos XV e XIX, onde se tornou a língua mais importante para o governo e o comércio.[5]

Em 1999, havia, de acordo com o Ethnologue, 358 milhões de pessoas que falavam o espanhol como língua nativa e um total de 417 milhões de falantes em todo o mundo.[6] Atualmente, esses valores são de até 400[7][8] e 500 milhões de pessoas, respectivamente.[3] O espanhol é o segundo idioma mais falado no mundo, depois do mandarim.[9] O México contém a maior população de falantes do idioma. O espanhol é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU)[10] e é usado como língua oficial da União Europeia, do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).

Devido à sua crescente presença na demografia e na cultura popular dos Estados Unidos, especialmente nos estados de rápido crescimento do Cinturão do Sol, o espanhol é a segunda língua mais aprendida por falantes nativos do inglês. A crescente estabilidade política e econômica de muitas das maiores nações hispanófonas, a imensa extensão geográfica da língua na América Latina e Europa para o turismo e a popularidade crescente de destinos culturalmente vibrantes encontrados no mundo hispânico têm contribuído significativamente para o crescimento da aprendizagem de espanhol como língua estrangeira em todo o mundo. Atualmente, o espanhol é a terceira língua mais usada na internet depois do inglês e do mandarim. É também a segunda língua mais estudada e a segunda língua da comunicação internacional, depois de inglês, em todo o mundo.[11][12][13]

História

Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas da Península Ibérica, entre as quais o castelhano.

A língua castelhana é o idioma da Espanha, e de vários países da América Latina (excepto Brasil, Haiti, Guianas e várias ilhas caribenhas), das Filipinas, na Ásia, e da Guiné Equatorial, na África. Conta com cerca de duzentos e cinquenta milhões de falantes. Também é chamada de "castelhano", nome da comunidade linguística (Castela) que lhe deu origem nos tempos medievais. Na Espanha, também são falados o catalão, o asturiano, o aragonês e o galego (idiomas de tronco românico), e o basco, uma língua cujas origens ainda são estudadas.

Na formação do castelhano/espanhol, podem-se distinguir três períodos: o medieval ou castelhano antigo (dos séculos X ao XV), o espanhol moderno (entre os séculos XVI e XVII) e o contemporâneo, que vai da fundação da Real Academia Espanhola até nossos dias.

Apesar de ser um idioma falado em regiões tão distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua, daí a colaboração entre as diversas Academias da Língua de Espanha e as dos países americanos no intuito de preservar esta unidade. Espanha elaborou o primeiro método unitário de ensino do idioma que é difundido por todo o mundo através do Instituto Cervantes.

Latim vulgar

Como disse Menéndez Pidal: "a base do idioma é o latim popular, propagado na Espanha a partir do final do século III a.C. até se impor às línguas ibéricas". Entre os séculos III e VI, a língua que evoluía em Espanha assimilou germanismos através do latim falado pelos povos bárbaros romanizados que invadiram a península. Com o domínio muçulmano de oito séculos, a influência do árabe — idioma dos conquistadores berberes — foi decisiva na configuração das línguas ibéricas, entre as quais se incluem o castelhano/espanhol e o português.

Glosas medievais

O nome da língua procede da terra dos castelos, Castela. A esta época, pertencem as Glosas Silenses e as Emilianenses, do século X, anotações em romance dos textos latinos no Monastério de Yuso (San Millán de la Cogolla), centro medieval de cultura, mas a mais antiga referência ao idioma vem do Cartulário de Valpuesta, nos primeiros anos do século IX.

O primeiro passo para converter o castelhano em língua oficial do reino de Castela e Leão foi dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor em romance, e não em latim, as grandes obras históricas, astronômicas e legais. O castelhano era a língua dos documentos notários e da Bíblia traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao Caminho de Santiago, entraram, na língua, escassos galicismos que foram propagados pela ação dos trovadores da poesia cortesã e provençal.

Árabe

No sul, sob domínio árabe, as comunidades hispânicas que conviviam com as comunidades judaica e árabe falavam moçárabe. Esta é a língua na qual foram escritos os primeiros poemas, as Jarchas, que conservam uma forma estrófica de clara origem semítica, a moasajas.

