Maurício Peixoto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maurício Peixoto
Maurício Peixoto
Conhecido(a) por Teorema de Peixoto
Nascimento 15 de abril de 1921
Fortaleza, Ceará
Morte 28 de abril de 2019 (98 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituições
Campo(s) matemática

Maurício Matos Peixoto (Fortaleza, 15 de abril de 1921Rio de Janeiro, 28 de abril de 2019) foi um engenheiro e matemático brasileiro.[1] Foi presidente do CNPq, da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Em 1969 recebeu o Prêmio Moinho Santista em reconhecimento aos seus estímulos à produção intelectual brasileira. Em 1997, recebeu o Prêmio de Matemática da Academia Mundial de Ciências (TWAS).[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Fortaleza, em 1921, filho de José Carlos de Matos Peixoto, governador do Ceará e de Violeta Rodrigues Peixoto.[1][3] Depois da revolução de 1930, a família foi forçada a se mudar para o Rio de Janeiro. Maurício se interessou pela matemática depois de ser reprovado nela na escola, aos 11 anos, já morando no Rio de Janeiro e estudando no Colégio Pedro II. Assim começou a fazer aulas de reforço particulares, onde acabou se decidindo por uma formação na área.[1][4][3]

Por não existir cursos no Brasil na época voltados para a formação em matemática, Maurício ingressou em engenharia, na Escola de Engenharia da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[2]

Foi na universidade que ele conheceu sua primeira esposa, a também matemática Marília Chaves Peixoto[5], com quem se casou em 1946. Separado, casou-se mais duas, tendo ao todo quatro filhos. Foi na universidade que ele conheceu Leopoldo Nachbin[2], com quem fundou o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA)[1], ao lado de Lélio Gama.[6]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Mesmo sendo engenheiro de formação, Maurício nunca exerceu a profissão. Passou a lecionar matemática, tendo a cadeira da disciplina na mesma escola de engenharia onde estudou e depois se tornou livre docente em Mecânica Racional.[2] Foi visitante na Universidade de Chicago (1949-1951) e na Universidade de Princeton (1957 e 1958)[4]. Durante a década de 1960, Maurício lecionou na Universidade Brown, nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, nos anos 1970, foi para a Universidade de São Paulo, onde lecionou no Instituto de Matemática e Estatística (IME).[2]

Maurício desenvolveu o Teorema de Peixoto[7], que caracteriza os campos de vetores estruturalmente estáveis em variedades compactas de dimensão, relacionado a Sistemas Dinâmicos, estudo considerado um marco na matemática brasileira e mundial.[2] Foi também um dos pioneiros mundiais nos estudos da estabilidade estrutural.[8][1]

Maurício foi presidente do CNPq entre 1979 e 1980[3], da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).[2] Em 1969 recebeu o Prêmio Moinho Santista em reconhecimento aos seus estímulos à produção intelectual brasileira. Em 1997, recebeu o Prêmio de Matemática da Academia Mundial de Ciências (TWAS).[2] Em 1987, Peixoto foi premiado pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo, "por seus estudos fundamentais e pioneiros da estabilidade estrutural em sistemas dinâmicos, em particular, por provar que fluxos superficiais são genericamente estáveis".[9]

Em 1974, foi o segundo brasileiro palestrar como convidado no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em Vancouver, no Canadá, sendo que o primeiro havia sido o amigo de longa data, Leopoldo Nachbin, em Estocolmo, na Suécia, em 1962.[3] Foi palestrante convidado do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM) em Vancouver (1974), o segundo brasileiro a palestrar no ICM depois de Leopoldo Nachbin.[6]

Morte[editar | editar código-fonte]

Maurício morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 28 de abril de 2019, aos 98 anos.[3][10] A causa da morte não foi divulgada.[2][3][10][9]

Referências

  1. a b c d e Freire, Dianara Figueirêdo; Queiroz, Antonio José Melo De (2020). «AS CONTRIBUIÇÕES DE MAURÍCIO PEIXOTO PARA A MATEMÁTICA BRASILEIRA». Boletim Cearense de Educação e História da Matemática. 7 (20): 57–66. ISSN 2447-8504. doi:10.30938/bocehm.v7i20.2854. Consultado em 18 de maio de 2022 
  2. a b c d e f g h i Redação (ed.). «Morre o matemático Maurício Peixoto, um dos fundadores do IMPA». Revista Galileu. Consultado em 28 de abril de 2019 
  3. a b c d e f «Faleceu o Acadêmico Maurício Matos Peixoto». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 28 de abril de 2019 
  4. a b c «Membros - Maurício Peixoto». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  5. «Pioneiras da Ciência do Brasil - Portal CNPq 6». cnpq.br. Consultado em 28 de abril de 2019 
  6. a b Marcelo Viana (ed.). «Breve Panorama da Matemática Brasileira» (PDF). Ciência e Cultura. Consultado em 28 de abril de 2019 
  7. Fernando Pereira Micena (ed.). «Estabilidade Estrutural e o Teorema de Peixoto» (PDF). Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. Consultado em 28 de abril de 2019 
  8. «O teorema de Peixoto e sua influência no estudo da estabilidade estrutural das linhas de curvatura sobre superfícies compactas». Biblioteca Virtual da FAPESP. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  9. a b «Morre no Rio o matemático Maurício Matos Peixoto». G1. 28 de abril de 2019. Consultado em 28 de abril de 2019 
  10. a b Fábio Grellet (ed.). «Aos 98 anos, morre Maurício Peixoto, um dos fundadores do IMPA». O Estado de São Paulo. Consultado em 9 de dezembro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Precedido por
Aristides Azevedo Pacheco Leão
Presidente da
Academia Brasileira de Ciências

1981 — 1991
Sucedido por
Oscar Sala