Mecanismos da Mediunidade

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Mecanismos da Mediunidade
Mecanismos da Mediunidade
Capa da 64ª edição, lançada em 2014
Autor(es) André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira
Idioma português
País  Brasil
Assunto romance espírita
Série A Vida no Mundo Espiritual
Editora FEB
Lançamento 1960
Páginas 208
Cronologia
Evolução em Dois Mundos
Sexo e Destino

Mecanismos da Mediunidade é um livro espírita, psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, com autoria atribuída ao espírito André Luiz, e publicado pela Federação Espírita Brasileira, no ano de 1960.

É a décima primeira obra da série do autor espiritual André Luiz chamada de Série André Luiz, composta de 16 livros. Esta série pode ser subdividida em duas partes: Coleção A Vida no Mundo Espiritual e Obras Complementares. Mecanismos da Mediunidade é a décima primeira obra da Coleção A Vida no Mundo Espiritual.

Dentro da Série André Luiz, Mecanismos da Mediunidade é o segundo dentre quatro livros psicografados em conjunto por Chico Xavier e Waldo Vieira. Os outros são Evolução em Dois Mundos, Sexo e Destino, e Desobsessão.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Nos primeiros capítulos, o livro fornece noções sobre ondas, campo eletromagnético, estrutura atômica, radioatividade, etc., procurando estabelecer analogias destes conceitos com temas associados à mediunidade. Já nos capítulos finais, são tratados temas como hipnotismo, passes, obsessões, preces, etc.

Algumas questões e críticas[editar | editar código-fonte]

A mediunidade é um tema que vem despertando interesse da psiquiatria desde a origem e difusão europeia do espiritismo a partir dos livros publicados por Allan Kardec (1804-1869). Celebres autores como Cesare Lombroso (1835-1909) e Carl Gustav Jung, (1875-1961) já se dedicaram ao tema. Em recente publicação Almeida [1] comenta que mesmo no século XXI ainda é um tema pouco estudado já tendo sido debatido por eminentes fundadores da moderna psicologia e psiquiatria. Entre os autores de sua revisão comenta a distinçao entre os que consideram a mediunidade como um fenômeno psicopatológico ou não. Entre os que associam a mediunidade a causas patológicas inclui Pierre Janet (1859-1947) e Sigmund Freud (1856-1939). Um caráter não patológico, de experiência ou vivência simbólica cita C. G. Jung e William James (1842-1910). Sem descartar autores que exploram o fenômeno como charlatanismo e/ou experiência religiosa destaca algumas linhas de pesquisa para estudo da mediunidade, a saber:

  • a fenomenologia destas vivências,
  • o perfil psicológico e sociodemográfico dos médiuns,
  • os mecanismos que produzem tais experiências,
  • o diagnóstico diferencial com psicopatologia,
  • estudos historiográficos sobre o apogeu e declínio das pesquisas sobre o tema

Outro aspecto do fenômeno da mediunidade, semelhante ao abordado no livro de Chico Xavier aqui analisado, são as questões relativas à dinâmica das ondas eltromagnéticas do cérebro, sono, sonhos, hipnose citando inclusive as experiência de I. Pavlov (1849-1936), mas não a utilização do eletroencefalograma, ou seja, aborda o tema de forma não científica em nosso paradigma.

Pimentel, em artigo de revisão sobre fenômenos psíquicos/espirituais no século XIX, onde os temas sonambulismo, espiritualismo ou transe eram relevantes, assinala a contribuição desses estudos para compreensão da mente e seus transtornos, notadamente na área do inconsciente e da dissociação. [2] Algumas investigações sobre os correlatos neurais da consciência e expressões mentais por meio do desenvolvimento de métodos de imagiologia funcional do cérebro revelaram que regiões e sistemas cerebrais medeiam os diferentes aspectos da experiência religiosa. [3]

A investigação das experiências mediúnicas por C.G. Jung no início de sua carreira, depois publicados como "Sobre a psicologia e psicopatologia dos fenômenos chamados ocultos" (1902) e "Sobre fenômenos espíritas" (1905) veio produzir resultados importantes na psicologia analítica. Segundo Maradi [4] parece ter contribuído significativamente para evidenciar a relativa autonomia dos conteúdos inconscientes, e a mistura, em suas manifestações, tanto de elementos recalcados quanto de conteúdos novos; as semelhanças observadas entre seus sistemas místicos espontâneos e outros sistemas arcaicos (inconsciente coletivo). Observe-se que em sua obra encontra-se referências a sistemas místicos orientais a exemplo do Livro tibetano dos mortos (Bardo todol), alquimia, yoga e meditação chinesa. [5] [6].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Almeida, A. M. de ., & Lotufo Neto, F.. (2004). A mediunidade vista por alguns pioneiros da área mental. Archives of Clinical Psychiatry (são Paulo), 31(3), 132–141. https://doi.org/10.1590/S0101-60832004000300003
  2. Pimentel MG, Alberto KC, Moreira-Almeida A. As investigações dos fenômenos psíquicos/espirituais no século XIX: sonambulismo e espiritualismo, 1811-1860. Hist cienc saude-Manguinhos [Internet]. 2016Oct;23(4):1113–31. Available from: https://doi.org/10.1590/S0104-59702016005000010
  3. PERES, J. F. P.; NEWBERG, A.. Neuroimagem e mediunidade: uma promissora linha de pesquisa. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 40, n. 6, p. 225–232, 2013.
  4. Maraldi, Everton. (2011). Jung e as experiências mediúnicas. Junguiana: Revista Latino-Americana da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. 29. 39-49.
  5. JUNG, Carl G. Psicologia e religião oriental. RJ: Vozes, 1991
  6. JUNG, Carl G. O segredo da flor do ouro, um livro de vida chinês. RJ: Vozes, 1992
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