Em quase oito séculos de interação (711-1492), os povos falantes de Árabe deixaram, no castelhano, um abundante vocabulário de cerca de quatro mil termos. Com o tempo, foram caindo em desuso, mas há vestígios modernos, palavras de uso comum como tambor, adobe, alfombra, zanahoria, almohada, e a expressão ojalá, como no português "oxalá", que significa "queira Deus" (literalmente: "queira Alá"). Cabe assinalar que penetrou, na gramática castelhana, a preposição árabe hatta (حتى), que se converteu na preposição espanhola hasta e na preposição portuguesa até.

Primeira gramática moderna europeia

Sede do Instituto Cervantes em Madrid, na Espanha

A publicação da primeira gramática castelhana, escrita por Elio Antonio de Nebrija em 1492, ano do descobrimento da América, estabelece o marco inicial da segunda etapa de conformação e consolidação do idioma. O castelhano adquire grande quantidade de neologismos, pois o momento coincidiu com a expansão de Castela que, pela força política, conseguiu consolidar seu dialeto como língua dominante. O castelhano é a língua dos documentos legais, da política externa e a que chega à América pela mão da grande empreitada realizada pela Coroa de Castela. Nesta mesma época, os judeus sefarditas foram expulsos de Castela e Aragão, levando, consigo, a fala que daria lugar ao ladino, uma língua que, ouvida, parece castelhano.

Num primeiro momento, os realistas não mostraram interesse em difundir a língua castelhana na América e nas Filipinas, realizando-se a evangelização nas línguas nativas.

Na França, Itália e Inglaterra são editados gramáticas e dicionários para o ensino do castelhano/espanhol, que ganha o status de língua diplomática até a primeira metade do século XVIII. O léxico incorporou palavras originárias de tantas línguas quantos contatos políticos possuía o Império: italianismos, galicismos e americanismos.

No ano 1713, fundou-se a Real Academia Espanhola. Como primeira tarefa, a Academia fixou as mudanças feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu grande variedade de estilos literários: da liberdade das alterações sintáticas do barroco, no século XVII, às contribuições dos poetas da geração de 1927. No primeiro terço do século XX, apareceram novas modificações gramaticais que, ainda hoje, estão em processo de assentamento. Paralelamente, é contínua a criação de neologismos provenientes das inovações técnicas e dos avanços científicos.

No século XIX, os Estados Unidos adquirem a Luisiana de França e a Flórida de Espanha, e conquistam do México os territórios que actualmente formam o Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México, Texas, Utah e Wyoming. Desta forma, o castelhano passou a ser uma das línguas dos Estados Unidos, ainda que estas variedades primitivas só sobrevivam até o início do século XXI em Paróquia de St. Bernard e uma faixa que se estende do norte do Novo México ao sul de Colorado.

Depois da guerra hispano-americana de 1898, os Estados Unidos apoderaram-se também de Cuba, Porto Rico, Filipinas e Guam. No arquipélago asiático, os Estados Unidos impuseram um sistema de ensino para substituir o castelhano pelo inglês como veículo de comunicação dos filipinos.

No século XX, milhões de mexicanos, cubanos e porto-riquenhos emigraram para os Estados Unidos, convertendo-se na minoria mais numerosa do país: 34 207 000 pessoas, em novembro de 2001.

Distribuição geográfica

Países onde o espanhol é ensinado
Compreensão da língua espanhola na União Europeia em 2006.
  País nativo
  Mais que 8,99%
  Entre 4% e 8,99%
  Entre 1% e 3,99
  Menos que 1%

Enquanto na lista mundial de línguas mais faladas figure na segunda, terceira ou quarta posição segundo a fonte consultada (os censos da Índia e América do Sul variam muito segundo o organismo consultado), o que fica claro é que em importância ocupa a segunda posição atrás do inglês, com quase quatrocentos milhões de falantes nativos.

