Máscaras (telenovela)

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Máscaras
Masks (Título internacional)[1]
Máscaras (telenovela)
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero
Duração 60 minutos
Criador(es) Lauro César Muniz
Elenco
País de origem  Brasil
Idioma original (em português)
Episódios 125
Produção
Diretor(es) Ignácio Coqueiro
Edgard Miranda
Câmera Multicâmera
Roteirista(s) João Gabriel Carneiro
Mariana Vielmond
Mário Viana
Renato Modesto
Tema de abertura "Porto Solidão", Fagner
Composto por Zeca Bahia e Gincko
Localização Rio de Janeiro, RJ
Exibição
Emissora original Record
Formato de exibição 1080i (HDTV)
Transmissão original 10 de abril – 2 de outubro de 2012

Máscaras é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Record entre 10 de abril de 2012 e 2 de outubro de 2012 em 125 capítulos, substituindo Vidas em Jogo e sendo substituída por Balacobaco. É a 19.ª novela exibida pela emissora desde a retomada da dramaturgia em 2004. Escrita por Lauro César Muniz com a colaboração de João Gabriel Carneiro, Mariana Vielmond, Mário Viana e Renato Modesto, sob direção de Antônio Gonzalez, José Carlos Pieri e Régis Faria e direção geral de Ignácio Coqueiro – substituído por Edgard Miranda a partir de 13 de junho.[2]

Conta com Fernando Pavão, Paloma Duarte, Miriam Freeland, Jonas Bloch, Petrônio Gontijo, Heitor Martinez, Giselle Itié, Nicola Siri nos papéis principais.

Produção[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Dallas skyline daytime.jpg
As primeiras cenas ocorreram em Dallas, nos Estados Unidos.

Lauro César Muniz começou a desenvolver a história no primeiro semestre de 2010, logo após finalizar Poder Paralelo, sendo escalada para suceder a próxima a novela de Cristianne Fridman.[3] Em fevereiro de 2011 foi anunciado que a trama se chamaria Navegantes, porém alguns meses depois Lauro mudou-a para Máscaras para expressar a intenção da novela em retratar o caráter oculto das pessoas.[4][5] As primeiras informações da novela foram liberadas em março de 2011.[6]

A ideia original era da história começar em um transatlântico, porém a emissora pediu para que se mudasse para um cruzeiro turístico, visando parcerias com agências do ramo.[7] Fagner regravou a música "Porto Solidão", de Jessé, especialmente para a abertura.[8] Programada para ter em torno de 200 capítulos como as novelas anteriores do horário, Máscaras foi encurtada duas vezes durante sua exibição pelas críticas do público e audiência baixa, sendo inicialmente reduzida para 150 e saindo do ar com apenas 125.[9] Em junho de 2012 o diretor Ignácio Coqueiro pediu afastamento da trama por problemas pessoais e foi substituído por Edgard Miranda.[10]

Formato e gravações[editar | editar código-fonte]

"Sei que a história parece complicada, mas acho importante surpreender e fazer o público pensar. Com andamento de thriller, contexto misterioso e longe de qualquer maniqueísmo."

Lauro César Muniz sobre escrever uma novela com elementos do cinema.[11]

Segundo o autor, Máscaras tinha como referência os filmes internacionais de thriller – gênero que mistura drama, suspense e mistério – cujo ainda não havia sido utilizado como primeiro plano nas novelas brasileiras, sendo que sua ideia era escrever uma obra com padrão cinematográfico.[11] Lauro declarou que era sua novela mais intrincada, ou seja, de difícil compreensão, porém acreditava que o fato de ser exibida às 22h30 atingiria um público mais adulto e interessado em obras mais complexas, o que lhe fez apostar num formato de personagens dúbios e tendo atitudes boas e más dependendo da situação: "Longe de qualquer maniqueísmo, a nova novela aborda a real identidade das pessoas, onde não se sabe mais quando o mocinho é o bandido e vice-versa".[11]

As gravações começaram em janeiro de 2012 e, além do Rio de Janeiro, também foram realizadas em Bonito, no Mato Grosso do Sul, e em Dallas, no Texas.[12] Parte do elenco passou 2 semanas gravando dentro do navio Vision of the Seas, da Royal Caribbean International.[13] Foi a primeira telenovela da RecordTV a não ter uma cidade cenográfica, apenas os cenários de interior das casas, um pedido do próprio autor, que solicitou que as cenas externas fossem gravadas realmente externamente no Rio de Janeiro para dar mais veracidade, o que fez com que cada capítulo fosse orçado entre 600 e 700 mil reais, o maior investimento já realizado pela emissora.[11]

