Marcos Carneiro de Mendonça

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Marcos Carneiro de Mendonça
Nome completo Marcos Cláudio Philippe Carneiro de Mendonça
Nascimento 25 de dezembro de 1894
Cataguases, Minas Gerais, Brasil
Morte 19 de outubro de 1988 (93 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Residência Solar dos Abacaxis, Rio de Janeiro
Ocupação futebolista, escritor, historiador e bibliotecário
Solar dos Abacaxis - a casa do casal Mendonça no bairro Cosme Velho, após 1944.

Marcos Cláudio Philippe Carneiro de Mendonça (Cataguases, 25 de dezembro de 1894Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1988) foi historiador, escritor, jogador de futebol e presidente do Fluminense.

Carreira no futebol[editar | editar código-fonte]

Marcos Carneiro de Mendonça foi o primeiro goleiro da Seleção Brasileira e detém até os dias atuais o título de goleiro mais jovem a ser selecionado, pois tinha 19 anos quando de seu primeiro jogo, contra o Exeter City, da Inglaterra, em 21 de julho de 1914. Foi titular por nove anos, conquistando os campeonatos sul-americanos de 1919 e 1922.

Marcos começou a sua carreira no time do Haddock Lobo, com a fusão com o America passou a defender o time rubro, onde foi campeão carioca de 1913. Tinha 1,87 m de altura.

Estreou pelo seu primeiro clube, justamente contra o Fluminense, clube ao qual dedicaria grande parte de sua vida, ainda em 1910.[1]

Assim como dezenas de sócios e atletas do America, descontentes com a diretoria, Marcos se transferiu para o Fluminense em 1914, tendo sido seu goleiro titular até 1922.

Em 127 jogos pelo Flu, sofreu 164 gols e foi tricampeão carioca em 1917/1918/1919.

Empresário que atuou à frente da Usina Esperança, passou pela Usina Queiroz Júnior e após encerrar a sua bem sucedida carreira empresarial, adquiriu a biblioteca e coleção de documentos que pertenceram a D. António de Almeida Soares Portugal (1699—1760), 4.° Conde de Avintes, filho do anterior. Foi feito Conde de Lavradio e mais tarde Marquês de Lavradio, passando a se dedicar à escrever e pesquisar. Pesquisador incansável, gostava de se apresentar não como historiador, mas como heurista. Foi presidente do Fluminense F.C. entre 1941 e 1943, conquistando como dirigente, o bicampeonato carioca em 1941, no famoso Fla-Flu da Lagoa.

Casado com a poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça, pai da crítica teatral Bárbara Heliodora, uma das maiores especialistas em Shakespeare do país, falecida em abril de 2015.[2]

Principais títulos no futebol[editar | editar código-fonte]

America
Fluminense
Seleção Brasileira

Historiador[editar | editar código-fonte]

Em 1970.

Como historiador, Marcos Carneiro de Mendonça foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e criador do Centro de Estudos e Pesquisas Históricas (CEPH). Marcos dedicou parte de sua vida à pesquisa sobre o século XVIII no Brasil e especializou-se no período do Marquês de Pombal e seu irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado e as ligações destes com o Brasil.[3][4]

Sua biblioteca, com cerca de 11 mil volumes, incluía obras dos grandes viajantes Rugendas, Debret, Maximilian Von Wide, uma coleção Brasiliana completa e ainda 7 mil documentos inéditos, adquiridos dos descendentes do marques de Lavradio, acervo que hoje se encontra na Academia Brasileira de Letras.[3]

Pesquisador reconhecido, publicou, entre outros, os seguintes títulos: O Intendente Câmara (1933), O Marquês de Pombal e o Brasil (1960), A Amazônia na era pombalina (1963), Erário Régio (1968), Raízes da formação administrativa do Brasil, séculos XVI – XVIII (1972), Aula do Comércio (1982), A Independência e a Missão Rio Maior (1984), Rio Guaporé, Primeira fronteira definitiva do Brasil (1986), Século XVIII Século Pombalino no Brasil (1988), pesquisas que desenvolveu em sua biblioteca, as últimas de 1982 a 1988, à frente de uma equipe patrocinada pela Xerox do Brasil, que tinha como coordenador o professor Elmer C. Corrêa Barbosa. Todas estas pesquisas resultaram em livros publicados com o selo da empresa patrocinadora e integram a coleção Biblioteca Reprográfica Xerox, todas as edições esgotadas.[5]

Foi membro também do Conimbricensis Institute, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, dos Institutos Históricos de Minas Gerais, Petrópolis, Niterói e Guarujá e do Centro de Estudos da Marinha, de Portugal, tendo sido presidente da Sociedade Capistrano de Abreu.[5]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BAIRRAL, Lúcio; BARROS, Rodrigo. De Oswaldo Gomes a Fred: A história do Fluminense Football Club no centenário da Seleção Brasileira. Rio de Janeiro: Estante do Autor, 2015. 300p.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]