Maxim (metralhadora)

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Maxim Gun

Metralhadora Maxim com o seu inventor
Tipo Metralhadora pesada[1]
Local de origem  Reino Unido
História operacional
Em serviço 1886–presente
Guerras Guerra Madista
Segunda Guerra dos Bôeres
Guerra Russo-Japonesa
Guerra do Contestado
Primeira Guerra Mundial
Segunda Guerra Mundial
Guerra da Coreia
Guerra em Donbas[2]
Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022[3]
Histórico de produção
Criador Hiram Maxim
Data de criação 1884
Variantes Vickers, MG08, PM1910, MG11
Especificações
Peso 27,7 kg
Comprimento 1160 mm
Cartucho 7×57mm Mauser
.303 British
.30-06 Springfield[4]
7,92×57mm Mauser
.577/450 Martini–Henry
7,62×54mmR
Calibre 11,43 mm
.577 pol
.303 pol
Ação Ação de recuo
Velocidade de saída 364 m/s
Sistema de suprimento fita de 250 munições
Mira Miras de ferro

A metralhadora Maxim foi inventada pelo britânico Hiram Maxim (nascido americano), em 1884. Foi a primeira metralhadora operada por ação de recuo a ser produzida.[5] Foi chamada "a arma mais associada à conquista imperial britânica",[6] e também foi usada em guerras coloniais por outros países entre 1886 e 1914.

Invenção[editar | editar código-fonte]

As primeiras patentes de Hiram Maxim, respeitantes ao desenvolvimento da sua metralhadora, foram registados em junho e a julho de 1883.[7] O primeiro protótipo foi demonstrado, perante convidados, em outubro de 1884.[8] Questiona-se também que ele seja o verdadeiro inventor da lâmpada. E não Thomas Edison, como diz a História

Funcionalidade[editar | editar código-fonte]

O mecanismo da Maxim usava a energia do recuo (ou coice) da arma originado pela deflagração da munição, para ejectar cada invólucro gasto e inserir na câmara a próxima munição. Este sistema tornava-a muito mais eficiente que as metralhadoras anteriores, como as Gatling e as Gardner que utilizavam o princípio dos canos múltiplos e da operação manual por uma manivela.

Os testes mostraram que a Maxim podia disparar 600 tiros por minuto, produzindo um poder de fogo equivalente a 30 espingardas de repetição. Comparada com as metralhadoras modernas, a Maxim era pesada, volumosa e de difícil operação. Apesar de, teoricamente, poder ser disparada por uma única pessoa, normalmente era operada por uma equipa de vários elementos. O sistema de arrefecimento da arma necessitava de um constante abastecimento de água de modo a poder ser produzido um constante fluxo de fogo.

Companhia Maxim[editar | editar código-fonte]

Metralhadora Maxim calibre .303 de 1895, montada num tripé
Uma Maxim de grande calibre, montada a bordo de um navio da Marinha dos EUA, cerca de 1898

Hiran Maxim estabeleceu a Maxim Gun Company, maioritariamente financiada por Albert Vickers, filho do industrial do aço Edward Vickers. Albert Vickers tornou-se o presidente da companhia.

Mais tarde, a companhia juntou-se à concorrente Nordenfelt e transformou-se na Maxim-Nordenfelt.

Finalmente, a companhia foi absorvida pelo empresa-mãe Vickers, levando à Metralhadora Maxim-Vickers, cujo desenho foi depois aperfeiçoado, originando a Metralhadora Vickers.

Utilização nas guerras coloniais[editar | editar código-fonte]

A primeira utilização da Maxim deu-se numa operação militar no Egipto. Um protótipo da metralhadora tinha sido oferecido por Hiram Maxim às Forças Britânicas que o empregaram na expedição ao sul do Egito de 1886 a 1890.

A Maxim foi depois utilizada pelos britânicos nas campanhas de pacificação em África e na Guerra dos Boers.