Escolha do elenco[editar | editar código-fonte]

Lauro César queria Gabriel Braga Nunes no papel principal, repetindo a parceria de Cidadão Brasileiro e Poder Paralelo, porém o ator havia assinado com a Rede Globo, sendo que Fernando Pavão ficou com o papel.[14] [15] Após seu rompimento com a Rede Globo, Ana Paula Arósio chegou a ser convidada para a protagonista Maria especialmente pelo autor, que era seu amigo pessoal, porém ela não tinha mais vontade de ser atriz e preferiu permanecer reclusa em seu sítio, sendo que Miriam Freeland.foi convidada na sequência.[16] Após descobrir estar grávida Mel Lisboa deixou o elenco e foi substituída por Karen Junqueira. Inicialmente escalados para a novela, Bianca Rinaldi e Caio Junqueira foram transferidos para a minissérie José do Egito – que entrava em produção ainda em 2012 – e foram substituídos por Heitor Martinez e Giselle Itié.[14] Sílvia Pfeifer anunciou que estaria na novela, porém acabou não sendo oficializada.[17]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Após o filho recém-nascido ser sequestrado e a esposa, Maria (Miriam Freeland), sumir misteriosamente, Otávio (Fernando Pavão) entra em colapso sem saber se tudo foi real ou não passou de um golpe de fuga da moça, que já queria abandona-lo. Décio (Petrônio Gontijo), seu melhor amigo, recebe um e-mail anônimo mandando levar Otávio até um cruzeiro, onde terá informações do paradeiro de Maria, porém não revela o verdadeiro motivo da viagem para o rapaz com medo de agravar seu quadro depressivo. No navio também embarca Martim (Heitor Martinez), irmão falido de Maria que planeja matar Otávio para ficar com os bens, e Manu (Giselle Itié), garota de programa de luxo que é comparsa nos golpes dele. Após um acidente, Otávio acredita ter matado sem querer Martim ao vê-lo cair do navio em alto mar e decide assumir sua identidade para investigar o sumiço da família, porém seu caminho se cruza com o de Nameless (Paloma Duarte), uma mulher sem nome e com várias identidades falsas.

Ela foi enviada pelo poderoso mercenário Big Blond (Jonas Bloch) para matar Martim, que fugiu com parte de seu dinheiro, mas acaba se apaixonando por Otávio, ajudando-o em seu plano, embora também não possa se livrar do chefe por ser ameaçada com segredos do passado e ser alvo de sua paixão obsessiva. Martim, porém, não morreu e retorna assumindo a identidade de Otávio ao descobrir que ele fez o mesmo, colocando as mãos na fortuna do cunhado. Enquanto isso Manu vive um amor proibido com Caio (Nicola Siri), uma vez que ela é garota de programa, enquanto ele é um prestigiado empresário que está noivo de Eneida (Flávia Monteiro) e o casamento fundirá as empresas de ambos, sendo altamente lucrativo. Eneida, porém, enfrenta a filha de Caio, Luciana (Júlia Maggessi), que não a suporta e a inferniza para que ela não se case com o pai. Já Décio sempre foi apaixonado por Maria e nunca superou ela ter se casado com seu melhor amigo.

Após se separar do marido, Valéria (Bete Coelho) se envolve com um rapaz bem mais jovem e humilde, Gino (Emílio Dantas), a quem tenta ajudar a encontrar um dom, embora ela nem imagine que sua assistente Flávia (Francisca Queiroz) sabote-a pelas costas por inveja e seja capaz de tentar seduzir o novo namorado. Elvira (Jussara Freire) passou 10 anos presa pela morte acidental de seu marido, condenada pelo juiz Sotero (Cecil Thiré), para quem vai trabalhar sem que ele saiba que se trata de um plano para se vingar. Zezé (Roberto Bomtempo) tenta lidar com o fato da esposa, também Zezé (Bárbara Bruno), nunca ter superado o suicídio do filho e viver como se ele ainda fosse vivo em uma ilusão criada pela própria cabeça. Já Geraldine (Luíza Tomé) e Mário (Jorge Pontual) vivem em pé-de-guerra por não serem compatíveis em nada, apenas no sexo.

