Mário Casasanta

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Mário Casasanta
Conhecido(a) por projetos de modernização da educação brasileira
Nascimento 15 de junho de 1898
Camanducaia, Minas Gerais, Brasil
Morte 30 de março de 1963 (64 anos)
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade Brasileira
Alma mater Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais
Campo(s) Educação

Mário Casasanta (Camanducaia, 15 de junho de 1898Belo Horizonte, 30 de março de 1963) foi um educador brasileiro. "Seu preparo linguístico era amplo, seu gosto e informação literários aprimorados, sua ciência jurídica sólida e profunda."[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Em 1920 Mário Casasanta formou-se em farmácia na cidade de Pouso Alegre. Logo após, entrou na Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais), formando-se bacharel em 1925. Foi inspetor-geral da instrução pública de Minas Gerais nos anos de 1928 a 1931 e professor catedrático de português no Ginásio Mineiro, em 1936. Na Universidade de Minas Gerais, em 1938 foi professor de direito constitucional e reitor, além de ter trabalhado como diretor da Caixa Econômica Federal e secretário do Interior do governo de José de Magalhães Pinto.

Enquanto estava no cargo de inspetor-geral da Instrução Pública, durante o governo de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, juntamente com Francisco Campos, Mario Casasanta realizou importantes reformas no ensino público mineiro. Nessa ocasião, a Igreja Católica mineira manifestou-se contra os conteúdos ensinados na disciplina de psicologia nas escolas normais, contra a tendência positiva do professor contratado para ministrar essa disciplina, Dr. Iago Victoriano Pimentel, e contra os novos métodos de ensino em geral. Mas Mário interveio e sua ação conciliadora junto à Igreja e à sociedade possibilitou a aceitação da reforma e, especificamente, do ensino da psicologia científica para o professorado do Estado. Assim em 1932, Mário Casasanta foi um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da educação nova, apresentando críticas ao sistema educacional brasileiro então vigente e propostas para a reconstrução das instituições de ensino segundo os moldes do funcionalismo e da escola ativa.[2]

Durante o governo de Abgar Renault, entre os anos de 1956 e 1958, Mário Casasanta esteve à frente da Secretaria da Educação e firmou o convênio entre e Estado de Minas Gerais e o governo norte-americano, resultando na instalação do Programa Brasileiro-Americano de Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE) – nas dependências do Instituto de Educação, então sob a direção de Mário Casasanta. O programa tinha como objetivo possibilitar o desenvolvimento de atividades relacionadas à educação, dentre as quais o estudo da psicologia aplicada à educação, da orientação e da seleção profissional, visando a uma nova reforma do ensino público. A ideia era fazer Belo Horizonte reviver o clima de "capital pedagógica do Brasil", mas a pouca autonomia que lhe foi dada e o fato de discordar da abordagem dada às questões educacionais levaram-no a se desligar da direção do Instituto de Educação em 1959. Mais tarde, em parceria com Lucia Monteiro Casasanta dedicou-se ao estudo da linguagem da criança em fase escolar e a projetos de reconstrução da memória escolar no Brasil, publicando os resultados de suas pesquisas nos Boletins do CREPE.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Afonso Arinos de Melo Franco, A Alma do Tempo (memórias), Parte 2, "A Escalada", p. 595, Rio de Janeiro: Topbooks, 2018.
  2. a b CAMPOS, R. H. F. (2001). Dicionário biográfico da psicologia no Brasil: Pioneiros. Rio de Janeiro: Imago/CFP. ISBN 9788531207600 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ANTUNES, M. A. M. (Org.) ; CAMPOS, R. H. F. (Org.) ; CONDE, H. (Org.) ; GUEDES, Maria Do Carmo (Org.) ; MASSIMI, Marina (Org.) ; PACHECO FILHO, R. A. (Org.) ; GOMES, W. B. (Org.) . Dicionário Biográfico da Psicologia no Brasil - Pioneiros (Edição Virtual). 2. ed. São Paulo, SP: BVS-PSI - Ministério da Saúde, 2007. v. 1. 300p .