Embora o castelhano seja uma língua principalmente americana, é falada nos seis "continentes", embora em alguns de forma quase residual:

mas sua presença também é importante em

Também é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).[10]

País Número de falantes
 México 106 682 500[14]
Espanha 46 063 511[15]
 Colômbia 44 500 000[16]
 Estados Unidos 37 400 000 (Census Bureau) [17]
 Argentina 39 745 613[18]
 Peru 28 750 770[19]
 Venezuela ~27 000 000
 Chile 16 763 470[20]
Equador 13 363 593[21]
 Guatemala 13 354 000[22]
 Cuba 11 286 000
 Bolívia 10 027 643[23]
República Dominicana 9 760 000[24]
Honduras 7 146 118
El Salvador 6 992 000
Nicarágua 5 603 000[25]
Costa Rica 4 468 000[25]
 Paraguai 6 127 000[25]
 Porto Rico 3 991 000[25]
Uruguai 3 341 000[25]
 Panamá 3 343 000[25]
Guiné Equatorial 1 137 143[26]
 Canadá 1 000 000[27]
 França 440 106[28]
 Brasil 409 564[29]
 Alemanha 140 000[30]
 Israel 130 000[31]
Suíça 123 000[32]
 Reino Unido 107 654[33]
 Belize 106 795[34]
 Austrália 106 517[35]
 Suécia 101 472[36]
 Itália 89 905[37]
 Bélgica 85 990[38]
 Japão 76 565[39]
 Andorra 41 644[40]
 Nova Zelândia 21 645[41]
 Marrocos 20 000[42]
 Países Baixos 19 978[43]
Ilhas Virgens Americanas 16 788
 Noruega 12 573[44]
Portugal Portugal 9 744[45]
 Jamaica 8 000
Trinidad e Tobago 4 100
 Rússia 3 320
 Luxemburgo 3 000
Filipinas 2 658[46]
 Argélia 379[47]

Dialetos

Espanhol Ibérico

A língua Espanhola tem vários dialectos. Relativamente ao Castelhano, isto é, o Espanhol Ibérico, originalmente do Reino de Castela, podemos dividir Espanha ao meio, isto é, existe um feixe de isoglossas que divide o Espanhol Peninsular em dois grupos, os dialecto centro-nortenhos e os dialectos meridionais. Os dialectos centro-nortenhos têm características mais conservadoras e os dialectos meridionais, nos quais podemos incluir um grande sub-dialecto, o Andaluz, têm características mais inovadoras. Convém realçar que os dialectos centro-nortenhos peninsulares são a única variedade do Espanhol que conserva a distinção entre /s/ (grafado como <s>) e /θ/ (grafado como <c>), isto é, «ceseo». Enquanto que todas as outras variedades são ou «seseantes» ou «ceceantes». «Seseo», isto é a perda da distinção fonética entre /s/ e /θ/ a favor de /s/. «Ceceo» é a perda da distinção fonética a favor da fricativa inter-dental /θ/, sendo este estigmatizado e marginalizado pelo resto da comunidade espanhola e até mesmo pelos próprios falantes «ceceantes». Este fenómeno de «ceceo» encontra-se apenas em zonas rurais do sul da Andaluzia, sendo nos meios urbanos evitado pelos próprios «ceceantes». O «seseo» é um fenómeno do norte da Andaluzia, que é encontrado em todos os países da América Latina. NesTA região do «seseo» encontra-se Sevilha, cidade da qual saíram as pessoas destinadas à repovoação e colonização do continente Americano, levando assim o «seseo» com eles para a América, onde prevalece até hoje.

<ref>Hualde, Jose Ignacio. Introducción a la linguistica hispânica.</ref>

Mapa-mundi tentando identificar os principais dialetos do espanhol.

Variedades do Espanhol:

Línguas derivadas

Entre as línguas crioulas e outras línguas derivadas desta língua, se podem citar o ladino e o chabacano: este último, falado em algumas localidades das Filipinas.