Exibição[editar | editar código-fonte]

Máscaras estreou às 22h30, seguindo na faixa de "novela das dez" que a emissora mantinha desde 2006, porém a partir de maio foi transferida para às 23h30, trocando de horário com A Fazenda, uma estratégia para buscar melhor audiência.[18]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Intérprete Personagem
Fernando Pavão Otávio Benaro / Martim (falso)
Paloma Duarte Nameless / Eliza / Luiza
Miriam Freeland Maria Salles Benaro
Jonas Bloch Gastão Moura (Big Blond)
Petrônio Gontijo Dr. Décio Navarro
Heitor Martinez Martim Salles / Otávio (falso)
Giselle Itié Manuela Marim (Manu)
Nicola Siri Caio Anselmi
Flávia Monteiro Eneida Bastos
Emílio Dantas Gino Almeida
Bete Coelho Valéria Lage Gomide
Jussara Freire Elvira Duval[19]
Cecil Thiré Dr. Eduardo Sotero
Raul Gazolla Evaldo Fael (Vado)
Luíza Tomé Geraldine Aidan
Jorge Pontual Mário Souza
Francisca Queiroz Flávia Mattos
Daniela Galli Drª. Antônia Valdez (Tônia)
Giuseppe Oristânio Pulga
Roberto Bomtempo José Maria Galvão (Zezé)
Bárbara Bruno Maria José Galvão (Zezé)
Eliete Cigarini Nair Fael
Lívia Rossy Yara Lemos
Íris Bruzzi Olívia Motta
Bemvindo Sequeira Novais
Carlos Bonow Fausto
Dado Dolabella Eduardo Sotero Filho (Edu)[20]
Karen Junqueira Luma Valdez
Márcio Kieling Gabriel Peixoto
Gabriela Durlo Marina
Daniel Aguiar Guto Gomide
Júlia Maggessi Luciana Anselmi
Marcelo Escorel Toga
Luiza Curvo Laís Neves
Renato Livera Jairo Neves
Louise D'Tuani Letícia Fael
Augusto Zacchi Régis
Jean Fercondini Marco Antônio Fael
Luli Miller Mirella
Valquíria Ribeiro Maria do Socorro
Franciely Freduzeski Cláudia
Mariza Marchetti Drª. Paula[21]
Rai Antunes Marcelo

Participações especiais[editar | editar código-fonte]

Intérprete Personagem
Ricardo Petraglia Delmiro Salles
Henri Pagnoncelli Deputado Enrico Gomide (Gomide)
Nina de Pádua Dinorá Monteiro
Umberto Magnani Jeremias
Perfeito Fortuna Dr. Cotrim
Tatsu Carvalho Rogério Mattos
Bruna di Tullio Sônia
Yana Sardenberg Guta
Carlos Seidl José Jorge
Cacau Melo Anna
Rafael Queiroz Fred
Carol Cavalcanti Vera
Daniel Villas Rubens
Domingos Antônio Johnny Wasp
Gustavo Ottoni Lucas
José Carlos Pieri Augusto
Nanda Andrade Soraia
Thiago Cordeiro Silvério
Sabrina Faerstein Calpúrnia
Zeca Carvalho Cabo Peixoto
Junior Prata Sequestrador
Luciana Malavasi Teresa

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Declarações sobre a classe C[editar | editar código-fonte]

Antes da estreia de Máscaras, Lauro César Muniz fez algumas declarações consideradas controversas ao dizer que as novelas da época estavam subestimando o público mais humilde ao apostar em temas "populistas" tidas como ruins e sem conteúdo: "O público é muito inteligente, mas está anestesiado pela enorme quantidade de dramaturgia ruim que está no ar. Por exemplo, Fina Estampa. Ele [Aguinaldo Silva] fez excelentes novelas, essa foi a pior. Nas décadas de 70 e 80, eles [a classe C] estavam aplaudindo nossas novelas mais ambiciosas. Não podemos menosprezar a capacidade de percepção e grau de exigência do público. Popular não significa populista, e pode ser de muito bom gosto e conteúdo".[22] O autor também criticou o retrato da classe operária de Avenida Brasil.[23] As declarações respingaram em Máscaras e, apesar do autor tentar explicar que quis dizer que o público mais humilde também era capaz de acompanhar uma trama complexa, contribuiu para afastar parte dos espectadores de sua própria novela.[24]

