Nelinho

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Nelinho
Nelinho
Nelinho em 2014
Informações pessoais
Nome completo Manoel Rezende de Mattos Cabral
Data de nasc. 26 de julho de 1950 (73 anos)
Local de nasc. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Altura 1,80 m
destro
Informações profissionais
Clube atual aposentado
Posição lateral-direito
Clubes de juventude
1965
1965–1969
Olaria
America
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1969–1970
1970–1971
1971
1972
1972
1973–1980
1980
1981–1982
1982–1987
America
Barreirense
Deportivo Anzoátegui
Bonsucesso
Remo
Cruzeiro
Grêmio (emp.)
Cruzeiro
Atlético Mineiro

0008 0000(0)

0008 0000(0)
0010 0000(0)
0410 00(101)
0016 0000(2)
0017 0000(4)
0274 000(52)
Seleção nacional
1974–1980 Brasil 0021 0000(6)
Times/clubes que treinou
1993
1994
Atlético Mineiro
Cruzeiro

Manoel Rezende de Mattos Cabral (Rio de Janeiro, 26 de julho de 1950), mais conhecido como Nelinho, é um ex-futebolista brasileiro que atuava como lateral-direito.[1]

Seu chute potente e com efeito o tornou o melhor lateral-direito do mundo na sua época, e um dos melhores cobradores de falta da história do futebol do país.[2][3] Além disso, é o lateral-direito que recebeu mais vezes a Bola de Prata: quatro vezes.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Início[editar | editar código-fonte]

Começou profissionalmente no America e foi para o exterior logo aos 20 anos de idade, passando sem grande destaque pelo Barreirense, de Portugal, entre 1970 e 1971. Em seguida retornou ao Brasil para defender o Bonsucesso e o Remo, e depois de se destacar no Campeonato Brasileiro de 1972,[4] mesmo sendo reserva de Aranha, eleito o melhor lateral-direito do Campeonato,[2] Nelinho foi contratado pelo Cruzeiro.

Cruzeiro[editar | editar código-fonte]

Depois de amargar dois vices no Campeonatos Brasileiro, em 1974 e 1975,[2][5] o lateral chegou ao auge conquistando a Copa Libertadores da América em 1976, sendo esse o seu título mais importante. Na primeira partida da decisão, marcou um gol de falta na vitória por 4 a 1 sobre o River Plate, no Mineirão. Na finalíssima, em Santiago, fez um de pênalti no triunfo por 3 a 2.[4] Na campanha, foram cinco gols.[6] O lateral-direito ainda foi campeão mineiro de 1973, 1974, 1975 e 1977 pelo clube.[6][4] Nesta última conquista, em final direta contra o rival Atlético, Nelinho foi fundamental, pois os gols cruzeirenses nasceram quase todos de passes ou cruzamentos feitos por ele.[4]

Nelinho teve duas passagens pela Raposa, sendo a primeira de 1973 a 1980, interrompida por um empréstimo ao Grêmio. Já a segunda passagem, de apenas um ano, foi entre 1981 e 1982. A saída em definitivo ocorreu por ele discordar dos métodos do técnico Yustrich.[6][5] Apesar de atuar como defensor, Nelinho é um dos maiores artilheiros da história do Cruzeiro, com 105 gols.[4] O jogador é ainda um dos que mais vestiu a camisa celeste, com 411 apresentações.[6]

Atlético Mineiro[editar | editar código-fonte]

Em 2 de maio de 1982, após quase uma década defendendo o Cruzeiro, o lateral-direito iniciaria sua trajetória no Atlético Mineiro, onde deu a assistência para um dos gols do Galo no empate por 2 a 2,[2] contra o próprio Cruzeiro, num clássico pelo Torneio dos Campeões.[5] Foi vendido para o alvinegro por 20 milhões de cruzeiros novos.[3][5] Ganhou o título mineiro em 1982 e novamente no ano seguinte, para fechar a incrível sequência do hexacampeonato estadual.[2] Conquistou a taça também em 1985 e 1986 – nesse último ano, ainda ajudou o Galo a chegar à semifinal do Campeonato Brasileiro.[2]

Aposentadoria[editar | editar código-fonte]

Quando se despediu do mundo da bola como atleta, em 1988, Nelinho organizou uma partida no Mineirão, na qual anotou dois gols, obviamente de falta, na vitória do combinado Atlético-Cruzeiro sobre um selecionado mineiro.[3]

Em 1993, cinco anos após ter pendurado as chuteiras, o ex-lateral teve a missão de ser treinador do Galo. Em 27 partidas, ele conquistou 17 vitórias, cinco empates e sofreu outras cinco derrotas.[3]

Seleção Nacional[editar | editar código-fonte]

O lateral defendeu a Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo FIFA: na Copa do Mundo FIFA de 1974, realizada na Alemanha, Nelinho foi reserva de Zé Maria; enquanto na de 1978, disputada na Argentina, atuou como titular.[6] Nelinho foi protagonista de um dos mais belos gols desse torneio, na decisão do terceiro lugar,[4] em jogo realizado contra a Itália: aos 19 minutos do segundo tempo, pela direita, chutou de três dedos[6] com a parte externa do pé direito; a bola, que parecia ir para fora, fez uma curva acentuada para a direita, indo parar no canto oposto do goleiro Dino Zoff.[2][7]

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

  • Em 1979, Nelinho foi desafiado numa reportagem da TV Globo a chutar a bola para fora do Mineirão. O lateral aceitou o desafio e conseguiu.[8]
  • Seus pais são imigrantes de Ovar, município de Portugal.
  • Nelinho é o defensor com mais gols no campeonato Brasileiro com 53 gols em 242 jogos.[9]

Títulos[editar | editar código-fonte]

Cruzeiro
Grêmio
Atlético Mineiro
Seleção Brasileira

Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rogério Micheletti (26 de agosto de 2007). «Nelinho - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  2. a b c d e f g Fernando Beagá (30 de março de 2017). «Memória: Nelinho, herói dos rivais Cruzeiro e Atlético». Placar. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  3. a b c d Henrique André (2 de maio de 2019). «Há 37 anos, Nelinho estreava com a camisa do Atlético no clássico contra o ex-clube Cruzeiro». Hoje em Dia. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  4. a b c d e f Alexandre Simões e Thiago Prata (10 de dezembro de 2020). «Faltam 22 dias: Nelinho fez história com seu chute potente e taças levantadas». Hoje em Dia. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  5. a b c d Alexandre Simões (24 de julho de 2020). «Ídolo de Cruzeiro e Atlético e marca do futebol mineiro, Nelinho chega aos 70 anos neste domingo». Hoje em Dia. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  6. a b c d e f Ivan Drummond (28 de dezembro de 2020). «A curiosa história de Nelinho, maior lateral-direito do Cruzeiro». Superesportes. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  7. Renan Damasceno (7 de abril de 2018). «Vídeo: Nelinho relembra imagens marcantes das Copas de 1974 e 1978». Estado de Minas. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  8. Leandro Stein (26 de julho de 2015). «Relembre as patadas de Nelinho, o lateral que mandava a bola até para fora do Mineirão». Trivela. Consultado em 1 de agosto de 2022 
  9. «Defensor com mais gols na história do Brasileiro, Nelinho repassa carreira de idolatria por rivais». oGol. Consultado em 26 de outubro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]