Messias Egípcio

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Um dos vários profetas messiânicos surgido na província romana da Judeia, no séc. I.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Segundo Flávio Josefo, esse misterioso personagem se proclamava um "enviado de Deus", e apareceu na Judeia no tempo do governador Marco Antônio Félix, arrebanhando um grande número de pessoas, e as levando para o Monte das Oliveiras, onde haveriam de presenciar um milagre: as muralhas de Jerusalém se desmantelariam, abrindo um caminho para a entrada triunfal de Yahweh, que viria para estabelecer seu reino na Terra.

Provavelmente, o estranho messias, vindo do Egito, referia-se ao passo do profeta Zacarias, sobre a proximidade do Dia do Senhor: "Nesse dia, os seus pés [de Yahweh] pousarão sobre o Monte das Oliveiras, que fica em frente e a leste de Jerusalém; e o Monte das Oliveiras vai rachar-se ao meio, formando um vale enorme no sentido do nascente para o poente (...) Então virá Yahweh e todos os santos com ele" (Zc 14,4)

Ele também é citado em Atos, no episódio em que Paulo se encontra com um tribuno, nos degraus da Fortaleza Antônia, e este lhe pergunta: "Por acaso você não é o egípcio que, dias atrás, subverteu e arrastou ao deserto quatro mil sicários?" (Atos 21:38).

Josefo acrescenta que o governador Félix mandou uma tropa atacar a multidão e que muitos foram mortos pelos legionários, mas o egípcio escapou durante a luta e nunca mais foi visto.

Fontes contraditórias[editar | editar código-fonte]

Josefo é a única fonte substancial que dispomos sobre esse personagem, mencionado tanto em "Antiguidades Judaicas", quanto em "Guerra Judaica". Até Eusébio, em sua "História Eclesiástica", ao abordar o tema, reporta-se ao historiador judeu. Além de Josefo, há apenas a breve referência contida em Atos.

Ocorre que, em certos detalhes, essas fontes se contradizem.

Assim é que, em "Guerra Judaica", Josefo nos diz que o Messias Egípcio chegou do deserto, conduzindo trinta mil seguidores, e que eles se posicionaram no Monte das Oliveiras, onde foram atacados pelas tropas de Félix, sendo que muitos foram mortos ou capturados, mas o líder do bando conseguiu escapar.

Já em "Antiguidades" (obra escrita anos mais tarde), ele relata que o Egípcio conduziu uma "multidão" (sem precisar o número) para fora de Jerusalém, até o Monte das Oliveiras, e que, quando Félix atacou, quatrocentos foram mortos e duzentos foram capturados, tendo o messias escapado à frente de um "pequeno grupo". Infere-se, portanto, que a "multidão" era bem menor do que os trinta mil citados anteriormente.

Por seu turno, Atos cita outro número, quatro mil pessoas, que o Egípcio teria arrastado (de Jerusalém) para o deserto e não trazidas de lá, como se lê em "Guerra".

Referências[editar | editar código-fonte]

  • JOSEFO, Flávio - "História dos Hebreus". Obra Completa, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1992.
  • EUSEBIUS - Church History, no sítio Christian Classics Ethereal Library.