Miguel López de Legazpi

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Miguel López de Legazpi
Miguel López de Legazpi
Retrat de Miguel López de Legazpi a La Hormiga de Oro.
Nascimento 1502
Zumarraga (País Basco)
Morte 20 de agosto de 1572
Manila (Império Espanhol)
Sepultamento San Agustin Church
Cidadania Coroa de Castela
Alma mater
Ocupação explorador, militar, político, conquistador
Lealdade Império Espanhol

Miguel López de Legazpi (Zumárraga, Espanha, 1502 - Manila, 20 de Agosto de 1572), também conhecido como El Adelantado (Governador) e El Viejo (O Velho), foi um conquistador espanhol que estabeleceu a primeira colónia nas Filipinas em 1565.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

De família nobre, nasceu no País Basco (Guipúzcoa).

Entre 1526 e 1527, López de Legazpi foi conselheiro no governo da sua terra natal. Em 1528, depois de Hernán Cortés ter estabelecido povoamentos no México, López de Legazpi foi para lá (então chamava-se Nova Espanha) para começar uma vida diferente. A razão para tal deve-se à morte dos seus pais e ao não entendimento com o seu irmão mais velho, que herdou toda a fortuna familiar. Em Tlaxcala trabalhou com Juan Garcés e casou com a irmã deste, Isabel Garcés. López de Legazpi e Isabel tiveram nove filhos, e Isabel faleceu na década de 1550.

Entre 1528 e 1559, foi o governador-civil da Cidade do México. Luis de Velasco, o vice-rei, encarregou-o de, no início de 1564, comandar uma expedição ao Oceano Pacífico, para encontrar as Ilhas das Especiarias onde os anteriores exploradores Fernão de Magalhães e Ruy López de Villalobos tinham estado em 1521 e 1543, respectivamente. A expedição foi ordenada pelo rei Filipe II de Espanha, de quem as ilhas ficariam com o nome. O vice-rei morreu em Julho desse ano, mas a Audiencia e Legazpi finalizaram os preparativos para a expedição. NA manhã de 21 de Novembro de 1564, armado com cinco navios e 5000 soldados, partiu de Barra de Navidad, Nova Espanha (hoje no estado de Jalisco, México).

Chegada às Filipinas[editar | editar código-fonte]

López de Legazpi e os seus homens cruzaram o Oceano Pacífico durante 93 dias. No início de 1565, chegaram às Ilhas Marianas, onde ancoraram brevemente e se reabasteceram. Combateram as tribos dos Chamorros e queimaram várias aldeias.

As tropas de López de Legazpi's chegaram às ilhas Filipinas e atracaram em Cebu em 13 de Fevereiro de 1565. Depois de breve luta com os nativos, deixaram a ilha de Cebu e foram para Leyte e Camiguin. Os navios foram depois para Bohol em 16 de Março de 1565. Aí, Legazpi e tripulação conseguiram obter especiarias e ouro depois de convencer os nativos de que não eram portugueses. Fez um pacto de sangue com o chefe local, Datu Sikatuna, como sinal de amizade entre os dois povos.

Em 27 de Abril de 1565, López de Legazpi e os seus homens voltaram a Cebu, atacaram e destruíram a aldeia de Rajah Tupas. Chamou aos povoados que fundou no local Villa del Santisimo Nombre de Jesús e Villa de San Miguel.

Em 1567, 2100 espanhóis e soldados mexicanos chegaram a Cebu sob ordens do rei de Espanha. Fundaram uma cidade e construíram o porto de Fuerza de San Pedro que se tornou local de comércio com o México e protecção contra as revoltas locais hostis.

Em 1568, López de Legazpi enviou um dos seus homens de volta a Espanha para relatar os eventos ocorridos. Permaneceu em Cebu e não acompanhou os seus homens na conquista de Manila, por problemas de saúde e idade avançada. Tendo ouvido falar dos ricos recursos de Manila, enviou dois dos seus oficiais, Martín de Goiti e Juan de Salcedo, para explorar a região norte.

Conquista de Manila[editar | editar código-fonte]

Legazpi (dir.) e Urdaneta (esq.) durante a conquista das Filipinas em 1565 (manuscrito de fins do século XVII.

No final de 1569, uma força de 300 soldados e cavaleiros espanhóis, auxiliados por nativos locais e liderada por Martín de Goiti, deixou Cebu e começou a explorar a parte norte das Visayas. Encontraram as ilhas de Panay e Mindoro, onde se depararam com chineses Han, mercadores. Goiti e Salcedo tiveram de combater com piratas chineses ao largo de Mindoro e derrotaram-nos. Posteriormente, povoações seriam fundadas pelos espanhóis na costa de Mindoro.

Em 8 de Maio de 1570 chegaram a Manila, entrando na Baía de Manila. Os espanhóis surpreenderam-se com a dimensão do porto. Foram bem acolhidos por nativos de religião islâmica. Os soldados de Goiti acamparam aí durante várias semanas, enquanto fingiram uma aliança com o rei islâmico, Rajah Suliman. Mas tinham outros planos: afirmaram ficar por pouco tempo.

Em 24 de Maio, os fortemente armados espanhóis derrotaram os nativos e conquistaram a cidade. No mesmo ano, reforços chegaram a Cebu e possibilitaram a López de Legazpi deixar a ilha. Levou consigo 250 soldados e 600 nativos para explorar as ilhas de Leyte e Panay. Foi ter com Goiti e Salcedo a Manila em 1571, quando soube que a cidade tinha sido tomada.

Em Manila, López de Legazpi assinou um tratado de paz com os conselhos islâmicos locais. Proclamou a cidade como capital da ilha e sede permanente do poder colonial espanhol no Pacífico Ocidental.

Com a ajuda de frades Agostinianos e Franciscanos formou um governo. Foi ele próprio o primeiro governador-geral e procurou difundir a fé católica, de formas que hoje chocariam pela violência.

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

López de Legazpi governou a colónia durante um ano, até falecer de falha cardíaca em Manila em 1572. Morreu pobre e falido, deixando somente alguns pesos, pois gastou a fortuna pessoal na conquista. À data da sua morte, as regiões de Luzon, Visayas e partes do norte de Mindanao já estavam sob domínio espanhol. Durante 256 anos, As Filipinas seriam colónia de Espanha.

Cartas ao Rei[editar | editar código-fonte]

Durante os seus últimos anos, López de Legazpi escreveu várias cartas a Filipe II sobre a sua viagem às Índias Orientais e sobre a conquista que tinha conseguido. Ficaram conhecidas como Cartas al Rey Don Felipe II: sobre la expedicion, conquistas y progresos de las islas Felipinas (Cartas ao Rei Filipe II: sobre a expedição, conquistas e progresso nas Ilhas Filipinas). As cartas ainda hoje se preservam, nos Arquivos das Índias, em Sevilha.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • DE MORGA, Antonio. The Project Gutenberg Edition Book: History of the Philippine Islands - 1521 to the Beginning of the XVII century (2 vols.). 2004.
  • López de Legazpi , Don Miguel. (1564 - 1572). Cartas al Rey Don Felipe II : sobre la expedicion, conquistas y progresos de las islas Felipinas. Sevilha, Espanha.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Novo cargo
Governador-Geral das Filipinas
1565–1572
Sucedido por
Guido de Lavezaris