Saída de Luíza Tomé[editar | editar código-fonte]

Em 8 de junho de 2012 Luíza Tomé usou seu Twitter para pedir ao autor que matasse sua personagem, pois ela gostaria de deixar a trama já que estava se sentindo desprestigiada por quase não ter cenas e nenhuma importância dentro da história: "Será que o Lauro está gostando da figuração que estou fazendo? Vinte e oito anos nadando e morrer na praia! Não quero mais. Não é a primeira novela que faço do Lauro, mas com certeza será a última. Me tira! É mais digno. Perdi a vontade, o tesão de gravar. Pedi para fazer porque adorava ele, mas a recíproca não rola, então me tira".[25][26] A personagem de Luiza viajou na trama e a atriz disse que jamais trabalharia com o autor novamente.[27]

Conflito com a imprensa[editar | editar código-fonte]

"Esta, que será a última novela de Lauro Cesar Muniz, tem sido tratada de forma tão equivocada por alguns veículos da mídia, sem o cuidado de prestar atenção ao texto deste grande dramaturgo. Nós não aceitamos a avaliação de nosso trabalho apenas através do índice/Ibope. O Ibope é um índice de mercado, comercial, compreendemos isso, mas nosso trabalho é artístico."

— Parte da carta aberta escrita pelos atores.[28]

As críticas dos jornalistas especializados sobre Máscaras, considerada confusa e mal-escrita, além das notas publicadas constantemente sobre a baixa audiência, geraram uma sensação de revolta entre o elenco e a produção da novela.[9] Em 2 de julho de 2012 o elenco se reuniu e escreveu uma carta-aberta intitulada "Carta de amor dos atores de Máscaras", na qual culpou a imprensa pela repercussão pessimista da novela, alegando que as notícias negativas publicadas induziam o público a rejeitar a trama antes mesmo de assisti-la.[29] A carta foi escrita por Paloma Duarte e assinada por diversos atores, como Fernando Pavão, Heitor Martinez, Jonas Bloch, Nicola Siri, Petrônio Gontijo, Raul Gazolla, Bárbara Bruno, Bemvindo Sequeira, Flavia Monteiro, Giuseppe Oristânio, Íris Bruzzi, Roberto Bomtempo, entre outros, enquanto alguns como Miriam Freeland, Giselle Itié e Jussara Freire preferiram não comprar a briga.[29]

A carta foi escrita sem o conhecimento da própria RecordTV, porém a emissora declarou no dia seguinte que apoiava a iniciativa de Paloma.[30] Lauro César Muniz declarou que se sentia honrado, mas temia que a carta fosse interpretada como uma afronta à imprensa.[28] Alguns jornalistas viram a carta como algo inadmissível, entre eles Flávio Ricco, da UOL, que declarou que o elenco deveria cobrar que o próprio autor entregasse um bom texto e da emissora que apresentasse resultados em vez de culpar a imprensa.[29] Já Maurício Stycer, também da UOL, disse que o elenco merecia ser ouvido e que se tratava de um momento "histórico", uma vez que os atores estavam apenas pedindo para que fosse avaliado seu trabalho artístico e não a audiência, enquanto muitos jornalistas privilegiam "a fofoca e a reclamação anônima".[28]

Música[editar | editar código-fonte]

Máscaras
Máscaras (telenovela)
Trilha sonora de vários artistas
Lançamento 2012
Gênero(s) MPB
Duração 61:34
Idioma(s) Português
Gravadora(s) Radar Records
Produção Paulo Fedato
Marco Camargo

Capa: Paloma Duarte como Nameless.

N.º TítuloMúsicaPersonagem Duração
1. "Porto Solidão"  FagnerAbertura 03:32
2. "Irmãos da Lua"  Renato TeixeiraOtávio 04:19
3. "Palavras Certas"  Ju 87Régis e Letícia / Régis e Mirela 03:50
4. "Parou O Meu Mundo"  MassaoManu 04:32
5. "Difícil Entender"  Franco LevineFamília Fael 03:39
6. "Feito Pra Você"  Celso FonsecaManu e Caio 04:34
7. "Speed Racer"  Fernanda AbreuElisa 04:38
8. "Sopra"  Vitória RégiaZezé e Zezé 04:40
9. "Ta No Meu Coração"  Bruna e MateusGabriel e Gabriel 03:50
10. "Le Masque"  Júlio CésarMartim 02:45
11. "You (Nuca Soube)"  Cláudia AlbuquerqueLuma 03:37
12. "Eu Preciso de Você"  RosemaryOtávio e Elisa / Otávio e Maria 04:15
13. "Blue Moon"  Dave GordonValéria e Gino 04:10
14. "To Fix A Broken Heart"  ErikkaTônia e Décio 03:49
15. "Serenata"  Cláudio ErlanEdu e Luma 03:46
16. "Mário O Sedutor"  Keco BrandãoMário 03:37

