Mecécio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Mecécio Genúnio.
Mecécio
Usurpador do Império Bizantino
Mecécio
soldo de Mecécio emitido na Sicília
Reinado 668669
Casa Genúnio
Religião Cristianismo

Mecécio (em grego: Μιζίζιος; romaniz.:Mizízios; em armênio/arménio: Մժէժ; romaniz.:Mžēž ou Mzhezh)[a] foi nobre armênio que serviu como general bizantino e que, posteriormente, tentou usurpar o trono imperial na Sicília entre 668 e 669.

Vida[editar | editar código-fonte]

Origem e carreira inicial[editar | editar código-fonte]

Segundo cronistas bizantinos, era armênio e "excessivamente formoso e bonito". Segundo Cyril Toumanoff, descendeu da principesca família Genúnio.[1] Numa carta supostamente escrita pelo papa Gregório II (r. 715–731) ao imperador Leão III, o Isauro (r. 717–741), ele é referido como conde do Opsício — naquele tempo ainda não uma província, mas propriedade militar pessoal do imperador e campo do exército. A cronista siríaca do século XII de Miguel, o Sírio, a chamada Crônica de 1234, também registra-o na posição de patrício.[2][3]

Usurpação e morte[editar | editar código-fonte]

Mecécio acompanhou o imperador Constante II (r. 641–668) em sua expedição italiana e siciliana. Quando Constante foi assassinado em 668 em Siracusa, na Sicília, Mecécio foi proclamado imperador contra sua vontade. Segundo uma suposta carta do papa Gregório II, os bispos sicilianos empurraram-o à rebelião, pois Constante era um herético por seu apoio ao monotelitismo, contudo, Mecécio foi incapaz de garantir apoio da população local ou das tropas imperiais. Miguel, o Sírio afirma que a rebelião durou cerca de sete meses antes de ser suprimida, mas as fontes, e estudiosos modernos, dividem-se quanto a forma como isso se sucedeu.[1][2][3]

Teófanes, o Confessor relata que o filho do imperador, Constantino IV (r. 668–685), pessoalmente liderou uma expedição à Sicília, onde executou Mecécio e os assassinos de seu pai, enquanto o Livro dos Pontífices relata que tropas lealistas da Itália e do Exarcado da África suprimiram a revolta, executaram e decapitaram Mecécio, e enviaram sua cabeça para Constantinopla como sinal de lealdade.[3] Mecécio tinha um filho, João.[1] [4]

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Chamado "Mizízio" (Μιζίζιος) por Teófanes, o Confessor; "Mizizo" ou "Nizizo" (Μιζιζός/Νιζιζός) por Jorge Mônaco; "Nizízio" (Νιζίζιος) por Simeão, o Logóteta; "Mezêuxio" (Μεζεύξιος) pelo Papa Gregório. PmbZ, Mizizios (#5163)

Referências

  1. a b c Hollingworth 1991, p. 1359.
  2. a b Lilie 2013, Mizizios (#5163).
  3. a b c Moore 1999.
  4. Lilie 2013, Ioannes (#2706/corr.); Mizizios (#5163).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Moore, R. Scott (1999). «Mezezios». Universidade Indiana da Pensilvânia