Marcelo Crivella
Marcelo Crivella | |
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Senador pelo Rio de Janeiro | |
Período | 1 de fevereiro de 2003 até a atualidade |
Ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil | |
Período | 2 de março de 2012 até 17 de março de 2014 |
Antecessor(a) | Luiz Sérgio de Oliveira |
Sucessor(a) | Eduardo Lopes |
Dados pessoais | |
Nascimento | 9 de outubro de 1957 (66 anos) Rio de Janeiro,RJ, Brasil |
Esposa | Sylvia Jane Hodge Crivella |
Partido | PSB |
Profissão | Engenheiro, Cantor, Escritor, Bispo evangélico |
Marcelo Bezerra Crivella (Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1957) é um político, cantor gospel, escritor e bispo brasileiro. Exerce mandato de senador da República pelo Partido Socialista Brasileiro, representando o estado do Rio de Janeiro. Eleito em 2002, com aproximadamente 3,2 milhões de votos,[1] Ocupou uma cadeira no Senado no período de 2003 a 2010. Em 2010, foi o primeiro senador reeleito no estado do Rio de Janeiro em 24 anos para o período 2011 a 2019. Cantor e bispo licenciado da denominação neopentecostal Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), é sobrinho de Edir Macedo.
Vida pessoal
Nascido na Policlínica de Botafogo e residente à época no bairro da Gávea, Descendente de imigrantes italianos e de migrantes nordestinos [2] e filho único de pais católicos, frequentou a Igreja Metodista na juventude.[3] Sua ligação com o tio, o bispo Macedo, fez com que começasse a frequentar a IURD em 1977, e a partir de sua conversão começou a trabalhar na recém-criada Igreja Universal do Reino de Deus. Após ter seu ministério aprovado, tornou-se pastor e depois de uma longa jornada e aprovação foi consagrado a bispo. Trabalhou por dez anos levando a Palavra de Deus através da Igreja Universal no continente africano.[3][4] Crivella é um orador hábil, atraindo multidões em cultos realizados pela Igreja Universal.[3] Sua pregação religiosa também é veiculada por radiodifusão.
É casado e tem 3 filhos,[5] formado em Engenharia Civil pela Universidade Santa Úrsula e Faculdade de Engenharia Civil de Barra do Piraí, atual UGB, em 1984,[6] e tornou-se conhecido pelo planejamento e execução do Projeto Nordeste, movimento beneficente que tinha a finalidade de tornar produtivas terras que estavam abandonadas pelo governo federal, na cidade baiana de Irecê. O projeto tornou viável na região o desenvolvimento agrícola e pecuário, a partir de modelos de irrigação que Crivella observou em várias viagens a Israel.
A produção musical, como cantor e compositor, o tornou um dos principais intérpretes do gênero gospel do Brasil, com 14 discos lançados, vendendo mais de 5 milhões de cópias; seu maior sucesso foi "O Mensageiro da Solidariedade", que recebeu uma certificação de Disco de Diamante, devido a mais de um milhão de discos vendidos em 1999, segundo a ABPD.[7][8][9] Os álbuns foram lançados pela gravadora Line Records, da qual Crivella é o principal artista,[10] e pela Sony Music.[11]
Em 2008, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possuir patrimônio de 78 mil reais.[9]
Lançou o seu CD "Confiar" em 2009.[12]
Atuação política
Motivado pelo bispo Macedo, Marcelo Crivella entrou na vida pública, postulando ao cargo de Senador da República nas eleições de 2002.[13] Crivella foi eleito para um mandato no período 2003-2011.
Crivella candidatou-se ainda ao governo do Estado do Rio, em 2006, 2014, e à Prefeitura da capital, em 2004 e 2008.
Em 2004 foi o segundo colocado na disputa pela prefeitura carioca, porém não conseguiu ir para o segundo turno contra César Maia. Segundo Crivella, este sofreu uma perseguição por parte do jornal O Globo, que publicou diversas matérias acusando-o de fraudes.