Repercussão[editar | editar código-fonte]

Recepção da crítica[editar | editar código-fonte]

Máscaras recebeu críticas majoritariamente negativas dos jornalistas especializados. Patrícia Kogut, do jornal O Globo, classificou a novela como confusa, ininteligível e artificial e disse que a história "não empolgou" e "se arrastou", classificando-a como a pior novela do ano junto com Guerra dos Sexos.[31] Murilo Melo, do jornal A Tarde, disse que o texto era confuso, lento e transformava a obra em uma "novela mixuruca" que "só serviu para decepcionar com uns mistérios que mais confundem do que causam curiosidade", enquanto a direção foi criticada por fazer os atores pareceram fracos e rasos, finalizando ao dizer que "Máscaras cansa, é uma perda de tempo".[32] Nilson Xavier, do UOL, disse que a trama tinha uma direção equivocada e um texto confuso, lembrando Os Gigantes, escrita também por Lauro para a Rede Globo em 1979 e igualmente com uma história sem sentido.[9]

Wander Veroni, do portal Café com Notícias, disse que a forma como a novela foi contada era muito lenta para os padrões modernos e houve uma "forçação de barra para mostrar as máscaras sociais", alegando que "o problema de Máscaras está no autor, e não nas atuações" e que a obra foi a mais frustrante dos últimos tempos, citando que as expectativas eram altas após Lauro César escrever Poder Paralelo.[33] Máscaras também passou a figurar nos anos seguintes entre as listas das piores novelas por diversos veículos de imprensa, entre eles 3º lugar no Coisas de TV em 2016 e 5º no Observatório da Televisão em 2017.[34][35][36]

Audiência[editar | editar código-fonte]

A novela estreou com 11 pontos de média e picos de 13.[37] Porém logo na primeira semana a obra já havia perdido 20% do público e a audiência continuou caindo gradativamente com o passar das semanas.[38][39] Oscilando entre 5 e 6 pontos – algo considerado inadmissível para a dramaturgia da emissora na época – a trama também passou a ser menos assistida que a reprise de Vidas Opostas e permaneceu em terceiro lugar na audiência durante boa parte de sua exibição, sendo a primeira novela da emissora a não atingir mais os dois dígitos após a estreia e também a primeira a não manter-se na vice-liderança.[40] A nível de comparação, a antecessora, Vidas em Jogo, chegava a atingir 18 pontos e a liderança.[41] Em 28 de maio marcou apenas 4 pontos.[18] Na reta final a novela, no entanto, os números pioraram e a novela atingiu 3 pontos em algumas ocasiões.[42] O último capítulo marcou 6 pontos e Máscaras teve média geral de 5.8 pontos, representando metade da média da antecessora, Vidas em Jogo.[42]

Crise na dramaturgia da RecordTV[editar | editar código-fonte]

Máscaras constantemente é creditada como a responsável por colocar a teledramaturgia da RecordTV em sua maior crise desde a reabertura em 2004, endossado pela fato que ela havia derrubado pela metade a audiência de Vidas em Jogo e feito o público da emissora se esvair, afetando também as tramas seguintes – Balacobaco, Dona Xepa, Pecado Mortal e Vitória – que não conseguiram recuperar os números.[43] Como consequência, as tramas contemporâneas foram canceladas e passou-se a apostar em novelas épicas a partir de Os Dez Mandamentos, gerando assim a saída de diversos atores e autores da emissora, que não queriam restringir seus trabalhos a um único nicho.[9]

