Maurício Soares

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Maurício Soares
Maurício Soares
13.º Prefeito de São Bernardo do Campo
Período 1º de janeiro de 1989 até 1º de janeiro de 1993
Vice-prefeito Djalma de Souza
Antecessor(a) Aron Galante
Sucessor(a) Walter Demarchi
15.º Prefeito de São Bernardo do Campo
Período 1º de janeiro de 1997 até 5 de março de 2003 (2 mandatos consecutivos)
Vice-prefeito 1°-Maurício Caetano de Castro Filho (1997-2001)
2°-William Dib (2001-2003)
Antecessor(a) Walter Demarchi
Sucessor(a) William Dib
Dados pessoais
Nascimento 29 de julho de 1939
Abaeté, Minas Gerais
Morte 28 de março de 2021 (81 anos)
São Bernardo do Campo, São Paulo
Esposa Laerte Soares[1]
Partido PT (1980-1993)
PSDB (1993-2000)
PPS (2000-2001)
PSDB (2001-2003)
PSB (2003-2008)
PT (2008-2015)
PHS (2016-2019)
PODE (2019-2021)
Profissão advogado

Maurício Soares (Abaeté, 29 de julho de 193928 de março de 2021) foi um político brasileiro.

A formação política de Maurício começou quando ele exerceu o cargo de advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.[2]

Maurício foi eleito prefeito de São Bernardo do Campo pela primeira vez em 1988, pelo PT.[3] Permaneceu no cargo até 1992. Voltou à prefeitura em 1997, depois de ser eleito em 1996, já pelo PSDB.[4] Disputou e venceu a reeleição em 2000, por outro partido, o PPS. Pediu afastamento do cargo no início de 2003, por motivos de saúde.[5] Filiou-se posteriormente ao PSB, rompendo em 2008 com o governo de William Dib (PSDB) para apoiar a candidatura a prefeito do candidato Luiz Marinho (PT), retornando a este partido em 13 de Agosto deste mesmo ano.

Primeira Gestão (1989-1993)[editar | editar código-fonte]

Durante sua primeira gestão Soares ficou conhecido por municipalizar o transporte coletivo, assim como seu colega de partido e prefeito e Diadema Gilson Menezes (em cuja gestão criou a Empresa de Transporte Coletivo de Diadema), criando em 1989 a Empresa de Transportes Coletivos de São Bernardo do Campo (ETCSBC) para operar e planejar o transporte público da cidade.[6]

Outra obra da época foi a realização de mutirões para a construção de casas populares. Com auxílio técnico da Cohab-SP, foram construídas 600 unidades habitacionais em 37 núcleos de favelas da cidade.[7][8] Participou da criação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em 1990.[9]

Ao final de sua primeira gestão, enfrentou oposição interna do próprio partido por conta de posicionamentos anteriores (como o de apoiar Fleury Filho nas Eleições estaduais em São Paulo em 1990 contrariando a orientação do partido que defendia o voto nulo).[10][11] A turbulência interna do PT culminou no lançamento conturbado da candidatura do ex deputado federal Djalma Bom (que venceu uma disputa interna no partido contra Wagner Lino Alves), que acabou derrotado por Walter Demarchi (PTB) na Eleição municipal de São Bernardo do Campo em 1992 por quase 35 mil votos.[12]

Entre mandatos[editar | editar código-fonte]

Após o fim de sua gestão Soares voltou a trabalhar no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Logo entrou em conflito com Djalma Bom e acabou demitido do sindicato. Soares decidiu deixar o PT em agosto de 1993, alegando falta de apoio dos dirigentes partidários no episódio de demissão do sindicato. Em 20 de dezembro, filiou-se ao PSDB.[13]

No PSDB articulou sua candidatura para a prefeitura de São Bernardo. Na Eleição municipal de São Bernardo do Campo em 1996, venceu o ex prefeito Antônio Tito Costa (PFL), enquanto seu ex partido (PT) ficou em um modesto terceiro lugar com a candidatura do ex vereador Wagner Lino Alves (que havia tentado ser candidato em 1992). O candidato do prefeito Walter Demarchi, Waldir Cartola (PTB), ficou em quarto lugar.[12] Neste período ele lançou uma obra sobre sua primeira gestão, "A Emoção de Governar".[14]

