Mário Cravo

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Mario Cravo Junior
Mário Cravo
Nome completo Mario Cravo Junior
Nascimento 13 de abril de 1923
Salvador, Bahia
Morte 1 de agosto de 2018 (95 anos)
Salvador, Bahia
Nacionalidade Brasileiro
Filho(a)(s) Mário Cravo Neto, Otávio Cravo[1]
Ocupação desenhista, pintor, gravador e escultor

Mario Cravo Junior (Salvador, 13 de abril de 1923Salvador, 1 de agosto de 2018) foi um escultor, pintor, gravador e desenhista e poeta brasileiro. Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho.[2] Em 70 anos de atividade como artista plástico, ele reúne inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais.[3]

Sereia de Itapuã. Escultura na entrada do bairro

Vida[editar | editar código-fonte]

Seus pais, Mario da Silva Cravo (próspero fazendeiro e comerciante)[4] e Marina Jorge Cravo (prima do poeta Castro Alves), moravam em Salvador quando Mario, o primeiro de quatro filhos, nasceu. A família veio de Alagoinhas numa tentativa de se instalar em Salvador, mas em poucos anos retornaram à Alagoinhas pois seu pai foi eleito prefeito[5] da cidade. A política esteve presente na vida de seu pai, apesar de ser comerciante e fazendeiro, uma tradição de família. Também escreveu um livro, "Memórias de um homem de boa fé" (1975).[5] Já sua mãe gostava de literatura e poesia, sendo responsável pelos primeiros contatos de Mário com os livros.[6][7]

Na fase escolar retorna a Salvador para estudar, onde frequenta o Colégio Antônio Vieira. É nesse período que ele descobre sua habilidade para o desenho e seu interesse pela astronomia. Na puberdade, Mario começa a experimentar a argila do Rio Itapicuru, dando-a forma. Nesta mesma época, embora tenha montado um observatório na fazenda que seu pai comprou no interior da Bahia, sua vontade de se tornar um astrônomo foi liquidada pelo fato de saber que teria de estudar engenharia e daí por diante fazer cálculos de maré. Após um período conflituoso entre vocações profissionais, Mario começa a se conscientizar de seu dom artístico. Entre viagens pelo interior da Bahia e o exercício da escultura, a confiança e a decisão de ser tornar um escultor já cresciam dentro dele. Em 1945 casa-se com Lúcia e desta união nascem quatro filhos, o primeiro é Mariozinho, hoje conhecido como Mario Cravo Neto, fotógrafo.[6][7]

Obras[editar | editar código-fonte]

Uma de suas características é o monumentalismo, que está presente em sua escultura mais conhecida,[4] a "Fonte da Rampa do Mercado" (1970), localizada na Praça Cairu, Cidade Baixa, Salvador (BA), entre o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Foi encomendada pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães. Em fibra de vidro e estrutura metálica. Mede 16 metros de altura;[6] monumento este vítima de incêndio em 21 de dezembro de 2019.[8]

Fonte da Rampa do Mercado no bairro do Comércio.
Monumento "Cruz Caída" na Sé de Salvador, ao fundo o Palácio do Arcebispado de Salvador.
Parque das Esculturas do Espaço Mario Cravo no Parque Metropolitano de Pituaçu.

Obras em Salvador[editar | editar código-fonte]

Obras no resto da Bahia[editar | editar código-fonte]

Obras no resto do Brasil[editar | editar código-fonte]

Exu mola de Jipe no MAM-SP.

Formação[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

Notas

  1. Os portões do Museu são coloridos, desenhados com formas geométricas parecidas de cores (azul, lilás, verde, marrom, amarelo) e disposições diferentes, representando ciência, tecnologia e arte. São confeccionados em fibra de vidro e montados em barras de alumínio que lembram colmeias. Em 2009, os portões passaram por reforma conduzida pelo próprio artista, a partir do desenho original.[10]

Referências

  1. Museu de Arte Moderna da Bahia abre exposição Legado: Mario Cravo – 100 Anos. Governo da Bahia, 30 de agosto de 2023. Consultado em 08 de outubro de 2023
  2. «TRÍPODI, Aldo. Considerações sobre a arte moderna na Bahia e a arte conceitual. Revista da Bahia, Salvador, n. 40, abr/2005. ISSN 0103-2089». Fundação Cultural do Estado da Bahia. Consultado em 27 de dezembro de 2009 
  3. «Biografia Resumida». Site Oficial Mario Cravo Junior. Consultado em 26 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 20 de janeiro de 2012 
  4. a b «Cravo Júnior, Mario (1923)». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 26 de dezembro de 2009 
  5. a b «Deputados». Assembléia Legislativa da Bahia. Consultado em 26 de dezembro de 2009 
  6. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v CRAVO, Mario. O desafio da escultura: a arte moderna na Bahia - 1940 a 1980 Arquivado em 26 de dezembro de 2010, no Wayback Machine.. Salvador: Edições Selo Editorial Rodin Bahia, 2001. ISBN 85-87821-03-2
  7. a b CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. CAIXA Cultural Salvador. Mario Cravo Junior Revisitado (Catálogo da exposição).. Salvador: Atalho Produções, 2006.
  8. a b «Vídeo: famoso monumento na Praça Cayru, no Comércio, é consumido pelo fogo». Portal Notícias. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  9. «Monumento à Cidade do Salvador». Fundação Gregório de Mattos. Consultado em 26 de dezembro de 2009 
  10. Imagem do portão frontal.
  11. «Cruz Caída». Fundação Gregório de Mattos. Consultado em 26 de dezembro de 2009 
  12. «Memorial a Clésriston Andrade». Fundação Gregório de Mattos. Consultado em 26 de dezembro de 2009 
  13. «Iemanjá ou Sereia de Itapuã». Fundação Gregório de Mattos. Consultado em 26 de dezembro de 2009 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]