Marmárica

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Mapa do norte da África mostrando a Marmárica (em laranja) e a Cirenaica (em rosa).

Marmárica (em latim: Marmarica) é uma antiga região da costa do norte da África entre a Cirenaica e o Egito. A Marmárica propriamente dita estava delimitada a leste pelas escarpas do Catabatmo Magno, atualmente conhecido como Akabah el-Kebir, em Salum. Os geógrafos do período helenístico incluíam o Egito na Ásia e desenhavam a fronteira entre os dois continentes justamente ali. Sob o Império Romano, a definição de "Marmárica" foi expandida para incluir o Nomo Líbio, a região entre o Catabatmo e a baía de Plíntine (Sinus Plinthinetes) que até então era parte do Egito.

Seu território correspondia ao da região fronteiriça entre a Líbia e o Egito modernos, incluindo as cidades de Fítia (Phthia; Bomba, na Líbia), Palíuro (Paliurus, Timimi), Antipirgo (Tobruque), Gônia (Acroma) Bárdia, Sallum (As-Salum) e Zigra (Sidi Barrani).

Geografia[editar | editar código-fonte]

Provincia Libya Inferior
Província da Líbia Inferior
Província do(a) Império Romano e Império Bizantino
293641


A província da Líbia Inferior, na antiga região da Marmárica, num mapa da Diocese do Egito, c. 400
Capital Paretônio
Líder presidente

Período Antiguidade Tardia
293 Criação da Diocese do Oriente
370 Criação da Diocese do Egito
641 Conquista muçulmana do Magrebe

A região se estendia para o sul por uma grande distância, incluindo o Oásis de Siuá, conhecido na época pelo seu santuário de Amon. Os habitantes de Marmárica eram conhecidos genericamente como marmáridas (marmaridae), mas acabaram recebendo outros nomes como adirmáquidas (adyrmachidae) e gilígamas (giligammae) nos distritos costeiros e nasamões e augilas (augilae) no interior. Diz-se que os primeiros eram muito diferentes das tribos nômades do país e lembravam os egípcios.

A parte oriental de Marmárica, considerada por alguns geógrafos como um distrito separado entre Marmárica e Egito, ficou conhecido como Nomo Líbio (Libycus Nomus) e o território ao sul dali era habitado pelos amônios, que se baseavam no celebrado e fértil oásis de Amon. O "Périplo de Cílax de Carianda" afirma que os adirmáquidas teriam sido os primeiros a viver na "Líbia", o nome pelo qual era conhecida toda a região do Egito romano a oeste do Nilo e, mais precisamente, também a leste da foz do Nilo em Canopo.

A cidade de Paretônio (também chamada de Amônia, a moderna Mersa Matruh) era a cidade mais ocidental do Egito, razão pela qual ela e Pelúsio eram conhecidas como os "chifres do Egito". Por volta de dez estádios a oeste de Paretônio estava Ápis, com ambas marcando a fronteira do território do Nomo Líbio. Menelau Porto, perto da moderna cidade de Zawiyat Umm Rukbah), que, de acordo com a tradição teria sido fundada por Menelau, era o local onde estava o corpo de Agesilau II.

Província romana[editar | editar código-fonte]

A reforma de Diocleciano (r. 284-305) de 296 mudou completamente a estrutura administrativa do império. A Cirenaica foi dividida em duas novas províncias, a Líbia Superior ou "Líbia Pentápole", que abrangia a Pentápole e tinha Cirene como capital, e a Líbia Inferior ou Líbia Sica, na Marmárica, com capital na cidade portuária de Paretônio, cada uma governada por um modesto presidente. Ambas foram subordinadas inicialmente à Diocese do Oriente, cuja capital estava na distante Antioquia, na Síria romana, e, depois de 370, à Diocese do Egito, na Prefeitura pretoriana do Oriente. A região vizinha da Tripolitânia, para o oeste, a maior entre as várias províncias resultantes da divisão da antiga África Proconsular, tornou-se parte da Diocese da África, que estava na Prefeitura pretoriana da Itália e África. Depois que o império foi dividido, a Marmárica (assim como toda a Prefeitura do Oriente) tornou-se parte do Império Romano do Oriente, o futuro Império Bizantino, e fazia fronteira com o Império Romano do Ocidente na divisa com a Tripolitânia.

Sés episcopais[editar | editar código-fonte]

As sés episcopais da província e que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são[1]:

Para as sés da Líbia Superior, veja Cirenaica.

Referências

  1. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Charles Anthon, A system of ancient and mediæval geography for the use of schools and colleges, Harper & brothers, 1855, 722-224.
  • George Kish, A Source book in geography, Harvard University Press, 1978, ISBN 978-0-674-82270-2, p. 24.
  • Leonhard Schmitz, A manual of ancient geography, Blanchard and Lea, 1857, 383-384.