Mapa T e O

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Mapa T e O do Etymologiae de Santo Isidoro de Sevilha

O mapa T e O consiste num modelo de mapa-múndi medieval, descrevendo o mundo segundo a ideias de Isidoro de Sevilha em sua publicação Etymologiae.

O disco de Isidoro refere-se ao mapa-múndi do século XIII. Este mapa esta dividido em três continentes: Ásia, África e Europa. O mapa apresenta claramente referências cristãs em suas escritas, como nomes encontrados na Bíblia, escritos embaixo de cada continente.

O disco de Santo Isidoro, serviu como referência até o final da Idade Média (século XV), aonde os Renascentistas com as novas descobertas, e principalmente com a descoberta do "Novo Mundo" (Américas), começaram a elaborar novos tipos de mapas. Ele é também considerado como "o mapa origem".

Isodoro (570 — 636), então bispo de Sevilha, criou o mapa etimologias (Etymologiae), igualmente chamado de mapa T-O. Ele possui um arranjo com o seguinte significado: o T representam as massas de águas que separam a terra (ou ecúmero, as terras habitadas do mundo) – O Mediterrâneo que separa a Europa da África; o Nilo, que separava a África da Ásia; e o rio Dom, separando a Ásia da Europa. O mundo habitado (ecúmero) teria sido dividido por Noé, após o fim do dilúvio, o T, representaria a Cruz e marcaria o “centro” do mundo, onde estaria localizada Jerusalém. Tais mapas eram circulares e cercados por um grande Oceano.[1]

O nome T–O significa Orbis Terrarum, com o T indicando Cristo crucificado e O indicando o oceano, o qual envolve o orbe. O mundo terreno, assim, deveria ser representado por suas iniciais, T e O, a partir do modelo de Isidoro de Sevilha. Um mapa formado por ensinamentos bíblicos do ser humano enquanto microcosmo e do espaço plano e em formato de disco.[2]

As representações de uma pequena parte do mundo (corografia medieval) seguem um padrão importante, praticamente todas são circulares, a partir do modelo T–O, pelo qual se buscava reconhecer o mundo então conhecido, com uma grande massa compacta, dividida em 3 partes (Europa, Ásia e África), separadas por 3 grandes massas de água: o Nilo, o Mediterrâneo e o Dom.[2]

No centro da respectiva representação, estaria a Jerusalém terrestre, tendo a Europa sido povoada pelo filho mais velho de Noé, o pálido Jafé, estando Roma representada como uma fortaleza. Na parte superior do mapa, estaria a Ásia, região dos filhos de Sem (filho de Noé), com Jerusalém ao centro, próxima do Mar Negro e o Paraíso no topo, aparecendo a Torre de Babel e a Arca de Noé entre a Ásia e África. Na parte inferior direita, aparece o continente negro, a África, povoada por outro dos filhos de Noé, Cam, o mais moreno deles e, nesse continente, estariam figuras como elefantes, dragões, monstros e um oásis cristão, a Etiópia.[2]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «IBGE | Atlas Escolar | conceitos gerais | história da cartografia | a idade média». atlasescolar.ibge.gov.br. Consultado em 13 de abril de 2021 
  2. a b c Noronha, Isabel (fevereiro de 2000). «A corografia medieval e a cartografia renascentista: testemunhos iconográficos de duas visões de mundo». História, Ciências, Saúde-Manguinhos (3): 681–687. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59702000000400009. Consultado em 13 de abril de 2021 
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