Diferenças

Castelhano da Espanha Castelhano da América Latina Tradução ao Português
acera vereda (Arg.) / banqueta (Mex.) / andén (Col.) calçada, passeio
aguacate palta / aguacate abacate
alquilar, arrendar, rentar rentar (Mex.) / arrendar (Col.) alugar, arrendar
alquiler, arriendo renta (Mex. e Chile) / arriendo (Col.) aluguel, aluguer ou renda (em Portugal)
apresurar, apurar apurar apressar
arcén banquina (Arg. Parag. e Urug.) acostamento, berma da estrada
ascensor elevador / ascensor (Col.) elevador
calabaza zapallo / ayote (Nic. Cost. Rica e Guat.)[48] / calabaza (Col. e Méx.) abóbora
calabacín calabacita (Méx) / calabacín (Col.) / zapallitos (Parag. Chil. Arg. e Urug.) abobrinha, courgette
coche (automóvil) auto / carro / coche(automóvil) carro (automóvel)
coger, agarrar, sujetar, tomar tomar (Méx.) / agarrar (Arg. e Urug. / sujetar / coger (Col. Per. Ec. Chile. Cuba e PR) pegar, segurar
chaval chavo (Méx.) / pibe (Arg.) / chino, niño, muchacho (Col.) rapaz, garoto, menino, moço, miúdo, chavalo (em Portugal)
chófer, conductor conductor / chofer motorista, condutor, chofer
eh / ey / oye che (Arg.) / oye / eh ei / aê / aí
judías, frejoles frijoles, porotos (Arg.) feijão
mejilla cachete bochecha
móvil (teléfono), celular celular (teléfono) celular (telefone), telemóvel
ordenador, computadora, computador computadora / computador computador
Papá Noel, Santa Claus Santa Claus (Méx e Amér. Central) / Viejito Pascuero (Chile) / Papá Noel (Col.) Papai Noel, Pai Natal
prisa apuro pressa
puchero, olla, pote olla panela
vídeo video vídeo
zapatillas (deportivas), tenis tenis / zapatillas tênis (Brasil), ténis (calçado), sapatilhas (em Portugal)

Glossário

  • Amér. Central = América Central
  • Arg. = Argentina
  • Méx. = México
  • Urug. = Uruguai
  • Col. = Colômbia

Fonologia

Tem semelhanças com o português. Contudo, existem diferenças, sendo as principais: ("letra castelhana/espanhola" = "letra portuguesa") Ll = Lh, Ñ = Nh, Ch = Tch, B e V = B, X = /ks/ (nem sempre, como em México, que soa como méjico). Não há, no espanhol moderno, o som da letra X como em xadrez (até o século XVII, a letra X representava o som de /ʃ/, como em Quixote, mas, depois do reajuste das consoantes silábicas, o som /ʃ/ (x), se transformou em /x/ (j)). As letras K (/ca/, /que/, /qui/, /co/, /cu/), W (/b/ em palavras de origem alemã e /u/ em de origem inglesa) e Y (/i/) fazem parte do alfabeto castelhano/espanhol. Além disso, o i grego (Y) pode ser consoante ou vogal, quando consoante tem um som mais forte /ʝ/ ou /dʒ/. O "J" é um caso à parte: tem um som inexistente em português (o som que chega mais perto é o do R forte brasileiro e dalgumas zonas de Portugal - como em carro). O som correspondente ao "J" português é representado por "LL" no espanhol pratino, e inexistente noutros dialectos. Fora isso não há acentos graves, til (Ñ não conta) ou circunflexo. Assim como no português ge = je e gi = ji, e também há o gue e gui, a letra Q segue o mesmo esquema (que = ke, qui = ki) e também há trema. Em castelhano/espanhol o costume é encerrar palavra com N e não com M. O Ç apesar de ter nascido do castelhano/espanhol foi abolido no século XVIII, tal como o SS. Já RR existe no castelhano/espanhol e usa-se da mesma forma que no português. Vale ressaltar que a pronúncia é de 'dois erres', ou seja, /r/,/r/, e não de /ř/ como em carro /kařo/. O Z e o C, este último antes de E ou I, em Espanha pronunciam-se de forma similar ao "th" /θ/ inglês em "think" ou "something" ou a "θ" (theta) grega.

