Massacre do Campo de Marte

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Vista atual do Campo de Marte a partir do nível mais alto da Torre Eiffel, com a Torre Montparnasse ao fundo.

O Massacre do Campo de Marte é um evento da Revolução Francesa acontecido em 17 de Julho de 1791.

Premissas[editar | editar código-fonte]

Após a Fuga do Rei Luís XVI e sua prisão em Varennes, acontecida na noite de 20 para 21 de junho de 1791, Luís XVI perdeu a confiança do povo. Apesar de a Assembleia Constituinte tentar salvar as aparências, mantendo a ficção de um rapto e não de uma fuga, a monarquia está desacreditada aos olhos do povo que desconfia que o rei esteja mancomunado com potências estrangeiras, beirando a traição. A ideia da abolição da monarquia e da instauração de uma república faz seu caminho. Em 15 de julho de 1791, Choderlos de Laclos redige para o Clube dos Cordeliers uma petição contra os decretos de 15 e 16 de julho que dariam novamente ao rei todos os direitos, sem formalmente exigir o fim da monarquia.

O massacre[editar | editar código-fonte]

O Marquês de La Fayette

Em 16 de Julho, agentes dos Cordeliers dirigem um agrupamento ao Campo de Marte para a assinatura desta petição que declara não reconhecer mais Luís XVI como rei. Tendo todas as autoridades recebido ordem da Constituinte de respeitar as leis e a tranquilidade pública, em 17 de Julho uma multidão dirige-se ao Campo de Marte. Como a petição não havia ainda chegado por volta da uma hora, a multidão decide redigir uma nova petição no próprio local. Durante o tempo de espera pela petição e deliberações posteriores, o tumulto torna-se assustador. O Marquês de La Fayette, que se mantém diante dos signatários, à frente da Guarda Nacional de quem é comandante, é mal-recebido. O povo joga pedras contra a Guarda Nacional. Um homem atira contra La Fayette sem atingi-lo. Bailly, prefeito de Paris, tenta reprimir a revolta decretando a lei marcial que permite às forças da ordem de fazer uso de suas armas. La Fayette ordena a seus soldados para atirar com balas de festim porém a multidão, percebendo o embuste, volta a apedrejar os soldados. Bailly dá então ordem de atirar no povo, fazendo cerca de cinquenta mortos e centenas de feridos. Uma carga de cavalaria acaba de dispersar a multidão.

Consequências[editar | editar código-fonte]

A popularidade de La Fayette sofreu muito com este incidente. Em 8 de outubro de 1791, demite-se do comando, antes de se retirar para suas terras. Conserva no entanto a vida, já que Bailly, a quem os "Sans-culottes" jamais perdoaram esse tiroteio, considerado crime contra o povo, pagou com a vida, subindo ao cadafalso em 12 de novembro de 1793. A princípio, este deveria ser guilhotinado no centro da esplanada do Campo de Marte, antes do caráter sagrado do local ser invocado para proibir o desenrolar da execução.

Referências (em francês)[editar | editar código-fonte]

  • Albert Mathiez, Le Club des Cordeliers pendant la crise de Varennes, et le massacre du Champ de Mars, Paris, Champion, 1910
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