Segunda Gestão (1997-2000)[editar | editar código-fonte]

A segunda gestão de Soares foi marcada por grandes polêmicas como o aumento de IPTU (que em alguns casos chegou a 100%) e a desocupação de uma área de mananciais no Jardim Falcão. Cerca de 200 famílias foram despejadas, por conta da justiça considerar o loteamento irregular por ter sido construído em uma área de proteção aos mananciais (embora a prefeitura nas gestões de Soares e Demarchi tenha cobrado IPTU das residências). A desocupação atraiu atenção da mídia e dos adversários políticos de Soares.[15][16]

Em 1998 foi criada a Criança Prioridade, logo transformada em Fundação Criança, órgão responsável por atender a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.[17][18]No mesmo ano, foi eleito presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC.[19]

Morte[editar | editar código-fonte]

Morreu em 28 de março de 2021, aos 81 anos.[20]

Referências

  1. «Maurício Soares tem justa homenagem». 1 de fevereiro de 2022. Consultado em 2 de fevereiro de 2022 
  2. «Ex-prefeito Maurício Soares será ouvido pela Comissão da Verdade de São Bernardo». Câmara municipal de São Bernardo do Campo. Março de 2014. Consultado em 8 de março de 2015 
  3. «PT vence em São Bernardo; derrotado diz que votação é fenômeno nacional». Folha de S.Paulo, Ano 68, edição 21788, caderno Especial Eleições, página A7. 17 de novembro de 1988. Consultado em 8 de março de 2015 
  4. Fábio Zanini (18 de outubro de 1996). «Candidato tucano quer votos do PT». Folha de S.Paulo, Ano 76 ,edição 24670, página 6. Consultado em 8 de março de 2015 
  5. Chico de Góis (6 de março de 2003). «Prefeito de São Bernardo renuncia ao cargo». Folha Online-Cotidiano. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  6. Adamo Bazani (18 de agosto de 2013). «Aniversário de São Bernardo do Campo: os guerreiros da Cacique». Diário do Transporte. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  7. PATARRA, Ivo (1996). O Governo Luiza Erundina. [S.l.]: Geração Editorial. p. 199 
  8. «São Bernardo do Campo-Biografia dos Prefeitos». ABC do ABC. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  9. «Documentos do Consórcio». Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  10. «Soares critica PT e ameaça sair do partido». Folha de S.Paulo, ano 70, edição 22517 Caderno ABCD-Página 1. 26 de novembro de 1990. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  11. «Critérios de filiação no PT causam polêmica». Folha de S.Paulo, ano 71, edição 22954 Caderno ABCD-Página 3. 6 de fevereiro de 1992. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  12. a b TSE. «Eleições 1974-1996: Resultados». Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - SEADE. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  13. Raimundo Silva (9 de janeiro de 1994). «Prazo para filiação gera troca-troca de partidosentre políticos da região». Folha de S.Paulo, ano 73, edição 23657 Caderno ABCD-Página 1. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  14. Juliana Finardi (11 de setembro de 2000). «Prefeito candidato lança livro». Consultado em 1 de abril de 2022 
  15. Painel do Leitor (30 de janeiro de 1998). «IPTU nas nuvens». Folha Online-Opinião. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  16. Agência Folha de S.Paulo (26 de julho de 1998). «Despejados vão pedir indenização à Prefeitura». Folha de Londrina. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  17. «Quem somos». Fundação Criança. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  18. Carla Gragnani (9 de fevereiro de 2018). «São Bernardo confirma Laerte Soares no Desenvolvimento Social». Prefeitura de São Bernardo do Campo. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  19. «Galeria de Presidentes - Consórcio Intermunicipal Grande ABC». consorcioabc.sp.gov.br. Consultado em 12 de junho de 2020 
  20. Carvalho, Carlos (28 de março de 2021). «Ex-prefeito de São Bernardo, Mauricio Soares morre aos 81 anos». RD - Jornal Repórter Diário. Consultado em 28 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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