Fonemas consonantais do espanhol general
 Labial   Dental  Alveolar  Palatal   Velar 
Nasal m n ɲ
Oclusiva p b t d ʝ k ɡ
Continuante f θ1 s x
Vibrante múltipla r
Vibrante simples ɾ
Lateral l ʎ2

Notas:

↑1 Falantes do norte e do centro da Espanha, incluindo a variante predominante na rádio e na televisão distinguem /θ/ e /s/ (distinción). Porém, falantes de América Latina e de algumas partes do sul da Espanha só têm /s/ (seseo) e não o /θ/ (ceceo).
↑2 O fonema /ʎ/ (distinto de /ʝ/) só é distinguido em algumas áreas do espanhol peninsular (sobre tudo no norte e em áreas rurais), e em algumas áreas de América do Sul. Este fenómeno é conhecido como yeísmo (indistinção de ll e y).

Vogais

Anterior Central Posterior
Fechada i u
Média
Aberta ä

Gramática

Verbo

Os verbos se dividem em três conjugações, que podem ser identificadas segundo as duas últimas letras do infinitivo: -ar, -er ou -ir.

Os verbos conjugam-se em quatro modos verbais: indicativo, subjuntivo, imperativo e potencial. Ainda, existem três formas impessoais: infinitivo, gerúndio e particípio, que entram na composição dos verbos compostos e perífrases verbais.

Os tempos verbais podem ser simples ou compostos. Para cada tempo simples há um que é composto, que se forma antepondo o tempo simples correspondente do verbo "haber" ao particípio do verbo que se está a conjugar.

Indicativo

tempos simples

  • Presente - por exemplo, "(yo) hablo"
  • Pretérito imperfecto - "hablaba"
  • Pretérito perfecto simple ou pretérito indefinido - "hablé"
  • Futuro - "hablaré"
  • Condicional - "hablaría"

tempos compostos:

  • Pretérito perfecto compuesto - "he hablado"
  • Pretérito pluscuamperfecto - "había hablado"
  • Pretérito anterior - "hube hablado"
  • Futuro compuesto - "habré hablado"
  • Condicional compuesto - "habría hablado"

O pretérito anterior é pouco usado.

Há situações onde se emprega o futuro para expressar dúvida, substituindo-se, assim, o tempo Presente: "serán las tres": "serão umas três [horas]". O português também apresenta esta caraterística, como mostrado na seguinte frase: "O que estará ele a fazer?", que significa "O que está ele a fazer?"

Subjuntivo / Conjuntivo

tempos simples

  • Presente - "yo hable"
  • Pretérito imperfecto - "hablara" ou "hablase"
  • Futuro - "hablare"

tempos compostos

  • Pretérito perfecto compuesto - "haya hablado"
  • Pretérito pluscuamperfecto [Pretérito mais-que-perfeito] - "hubiera hablado" ou "hubiese hablado"
  • Futuro compuesto[Futuro composto] - "hubiere hablado"

O futuro do conjuntivo é um tempo arcaico que só se emprega hoje em dia em documentos legais. Muitos hispanófonos desconhecem a existência deste tempo verbal. Na Argentina, a fala vulgar está a generalizar o uso do condicional em substituição do pretérito imperfeito nas frases condicionais ("si yo hablaría", significando "si yo hablara", ou "si yo hablase").

Imperativo: habla (tú), hablá (vos), hablad (vosotros)

Para outras pessoas ou em frases negativas, o presente do conjuntivo vale por imperativo.