Referências

  1. «MASKS». Record TV Network. Consultado em 6 de julho de 2014 
  2. Nilson Xavier. «Máscaras - Teledramaturgia». Teledramaturgia. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  3. «Leitora do PORTAL ADTV manda recado a Lauro Cesar Muniz». TV Famosos. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  4. «Jayme Matarazzo será príncipe em "Cordel Encantado" da Globo». UOL. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  5. «Record muda nome de nova novela de Lauro César Muniz». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  6. «Fernando Pavão poderá viver protagonista da novela "Navegantes" na Record». UOL. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  7. «Record muda história de novela por causa de merchandising». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  8. «Fagner canta Porto Solidão na abertura da novela Máscaras». R7.com. Noticias.r7.com 
  9. a b c d «"Máscaras": repercussão negativa foi sua maior inimiga». UOL. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  10. Flávio Ricco (13 de junho de 2012). «Record troca diretor de "Máscaras"». UOL - Televisão. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  11. a b c d «'Máscaras' estreia esta terça (10) na Record; saiba mais». Terra. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  12. «Em 'Máscaras', autor recoloca o galã como figura central». Terra. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  13. «Record conclui primeira bateria de gravações de nova novela em transatlântico de luxo». Bem Paraná. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  14. a b «Fernando Pavão poderá viver protagonista da novela "Navegantes" na Record». UOL. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  15. «Fernando Pavão celebra o primeiro ano do filho Gabriel». Revista Caras. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  16. «Ana Paula Arósio negocia seu retorno à TV em 2012». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  17. «Silvia Pfeifer deve voltar à televisão só em 2012». O Fuxico. Consultado em 7 de outubro de 2019 
  18. a b «"Máscaras" bate novo recorde negativo; "Vidas Opostas" em baixa». Na Telinha. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  19. «Record divulga primeiras imagens das gravações de "Máscaras"». Consultado em 15 de abril de 2012. Arquivado do original em 22 de julho de 2012 
  20. «Personagem de Dado Dolabella terá QI acima da média». Consultado em 15 de abril de 2012. Arquivado do original em 12 de maio de 2012 
  21. «EXPERIÊNCIA EM TV». Mariza Marchetti Oficial. Consultado em 30 de julho de 2016. Arquivado do original em 19 de agosto de 2016 
  22. «Lauro César Muniz aposta na inteligência do público de novela». Jornal Cruzeiro. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  23. «Lauro César Muniz se despede das novelas e critica "Avenida Brasil"». Folha de S.Paulo. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  24. «Lauro César Muniz estreia novela e critica roteiristas da Globo». Folha de S.Paulo. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  25. «Aguinaldo Silva alfineta Lauro César Muniz: 'Ele resolveu esculhambar com 'Fina estampa' e pronto: deu azar'». Extra. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  26. «Luiza Tomé pede no Twitter que o autor de "Máscaras" a tire da novela». UOL. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  27. «Luiza Tomé diz que não quer mais trabalhar com Lauro Cesar Muniz». O Fuxico. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  28. a b c «Atores de "Máscaras" divulgam carta em defesa da novela e do autor». UOL. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  29. a b c «Elenco da Record culpa a imprensa pelo fracasso da novela "Máscaras"». UOL. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  30. «Record diz em comunicado que carta de atores de "Máscaras" não causou mal estar na emissora». UOL. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  31. «"Máscaras" bate recorde negativo de audiência». Na Telinha. Consultado em 5 de janeiro de 2020 
  32. «Despreparo da Record leva Máscaras a ser um enorme fracasso». A Tarde. Consultado em 5 de janeiro de 2020 
  33. «Café vê TV – Máscaras, Cheias de Charme, Vídeo Game, Heleno e novidades na TV». Café com Notícias. Consultado em 5 de janeiro de 2020 
  34. «As 50 piores novelas dos anos 2000 pra cá». Coisas de TV. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  35. «Assim como Apocalipse, relembre as novelas da Record que não decolaram». Observatório da Televisão. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  36. «Relembre 13 novelas que fracassaram nos últimos anos». Portal Alta Definição. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  37. «Estreia de "Máscaras" em baixa; novela empata Ibope de antecessoras». Na Telinha. 11 de abril de 2012. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  38. «Lauro César Muniz admite erro em "Máscaras" e comenta baixa audiência». Na Telinha. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  39. «"Máscaras" bate recorde negativo de audiência». Na Telinha. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  40. «"Vidas Opostas" é a maior audiência da Record; "Máscaras" repete terceiro lugar». Na Telinha. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  41. «Com mãe transexual, "Vidas em Jogo" bate recorde de audiência». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2016 
  42. a b «"Máscaras" tem metade da média geral de "Vidas em Jogo"». Na Telinha. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  43. «O Brasil volta a se render às novelas». O Tempo. Consultado em 6 de janeiro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]