Magisterium (His Dark Materials)

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O Magisterium (em português: Magistério) é uma igreja cristã fictícia da série de livros His Dark Materials de Philip Pullman, que controla teocraticamente todo o mundo. O Magisterium é o órgão máximo em questões políticas, sociais e religiosas. Ele dita o que pode ser ensinado, controla a maior parte dos governos do mundo, e reage brutalmente a dissidência.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

As questões das origens denominacionais do Magisterium são confusas. Pullman utiliza a retórica para dar a entender que no mundo de His Dark Materials as diversas igrejas cristãs, dentre elas a Igreja Católica, Ortodoxa e as demais Igrejas Protestantes se fundiram, por exemplo, João Calvino (um dos mais notáveis reformadores protestantes) no mundo de His Dark Materials foi um Papa. Calvino transferiu a sede do Papado de Roma para Genebra e criou o Tribunal Consistorial de Disciplina, aumentando o poder da Igreja sobre todos os aspectos da vida profundamente.

O Papado fora abolido após a morte de Calvino, e em seu lugar surgira vários tribunais, colegiados e conselhos, a partir desse momento os órgãos da Igreja passaram à ser conhecidos coletivamente como Magisterium. Devido à sua descentralização, o Magisterium também é cheio de lutas políticas. Vários de seus órgãos disputam maiores graus de poder, e muitas vezes são rivais, sendo que até mesmo ocultam informações entre si, a fim de promover suas próprias ambições políticas.[1] Algumas de suas mais poderosas facções parecem ser o Conselho Geral de Oblação, a Sociedade do Trabalho do Espírito Santo, o Tribunal Consistorial de Disciplina e o Colegiado dos Bispos, diz-se que, no século XX, o Tribunal Consistorial de Disciplina tinha se tornado o mais temido de todos os órgãos da Igreja.

Influência na ciência[editar | editar código-fonte]

O Magisterium mantém vigilância e controle sobre a ciência, ao qual nomeia de "teologia experimental", mantendo uma série de ensinamentos dogmáticos sobre a prática científica, e os "téologos experimentais" tem consciência que se descobrirem algo contrário à doutrina do Magisterium podem ser acusados de heresia, como ocorreu com Lorde Asriel, que foi sentenciado à morte pelo Magisterium por defender a teoria considerada herética da existência de vários mundos ou esferas, contrário à teoria de dois mundos defendida pelo Magisterium: o mundo material (Terra) e o espiritual (Céu e Inferno).

Heresias fictícias combatidas pela Magisterium[editar | editar código-fonte]

Devido ao surgimento destas heresias no século XX, diz-se que o Magisterium estava prestes á reativar a Inquisição.

  • Teoria Banard-Stokes (multiverso)
  • As partículas elementares Rusakov (Pó)

O declínio do Magisterium[editar | editar código-fonte]

No final do século XX de His Dark Materials, ocorre a Segunda Guerra do Céu, em que as igrejas de todos os mundos se reúnem para defender a Autoridade contra os anjos rebeldes e seres oprimidos pelas igrejas liderados por Lorde Asriel. Em seu mundo o poder do Magisterium cresce muito rapidamente e em seguida à derrota da Autoridade e das igrejas e com o desaparecimento dos líderes do Magisterium, seu poder declina e ocorre a separação entre igreja e estado.

Críticas à retratação do Magisterium[editar | editar código-fonte]

O Magisterium, bem como outros aspectos de His Dark Materials tem ocasionado controvérsias entre grupos cristãos. [2][3] Cynthia Grenier, da cultura católica, disse: "No mundo de Pullman, o próprio Deus (a Autoridade) é um implacável tirano" [4]Sua Igreja é um instrumento de opressão, e o verdadeiro heroísmo consiste em derrubar os dois."[5] William A. Donohue da Liga Católica descreveu a trilogia como "ateísmo para crianças". [6]

Ruta Skadi, uma feiticeira convoca pessoas para a guerra contra o Magistério dizendo que "Na história [as Igrejas]... tentaram suprimir e controlar todos os impulsos naturais. E quando não pode controlá-los, eles os cortavam". Skadi depois estende as críticas á toda religião: "Isso é o que a Igreja faz, e cada igreja é a mesma: controla, destrói, oblitera todo bom sentimento". Nesta parte do livro, as feiticeiras fizeram referência à forma como são tratadas criminalmente pela igreja em seus mundos. Mary Malone, uma dos principais personagens da Pullman, afirma que "... a religião cristã é um erro muito poderoso e convincente". Anteriormente uma freira católica, ela desistiu de seus votos quando se apaixonou, duvidando então de sua .

Pullman, no entanto, encontrou o apoio de alguns outros cristãos, sobretudo de Rowan Williams, o Arcebispo de Cantuária (chefe espiritual da Igreja Anglicana), que afirma que os ataques de Pullman incidem sobre as limitações e os perigos do dogmatismo e do uso da religião para oprimir, e não no cristianismo em si. [7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b In His Dark Materials, What is the Magisterium?. Wise Geek.
  2. Overstreet, Jeffrey (20 de fevereiro de 2006). «Reviews:His Dark Materials». Christianity Today. Consultado em 12 de abril de 2007 
  3. Thomas, John (2006). «Opinion». Librarians' Christian Fellowship. Consultado em 12 de abril de 2007 
  4. . Grenier, however, misrepresents the Authority: Pullman actually presents the Authority as a frail old man whose power the angel Metatron has taken.
  5. Grenier, Cynthia (2001). «Philip Pullman's Dark Materials». The Morley Institute Inc. Consultado em 5 de abril de 2007 
  6. Donohue, Bill (9 de outubro de 2007). «"The Golden Compass" Sparks Protest». The Catholic League for Religious and Civil Rights. Consultado em 4 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 19 de setembro de 2011 
  7. Petre, Jonathan (10 de março de 2004). «Williams backs Pullman». Daily Telegraph. Consultado em 12 de abril de 2007 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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