Em 2005, em meio à crise do Mensalão, junto com o vice-presidente da República, José Alencar, entre outros políticos, cria uma dissidência do PL, o Partido Republicano Brasileiro (PRB), partido que se denomina como centro-esquerda e que reafirma o apoio ao Governo Lula.
No ano de 2006 se candidata ao governo do estado do Rio de Janeiro, sendo apoiado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (que também apoiou o candidato Vladimir Palmeira), e na maior parte do tempo apontado pelas pesquisas como o segundo mais votado. Na última semana antes das eleições, porém, é ultrapassado pela candidata do PPS, Denise Frossard, e acaba novamente fora do segundo turno. Durante a campanha, fez duras críticas ao candidato do PMDB Sérgio Cabral, com quem acabou firmando apoio no segundo turno, e Cabral foi eleito.
Crivella foi candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.[14] Logo após ao lançamento da pré-candidatura de Fernando Gabeira, Crivella gerou polêmica em entrevista ao destacar que o deputado do PV apoia o "homem-com-homem" e a legalização da maconha[15]
Disputou a quarta eleição direta em 2008, pelo cargo de prefeito da capital fluminense, porém ficou em terceiro lugar no primeiro turno.[9]
Em 2010, Crivella foi eleito para o segundo mandato de senador pelo Rio de Janeiro, de 2011 a 2019.
Em 29 de fevereiro de 2012 foi escolhido para assumir o Ministério da Pesca e Aquicultura no governo de Dilma Rousseff.[16] Tomou posse em 2 de fevereiro.[17] Deixou a pasta em 17 de março de 2014 em uma reforma ministerial promovida pela presidente.[18] Em 2014, Crivella concorreu novamente ao cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro, classificando-se em segundo lugar no primeiro turno, e obtendo mais de 44% dos votos no segundo turno.
Em março de 2016, confirmou sua saída do PRB e o ingresso no Partido Socialista Brasileiro (PSB), visando as eleições para a prefeitura do Rio em 2016.[19]
Atuação no Senado
No Senado Federal, Crivella tem como marca a atuação junto à diáspora brasileira. Ele foi presidente da Subcomissão Permanente de Proteção dos Cidadãos Brasileiros no Exterior, subordinada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da qual Crivella foi vice-presidente. Um de seus alvos foi a detenção, por período indeterminado, de cidadãos brasileiros nos Estados Unidos, acusados de serem imigrantes ilegais.[20]
Crivella foi apontado pela ONG Transparência Brasil como o terceiro senador mais prolífico na proposição de matérias com impacto.[21]
Convicções pessoais
Marcelo Crivella é reputado como um político de orientação conservadora.[22][23] No entanto, o senador é um grande aliado do Presidente Lula, e seu partido faz parte da base de sustentação ao governo. Crivella é contra a legalização do aborto.[24] Sobre homofobia ele esclareceu, após protestos de ativistas, que teme consequências inadvertidas da lei contra a homofobia, mas é contrário à violência homofóbica.[25]
Um dos fundadores do PRB, Crivella afirmou que o partido é mais próximo da esquerda que do neoliberalismo.[8] Em discurso no Senado, Crivella saudou o PCdoB, ressaltando que o Evangelho contém ensinamentos do Comunismo.[26]
Em 2006, Crivella manifestou seu apreço por José e Roseana Sarney.[27]
Em resposta a reportagem de capa da revista Veja acerca da influência de Darwin, Crivella disse que é criacionista e rejeita a teoria da evolução.[28] Afirmou o senador que "não há provas conclusivas de que […] uma espécie possa gerar outra espécie". Ele disse também que não existem fósseis com características de reinos animais distintos, como "seres metade anfíbio e metade ave ou peixe".