Adopção pelos exércitos e marinhas da Europa[editar | editar código-fonte]

A Companhia de Maxim teve, inicialmente, alguma dificuldade em convencer os governos europeus da eficiência da sua arma. Os militares desconfiavam bastante das metralhadoras pela sua tendência a entravar em pleno combate.

A metralhadora Maxim foi adoptada pelo Exército Britânico na altura em que era seu Comandante-Chefe Sir Garnet Wolseley. Em outubro de 1888 ordenou a encomenda de 120 Maxims calibradas para a munição .577/450 utilizada pelas espingardas de serviço Martini-Henry.

Woleseley anteriormente tinha liderado expedição a África e tinha uma reputação de ser uma grande adepto das reformas e inovações militares.

O projecto foi também adoptado por outros países europeus, que iniciaram então uma corrida às armas e à tecnologia. O primeiro uso das Maxim em larga escala sucedeu na Guerra Russo-Japonesa, onde foi empregue por ambos os contendores. Quase metade das baixas ocorridas no conflito foi originado pelas metralhadoras Maxim.

Na Primeira Guerra Mundial quase todos os exércitos participantes estavam equipados como metralhadoras derivadas da Maxim, nomeadamente as britânicas Vickers, as alemãs MG08 e as russas PM M1910. Algumas das derivadas das Maxim mantiveram-se em serviço até depois do final da Segunda Guerra Mundial.

Variantes e derivadas da Maxim[editar | editar código-fonte]

Vickers aperfeiçoamento produzido no Reino Unido;
MG08: variante produzida na Alemanha;
PM1910: variante produzida na Rússia;
MG11: variante produzida na Suíça;
Tipo 24: variante produzida na China.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Frederico Aranha (18 de novembro de 2017). «METRALHADORA MAXIM – A Rainha da Morte». DefesaNet 
  2. Joseph Trevithick (5 de fevereiro de 2020). «Ukrainian Troops Are Still Using This Pre-World War I-Era Maxim Machine Gun In Combat» (em inglês). The Drive 
  3. «Why Ukraine's army still uses a 100-year-old machinegun». The Economist. 11 de maio de 2022 
  4. Robert G. Segel (15 de agosto de 2011). «US Maxim Model 1904» (em inglês). Small Arms Defense Journal 
  5. Encyclopædia Britannica: Sir Hiram Stevens Maxim
  6. Gilbert, Martin (1997), A History of the Twentieth Century: Volume One; 1900–1933, ISBN 978-0-688-10064-3 1st US ed. , New York: William Morrow and Company, p. 11 
  7. McCallum, p. 46.
  8. McCallum, p. 49.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Anon, Vickers, Sons and Maxim Limited: Their Works and Manufactures. (Reprinted from 'Engineering') London (1898). It gives plates showing the mechanism of the Vickers Maxim gun and numerous plates showing the variety of mounts available at the end of the 19th century. It also includes numerous plates of the factories in which they were made.
  • Callwell, Colonel C.E. (1990). Small Wars, a Tactical Textbook for Imperial Soldiers. London: Greenhill Books. ISBN 978-1-85367-071-8  This is a reprint of the 1906 version.
  • Chivers, C. J. (2010). The Gun. [S.l.]: Simon & Schuster. ISBN 978-0-7432-7076-2  (See chapter 3: "Hiram Maxim Changes War")
  • Ferguson, Niall (2004). Empire. [S.l.]: Penguin Books. ISBN 978-0-14-100754-0 
  • Goldsmith, Dolf F. (1989). The Devil's Paintbrush. Sir Hiram Maxim's Gun. [S.l.]: Collector Grade Publications, Toronto. ISBN 978-0-88935-056-4 
  • McCallum, Iain (1999). Blood Brothers. Hiram and Hudson Maxim: Pioneers of Modern Warfare. London: Chatham Publishing. ISBN 978-1-86176-096-8 
  • Ellis, John (1976). The Social History of the Machine Gun. London: Pimlico 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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