Verbos regulares

Tempo Simples Primeiro Segundo Terceiro
Infinitivo: Comprar Vender Vivir
Gerúndio: Comprando Vendiendo Viviendo
Particípio passado: Comprado Vendido Vivido
Indicativo Primeiro Segundo Terceiro
Presente: Compro
Compras/Comprás
Compra
Compramos
Compráis/Compran
Compran
Vendo
Vendes/Vendés
Vende
Vendemos
Vendéis/Venden
Venden
Vivo
Vives/Vivís
Vive
Vivimos
Vivís/Viven
Viven
Pretérito: Compré
Compraste
Compró
Compramos
Comprasteis/Compraron
Compraron
Vendí
Vendiste
Vend
Vendimos
Vendisteis/Vendieron
Vendieron
Viví
Viviste
Viv
Vivimos
Vivisteis/Vivieron
Vivieron
Imperfeito: Compraba
Comprabas
Compraba
Comprábamos
Comprabais/Compraban
Compraban
Vendía
Vendías
Vendía
Vendíamos
Vendíais/Vendían
Vendían
Vivía
Vivías
Vivía
Vivíamos
Vivíais/Vivían
Vivían
Futuro: Compraré
Comprarás
Comprará
Compraremos
Compraréis/Comprarán
Comprarán
Venderé
Venderás
Venderá
Venderemos
Venderéis/Venderán
Venderán
Viviré
Vivirás
Vivirá
Viviremos
Viviréis/Vivirán
Vivirán
Potencial: Compraría
Comprarías
Compraría
Compraríamos
Compraríais/Comprarían
Comprarían
Vendería
Venderías
Vendería
Venderíamos
Venderíais/Venderían
Venderían
Viviría
Vivirías
Viviría
Viviríamos
Viviríais/Vivrían
Vivirían

Vocabulário

Devido às prolongadas conquistas às quais Espanha foi submetida ou que submeteu a outras nações, a língua castelhana foi invadida por uma enorme quantidade de vozes "adquiridas" de línguas de diversos grupos. É possível encontrar, no castelhano, palavras celtas, iberas, ostrogodas, visigodas, latinas, gregas, árabes, francesas, italianas, germanas, caribes, astecas, quéchuas, guaranis e outras. A influência relativa de cada um destas "aquisições" varia de acordo com o país falante.

Os países da América, principalmente nas suas regiões rurais, conservam um grande número de arcaísmos: no extremo sul (Argentina e Uruguai), é frequente, no trato coloquial, o uso do "vos" em lugar do "" tradicional nos restantes países hispanófonos. A forma "vos" provém do trato formal da segunda pessoa do singular de antigamente, e sobrevive em Espanha na forma do trato informal para a segunda pessoa do plural (vosotros). Também sobrevive na Comarca de Fonsagrada para a segunda pessoa do singular. O trato formal actual é "Usted" para a segunda pessoa do singular e "Ustedes" para a segunda pessoa do plural (também utilizados em Espanha).

Sistema de escrita

Ver artigo principal: Ortografia da língua espanhola

O castelhano/espanhol escreve-se mediante o alfabeto latino. Tem uma letra adicional, Ñ, embora, no passado, ch e ll fossem consideradas letras (ver dígrafo). As vogais podem levar um acento agudo para marcar a sílaba tónica quando esta não segue o padrão habitual, ou para distinguir palavras que, de outra forma teriam a mesma grafia (ver acento diferencial).

O u pode levar trema (ü) para indicar que este se pronuncia nos grupos "güe", "güi". Na poesia, as vogais i e u podem levar trema para romper um ditongo e ajustar convenientemente a métrica de um verso determinado (por exemplo, ruido tem duas sílabas, mas ruïdo tem três).

