Megabizo (filho de Zópiro)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados de Megabizo, veja Megabizo.

Megabizo, filho de Zópiro, foi um nobre persa, sátrapa da Babilônia e general de Artaxerxes I.

Família[editar | editar código-fonte]

Seu pai, Zópiro, filho de Megabizo, [1] foi indicado por Dario I para ser sátrapa da Babilônia.[2] De acordo com Ctésias, Zópiro foi morto quando a Babilônia se revoltou contra Xerxes I.[3]

De acordo com Fócio, os eventos que levaram à recaptura da Babilônia pelos persas, e que, em Heródoto, tem como protagonista Zópiro, em Ctésias tem como protagonista seu filho Megabizo.[3] De acordo com Heródoto, Zópiro mutilou-se, cortando orelhas e nariz, cortou o cabelo e se fez chicotear,[4] se refugiou na Babilônia, dizendo-se perseguido por Dario I,[5] ganhou a confiança dos babilônios,[6] traiu a cidade aos persas,[7] sendo honrado por Dario com o governo da Babilônia.[2]

De acordo com Ctésias, foi Megabizo que recapturou a Babilônia, e ele recebeu de Xerxes uma joia de ouro pesando 6.000 talentos.[3]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Megabizo casou-se com Amitis, filha de Xerxes I.[3] Megabizo recebeu ordens de Xerxes de pilhar o templo de Apolo em Sárdis, mas ele recusou; o templo foi pilhado pelo eunuco Matacas.[8]

Megabizo acusou sua esposa, Amitis, de adultério; Xerxes repreendeu sua filha, mas ela disse ser inocente.[9] Após Artapano e o eunuco Aspamitres terem assassinado Xerxes,[10] Megabizo, muito irritado por causa do adultério, entrou em conspiração com Artapano, contra Artaxerxes I, mas Megabizo revelou o plano, e Artapano foi morto.[10] Na luta que se seguiu, os três filhos de Artapano foram mortos, e Megabizo ficou muito ferido, o que deixou Artaxerxes, Amitis e Rodogine e a mãe deles, Amástris, muito preocupados.[10] Megabizo foi salvo pelo médico Apolonides, de Cos.[10]

Guerra contra Inaro[editar | editar código-fonte]

Quando o Egito se revoltou sob a liderança do líbio Inaro, que derrotou e matou Aquêmenes, irmão de Artaxerxes, [11] Megabizo foi enviado para combatê-lo, com uma força adicional 200.000 homens e 300 navios comandados por Orisco, unindo-se aos 100.000 que sobreviveram dos 500.000 sob o comando de Aquêmenes.[12] Os persas foram vitoriosos, Inaro foi ferido na coxa por Megabizo e fugiu para Biblos, no Egito, com os gregos sobreviventes; todo o Egito, com exceção de Biblos, foi submetido a Megabizo.[12]

Como a fortaleza de Biblos parecia inconquistável, Megabizo fez um acordo com Inaro e os 6.000 gregos, prometendo que eles voltariam a salvo.[13] Megabizo deixou Sarsamas como sátrapa do Egito, e levou Inaro e os gregos para Artaxerxes I, que, apesar de irritado pela morte do seu irmão, consentiu em deixá-los com vida.[13] A rainha-mãe Amástris, porém, inconformada por Inaro e os gregos escaparem, pediu ao rei, e a Megabizo, que os entregassem, mas ambos recusaram; após cinco anos, porém, de tanto importunar o rei, este acabou cedendo, e Inaro foi executado por empalamento com três estacas, e cinquenta gregos decapitados.[14]

Revolta[editar | editar código-fonte]

Megabizo, que havia se tornado sátrapa da Síria, ficou muito chateado, e pediu para deixar sua satrapia; ele reuniu um exército de 150.000 homens, sem contar a cavalaria, e se revoltou.[15] Usiris foi enviado contra Megabizo com 200.000 homens, na batalha que se seguiu, Usiris feriu Megabizo na coxa com uma lança, com dois dedos de profundidade, e Megabizo feriu Usiris, na coxa e no ombro; quando Usiris caiu do cavalo, Megabizo o protegeu, poupando sua vida.[15] Na batalha, uma vitória de Megabizo, seus filhos Zópiro e Artífio, se destacaram; Megabizo enviou Usiris de volta para Artaxerxes.[15]

O próximo a combater Megabizo foi Menostanes, filho de Artarius, sátrapa da Babilônia e irmão de Artaxerxes; novamente Megabizo foi vitorioso, e Menostanes foi ferido no ombro e na cabeça, mas com ferimentos que não eram mortais.[16]

Artarius foi enviado a Megabizo, para que ele fizesse as pazes com o rei.[17] Os termos de Megabizo eram que ele deveria manter sua satrapia e não ser mais obrigado a ir até a corte do rei.[17] O rei enviou o eunuco paflagônio Artoxares, além de Amitis, esposa de Megabizo, o jovem de vinte anos Artoxares, e Petisas, que era filho de Usiris e o pai de Spitamas, para negociar com Megabizo, que acabou aceitando visitar o rei, que o perdoou.[17]

Exílio e morte[editar | editar código-fonte]

Algum tempo depois, quando o rei estava em uma caçada, Megabizo matou um leão que iria atacar o rei.[18] O rei, irritado porque Megabizo havia matado o leão antes dele, o condenou a ser decapitado, mas, por intercessão de Amástris e Amitis, ele foi banido à Armênia.[18] Após cinco anos de exílio, onde fingiu ser um leproso, Megabizo voltou à corte, e quase não foi reconhecido por Amitis.[18] Pela intercessão de Amástris e Amitis, o rei o perdoou, e ele viveu até os setenta e seis anos, sua morte sendo lamentada pelo rei.[18]

Eventos após sua morte[editar | editar código-fonte]

Após sua morte, Amitis, assim como Amástris, passou a gostar da companhia de homens, e teve o médico Apolônides de Cós como amante.[19] Amitis contou seu caso para a mãe Amástris, que contou para o rei, e este manteve Apolônides preso em correntes por dois meses, e foi enterrado vivo quando Amitis morreu.[19]

Zópiro, filho de Megabizo e Amitis, se revoltou contra o rei, após a morte de seus pais, e fugiu para Atenas.[20]

Referências

  1. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 153 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  2. a b Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 160 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  3. a b c d Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 26 [em linha]
  4. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 154 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  5. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 156 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  6. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 157 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  7. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 158 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  8. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 31
  9. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 33
  10. a b c d Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 32
  11. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 36
  12. a b Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 37
  13. a b Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 38
  14. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 39
  15. a b c Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 40
  16. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 41
  17. a b c Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 42
  18. a b c d Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 43
  19. a b Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 44
  20. Ctésias de Cnido, Pérsica, texto em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio, 45