Crivella é favorável a políticas públicas de planejamento familiar, por meio da educação sexual e esterilização, e à Lei de Biossegurança, que regulamentou as pesquisas com células-tronco.[29]
Controvérsias
A ligação entre Marcelo Crivella e a Igreja Universal do Reino de Deus é alvo frequente de críticas.[13][30][31] A igreja é acusada de fazer propaganda eleitoral pelo senador, o que é um crime eleitoral.[32] Em sua estratégia, Crivella busca a independência política em relação à igreja, para atingir eleitores não fiéis.[33]
Foi investigado pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado, sob suspeita de ter enviado dinheiro ilegalmente a paraísos fiscais por meio das empresas Unimetro e Cremo, ligadas à Igreja Universal e Rede Record.[34] Foi investigado também em processo contra as empresas Investholding e Cableinvest, por supostos crimes contra o sistema financeiro - o caso foi arquivado por falta de provas pelo STF em 2006.[35]
Crivella é suspeito de agir como "laranja" da Igreja Universal, registrando em seu nome bens de propriedade da Igreja.[36] Ele deixou de declarar à Justiça Eleitoral e à Receita a posse de duas emissoras de televisão, retransmissoras da TV Record, que é ligada à Igreja.[37]
Em 2008, teve o nome envolvido no episódio em que militares comandados por um tenente capturaram três moradores do Morro da Providência para serem torturados e mortos por uma facção de traficantes rivais. Crivella foi o senador que patrocinou a ida do Exército ao morro, para supervisionar obras do Projeto Cimento Social, de urbanização da favela, tendo submetido o projeto à análise do presidente Lula - que o aprovou. O assassinato dos jovens gerou grande polêmica quanto à legalidade da presença das tropas no morro, o que criou um impasse. Posteriormente, a Justiça Eleitoral julgou que o Projeto Cimento Social tinha conteúdo eleitoreiro, beneficiando Crivella irregularmente, e embargou as obras. Por consequência, o exército retirou do morro o seu efetivo.[38]
É dele também o projeto de lei que pretende corrigir uma lacuna na constituição sobre o tema terrorismo, motivado pelas tragédias que acompanharam outros eventos esportivos. O objetivo é tipificar os atos de terrorismo, de forma a separá-los de crimes comuns.[39] Alguns movimentos sociais afirmam que este projeto tem o objetivo de criminalizar as manifestações[40].
A definição de terrorismo segundo o projeto é:
"Sequestro de delegações, assassinato de atletas, explosão de bombas no acesso ou dentro de estádios com morte em massa de torcedores, assassinato de jornalistas."
Discografia
Além de político e bispo da IURD, também é músico e compositor, somando 16 álbuns musicais gravados, sendo 13 CDs, 2 LPs e 1 coletânea.
Seu mais recente trabalho lançado até agora é o CD "Confiar", de 2009. [41]
EPs
- 1992 - Aos que Sofrem (Grav. Line Records - Produzido em parceria com Tonny Sabetta)
- 1993 - Stop Suffering (Grav. UCKG Records - RSA)
Álbuns de estúdio
- 1997 - Perfume Universal (Grav. Line Records)
- 1998 - Como Posso me Calar (Grav. Line Records)
- 1998 - África (Grav. EMI Music)
- 1999 - Tá Amarrada a Escravidão (Grav. Line Records)
- 1999 - O Mensageiro da Solidariedade (Grav. Glory Records/Sony Music)
- 2000 - Vamos Irrigar o Sertão (Grav. Nova Canaã Produções)
- 2001 - Coração a Coração (Grav. Line Records)
- 2002 - Fonte Universal (Grav. Line Records)
- 2003 - Um Grande Amor (Grav. Line Records)
- 2004 - Não se Compara (Grav. Line Records)
- 2007 - Pai (Grav. Line Records)
- 2009 - Confiar (Grav. Line Records)
- 2014 - Marcelo Crivella - 25 anos (Grav. Independente)
Coletâneas
- 2003 - Coletâneas (Vols. 1, 2 e 3) (Grav. Line Records)
Livros
Foi o autor dos livros Histórias de Sabedoria e Humildade, uma coleção de contos de cunho moral e religioso, e Um Sonho que se Tornou Realidade, que trata do Projeto Nordeste.[42]
