MONDAR editores

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MONDAR editores foi uma casa editora portuguesa criada a partir de publicações de vanguarda, de intervenção cultural e política, que se intitulavam Cadernos de Hoje e desafiavam o regime salazarista. A sede dos Cadernos de Hoje situava-se no segundo andar esquerdo B do nº 15 da Travessa do Fala-Só, em Lisboa. No esquerdo C morava e trabalhava José Ernesto de Sousa, artista, crítico de arte, cineasta e dirigente do Cineclube Imagem.[1][2]

Publicados em 1964, apresentavam-se os Cadernos de Hoje como edições de autor. Em 1974, depois de uma paragem de cerca de dez anos, liderada pelas mesmas pessoas e publicando livros de teor idêntico, surge a MONDAR editores, com sede no nº 48 r/c esq. da Estrada de Moscavide. Mantem-se activa até à Revolução dos Cravos (1975).

Embora de curta duração e com reduzido número de obras editadas, estas iniciativas acabaram por ter impacto importante nos meios culturais da época.

História[editar | editar código-fonte]

Tanto os Cadernos de Hoje como a MONDAR eram financiados por Ilídio Ribeiro, estudante de engenharia civil no Instituto Superior Técnico, filho de um construtor abastado da cidade. Envolvido nessas iniciativas estava um amigo seu, Ricardo Costa, então aluno da Faculdade de Letras, também opositor ao regime salazarista. Tal como muitos jovens intelectuais da época, frequentavam livrarias e cineclubes em busca das novidades culturais que chegavam de Paris. Ricardo Costa acabará por se assumir como gerente da MONDAR, editora vigiada, como várias outras casas, pela Pide, a polícia política, que perseguia tanto editores como tipógrafos e livreiros.

As tiragens de cada publicação, tanto nos CADERNOS DE HOJE como na MONDAR, não ultrapassavam os 1500 exemplares.

Cadernos de Hoje[editar | editar código-fonte]

Jazz no Cinema
Novíssimo Teatro Português[4]
Bergman no Cerco

(colectânea de vários autores)[5][6]

'Significado Presente do Realismo Crítico[9] de Georg Lukács

Poesia Experimental[11][12][13][14][15] (Ver
Poesia Experimental Portuguesa)

«1º caderno antológico organizado por António Aragão e Herberto Helder (…)».

Nota: anunciado como primeiro caderno de uma colecção dos Cadernos de Hoje, o segundo caderno seria lançado em 1966 por iniciativa dos autores.[16]

Colaboração

Antologia

Separata um

  • ROMA NCE DE IZA MOR F ISMO (António Aragão)
  • POEMA FRAGMENTÁRIO (António Aragão)
  • Edição: abril 1964
  • Impressão em offset na Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico

MONDAR editores[editar | editar código-fonte]

Notas para uma análise da Revolução Russa[17]
  • Autor: Jean Barrot
  • Edição: 4 de fevereiro 1974
  • Tipografia: GUIDE, Artes Gráficas, Lda
Política e Linguística – Sobre a resistência
  • Autor: Noam Chomsky
  • Edição: 18 de janeiro 1974
  • Tipografia: GUIDE – Artes Gráficas, Lda

NOTA: apreendido antes da Revolução dos Cravos

Imperialismo e Dependência (coletânea de textos)

NOTA: apreendido antes da Revolução dos Cravos

CIA (desenhos humorísticos)[19]

NOTAS: adaptado da edição original de Jean-Jacques Pauvert, Paris. 1968. Graças ao golpe militar do 25 de abril, a PIDE não apreendeu o livro.

Retrato do Colonizado, precedido do Retrato do Colonizador

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Neo-realismo em Ernesto de Sousa: Raízes de um percurso insólito em Academia.eu
  2. Páginas sobre Ernesto de Sousa em O Movimento dos Cineclubes
  3. : Henry Gauthier – Referência Hot Club de Lyon
  4. RIBEIRO, Ilídio (coligido) - Novíssimo teatro português. Lisboa: Ao sol, [s.d.]
  5. Referência de Alexandre Pomar de 07/31/2007
  6. Bergman no cerco no catálogo da Biblioteca Nacional de Portugal
  7. João Veiga Gomes
  8. Referência no jornal El País
  9. Significado Presente do Realismo Crítico na biblioteca da FLUC
  10. Carlos Saboga em Clap Filmes
  11. Poesia Experimental em CITI
  12. Poesia Experimental no catálogo da Biblioteca Nacional de Portugal
  13. Google livros
  14. Poesia experimental na PO.EX 70.80
  15. Poesia experimental – referências: « ... avant-garde movement, arose in Lisbon in the mid 60’s. It got its name from the title of a magazine, Cadernos de Poesia Experimental, which became the herald of the movement»
  16. Poesia Experimental na Infopédia
  17. Notas para uma análise da revolução russa (Coogle livros)
  18. Discurso na Universidade de Guadalajara, 2 de dezembro 1972, e discurso na Assembleia Geral da ONU, 4 de dezembro 1972
  19. «CIA - capa do livro». Consultado em 26 de dezembro de 2012. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013 
  20. Siné em ROCBO