Referências

  1. «Världens 100 största språk 2010» [The world's 100 largest languages in 2010]. Nationalencyklopedin. 2010. Consultado em 12 de fevereiro de 2014  (sueco)
  2. Lewis, M. Paul; Simons, Gary F.; Fennig, Charles D. (2013), Spanish (em espanhol) 17th ed. , Dallas, Texas: SIL International, 410 million as a first language, 470 million as a first and second language 
  3. a b Instituto Cervantes (Noticias de "El País",Noticias en "Terra"), Universidad de México (uam.es, educar.org), Babel-linguistics
  4. La RAE avala que Burgos acoge las primeras palabras escritas en castellano. (em castelhano)
  5. «Spanish languages "Becoming the language for trade" in Spain and». sejours-linguistiques-en-espagne.com/index.html. Consultado em 11 de maio de 2010 
  6. «(SPANISH: a language of Spain)». ethnologue.com. Consultado em 21 de abril de 2010 
  7. «IV CILE. Paneles y ponencias. Hiram Vivanco Torres». Congresosdelalengua.es. Consultado em 6 de novembro de 2010 
  8. elcastellano.org.
  9. ethnologue.org, sil.org, cia.gov (see "World" file), eldia.es (according to Ethnology (journal)), Encarta (Chinese 800 million, Spanish 358 million, English 350 million).
  10. a b «What are the official languages of the United Nations?». Organização das Nações Unidas (em inglês). Dezembro de 2002. Consultado em 2 de janeiro de 2009 
  11. Reasons to Learn Spanish
  12. <La Vanguardia.com El español ya es el segundo idioma más hablado del mundo
  13. guardian.co.uk Do you speak Spanish?
  14. «Estimativa do INEGI, 30 de junho de 2008.» 🔗 
  15. INE (1/1/2008) in Diario ABC
  16. «Censo DANE (Ago-2008)» 
  17. U.S. Census Bureau (1/7/2006)[1]
  18. Censo INDEC (2008) [2]
  19. «INEI (30-jun-2007)» 
  20. «Censo de 30 de junho de 2007 - Instituto Nacional de Estadisticas de Chile» 🔗 (PDF) 
  21. Censo oficial, 1 de julho de 2005
  22. Organização das Nações Unidas, 30 de junho de 2007
  23. Estimativa para 2008 do Instituto Nacional de Estadisticas de Bolivia
  24. Estimativa da Organização das Nações Unidas para julho de 2007
  25. a b c d e f Estimativa da Organização das Nações Unidas para julho de 2007.
  26. «Censo (2008)» 
  27. PMB Statistics, citado em Media in Canada 2006. tlntv (em 2006 quase 1 milhão de falantes do espanhol vivem no Canadá), broadcastdialogue.com (página 3), comunidadhispanahoy.ca
  28. 1% da população maior de 15 anos do país, que em 2005 era de 44.010.619 (Anexo:Falantes do espanhol na União Europeia segundo o Eurobarómetro (2006))
  29. Página 32 de [3] (50% dos 733 000 estrangeiros são do Mercosul, e 43 064 imigrantes espanhóis).
  30. Anuário da Enciclopédia Britânica de 1997 CVC anuario del 99
  31. BBY (1997) (50 000 sefarditas)[4] + 80.000 íbero-americanos [5]
  32. Anuario da Enciclopédia Britânica de 1997 CVC anuario del 99
  33. 59 017 espanhóis (censo 2001) e 48 637 colombianos (estimativa da Open Channels e do consulado colombiano em 1999) [6]. Os colombianos são grupo mais numeroso de latino-americanos, depois dos brasileiros, no Reino Unido
  34. Pág. 32 do estudo. «Demografía de la Lengua española» (PDF) 
  35. Pág. 32 do estudo. «Demografía de la Lengua española» (PDF). , dado que se aproxima aos 104 000 dados pela Enciclopédia Britânica 
  36. Censo sueco SCB, (2002)
  37. Dos quais 14 905 são espanhóis (censo 2001) e 75 000 equatorianos [7] (o maior grupo de latinoamericanos na Itália)
  38. 1% da população da Bélgica maior de 15 años, que em 2005 era de 8.598.982 (Anexo:Falantes do espanhol na União Europeia segundo o Eurobarómetro (2006))
  39. http://n.girasol.googlepages.com/dato_c.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda) (75 300 latino-americanos não brasileiros + 1 265 espanhóis Censo 2001)
  40. «Censo 2001 (espanhóis em Andorra]» (PDF) 
  41. «Statistics New Zealand Censo demográfico de 2006» 🔗 
  42. «Ethnologue» 
  43. Residentes espanhóis na Holanda segundo o censo de 2001
  44. «Instituto Cervantes» 
  45. Residentes espanhóis em Portugal segundo o censo de 2001.
  46. «Ethnologue» 
  47. «Registro de Matrícula de residentes de los Consulados Españoles. Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha, 1999-2001» (PDF) 
  48. «Uso da palavra ayote» 

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