Referências
- ↑ «Resultados da Eleição de 2002, Tribunal Regional Eleitoral, Rio de Janeiro». TSE.jus.br
- ↑ http://www.dicionariompb.com.br/bispo-marcelo-crivella/biografia Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ a b c Veja. 3 de novembro de 1999 http://veja.abril.com.br/031199/p_044.html Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Discurso de Crivella no Senado Federal». Senado.gov.br
- ↑ «"Conheca as propostas de Marcelo Crivella para governo do Rio"». O Globo. Consultado em 18 de Julho de 2014
- ↑ «Biografia pessoal». Marcelocrivella.com.br
- ↑ «Marcelo Crivella». Abpd.org.br
- ↑ a b «Portal Fazendo Media». Fazendomedia.com
- ↑ a b c G1 http://g1.globo.com/Noticias/Eleicoes/0,,AA1252491-6302,00.html Em falta ou vazio
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(ajuda) Erro de citação: Código<ref>
inválido; o nome "G1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ «IstoÉ Dinheiro». Zaz.com.br
- ↑ «Google Books». Books.google.com
- ↑ «CD "Confiar"». Marcelocrivella.com.br
- ↑ a b «Rio». Veja. 25 de setembro de 2002
- ↑ «Diário do Rio de Janeiro: Pesquisa Ipsos para as eleições para Prefeito do Rio em 2008». Diariodorio.com
- ↑ «Online - Crivella: 'Gabeira defende homem com homem e maconha'. Pesquisa mostra senador na frente da disputa para prefeito do Rio». Globo.com. Consultado em 23 de março de 2008
- ↑ «Senador Marcelo Crivella assume Ministério da Pesca, anuncia Planalto». G1
- ↑ «Senador Marcelo Crivella é o novo ministro da Pesca». R7.com. Noticias.r7.com
- ↑ «Governo publica no 'Diário Oficial' nomeação de seis novos ministros». G1. 17 de março de 2014. Consultado em 17 de março de 2014
- ↑ «Marcelo Crivella acerta filiação com PSB para disputar prefeitura do Rio». Estadão
- ↑ «Senado Federal - Ata da Subcomissão Permanente de Proteção dos Cidadãos Brasileiros no Exterior» (RTF). Webthes.senado.gov.br. 18 de novembro de 2003
- ↑ «ONG Transparência Brasil» (PDF). Excelencias.org.br
- ↑ «Jornal do Brasil - reprodução Senado Federal». Senado.gov.br
- ↑ «Eleições 2006». Sidney Rezende.com
- ↑ Posicionamento contra o aborto oglobo.com
- ↑ «Artigo de Marcelo Crivella». Adca.org.br
- ↑ «Agência Senado». Senado.gov.br
- ↑ «Jornal Veja Agora». Jornalvejaagora.com.br
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- ↑ «Agência Brasil». Agenciabrasil.gov.br
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- ↑ «ABGLT faz campanha contra Crivella no Rio». Estadão.com.br
- ↑ Site da Folha de S. Paulo. 5 de setembro de 2006 http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u82541.shtml Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «GERALDO, PHB. A construção da identidade: a participação de Crivella nas eleições municipais do Rio de Janeiro.» (PDF). Conpedi.org
- ↑ Lima, Edson (5 de novembro de 2007). «Promotoria abre processo contra bispo». Diário do Norte do Paraná Online. Consultado em 26 de abril de 2014
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- ↑ Site da Folha de S. Paulo. 17 de julho de 2004 http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u62498.shtml Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Observatório da Imprensa». Observatoriodaimprensa.com.br
- ↑ «Portal Último Segundo». iG. Ultimosegundo.ig.com.br. 24 de junho de 2008
- ↑ Terrorismo marcelocrivella.com.br
- ↑ «PL quer punir "terroristas" e grevistas na Copa». Andrea Dip. A Pública. Consultado em 27 de dezembro de 2012
- ↑ «Discografia de Marcelo Crivella». Marcelocrivella.com.br
- ↑ «Livros de Marcelo Crivella». Marcelocrivella.com.br
Ligações externas
- «Página pessoal». www.marcelocrivella.com.br
- «Página do Senador Marcelo Crivella». www.senado.gov.br
Precedido por Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira |
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