Miss Universo 2005

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Miss Universo 2005
Data 31 de maio de 2005
Apresentadores Billy Bush e Nancy O'Dell (transmissão oficial); Astrid Fontenelle, apresentação; Cláudia Mattarazzo, Fabiane Niclotti e Gislaine Ferreira, comentários; Malcolm Forest e Maria Clara Kneese, tradução simultânea (Band); Regina MacCarthy, tradução simultânea (TNT) (transmissão para o Brasil)
Local Impact Arena, Bangcoc, Tailândia
Candidatas 81
Semifinalistas 15
Vencedora Natalie Glebova

Miss Universo 2005 foi a 54° edição do concurso Miss Universo, realizada em 31 de maio de 2005, na Impact Arena, em Bangkok, Tailândia. A russa naturalizada canadense Natalie Glebova foi coroada por sua antecessora, a australiana Jennifer Hawkins, Miss Universo 2004.

Sediado pela segunda vez na capital tailandesa, esta edição contou com 81 participantes dos cinco continentes. Dois fatos importantes marcaram o concurso: a ausência, pela primeira vez, da Suécia,um dos países mais tradicionais do concurso e que já havia coroado 3 Miss Universo, e a grande polêmica surgida na imprensa internacional com relação à Miss Indonésia, que retornando após um hiato de nove anos, não se sabia se, caso classificada, participaria ou não do desfile de traje de banho,algo considerado ofensivo neste país de maioria muçulmana. Esta foi também a primeira participação da Letônia no Miss Universo.[1]

Cidade anfitriã[editar | editar código-fonte]

A Tailândia anunciou sua candidatura para sediar o concurso em 10 de julho de 2004, durante uma visita de Jennifer Hawkins, Miss Universo 2004, ao país.[2] Para sediar a mesma edição três outras cidades anunciaram sua candidatura, Santiago do Chile, Pequim e Atenas.[2] Um mês mais tarde, foi anunciado que Bangkok, Tailândia, havia sido escolhida informalmente para sediar a competição, ao custo de US$6,5 milhões.[3] A escolha da cidade foi anunciada alguns meses antes do terremoto do Índico de 2004 que devastou inúmeras áreas do país e praticamente inviabilizou durante muito tempo toda a organização do concurso,correndo risco do mesmo ser transferido. Antes mesmo do tsunami, a função original do concurso era impulsionar o turismo no país e o governo tailandês iria investir US$ 6,5 milhões para tal. Contudo, o concurso foi um sucesso e demonstrou a capacidade dos tailandeses em se reerguerem após a pior tragédia da história do país.[4]

Em outubro de 2004, a organização enfrentou dificuldades enquanto o governo tailandês demorava em disponibilizar o dinheiro prometido, o que desanimou a Miss Universe Organization, que chegou a iniciar contatos com outros países.[5] Após esta demora na liberação dos recursos, o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra assumiu pessoalmente a organização do evento para ter certeza de que o andamento da organização não atrasasse e para que nada desse errado durante a preparação do evento.[6] A organização concedeu os direitos da produção para a empresa Matching Entertainment em dezembro de 2004, após os erros de outra companhia, a Showcase Thailand.[7]

Em fevereiro de 2005, após o governo tailandês terminar a decoração de Bangkok para o evento, o primeiro-ministro tentou a transferência da final para Khao Lak, uma cidade devastada pelo terremoto do Índico de 2004. A tentativa foi em vão, mas as preliminares do concurso foram realizados nas áreas devastadas.[8] Esta foi a segunda vez em que o concurso foi sediado em Bangkok.[9] A cidade também sediou o Miss Universo 1992 e 13 anos mais tarde,a arena irá novamente sediar o concurso.[10]

Evento[editar | editar código-fonte]

Num dos mais exóticos e culturalmente ricos lugares do mundo,as finais foram realizados um palco extremamente luxuoso e grande,cuja cor predominante era ouro,o concurso começou com a chegada do apresentador Billy Bush em cima de um elefante e da apresentadora Nancy O'Dell num tuktuk, um táxi característico de Bangkok. Do cenário completamente dourado,aos grupos de dança, a cultura tailandesa esteve presente por todo o espetáculo. As primeiras favoritas eram Natalie Glebova, Canadá, Monica Spear da Venezuela, Chyntia Olavarria de Porto Rico, Laura Elizondo do México, Evangelia Aravani da Grécia,também se posicionaram a primeira Miss Letônia, Ieva Kokorevica, além da súbita popularidade da polêmica Artika Sari Devi, da Indonésia. Representante de um país muçulmano que voltava ao concurso após um hiato de nove anos, suas fotos em traje de banho nas preliminares correram o mundo e causaram espanto em seu país, que lhe proibiu de continuar no concurso; Devi ignorou a proibição do governo e competiu usando um maiô enquanto as outras desfilavam de biquíni.Após o caso de Devi,a Organização Miss Universo passou a dar alternativas para o traje de banho [1]

Durante a transmissão, foi respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas do tsunami que matou milhares de pessoas por todo o país um ano antes; o objetivo principal da Tailândia em sediar o evento foi mostrar ao mundo não apenas suas belezas turísticas mas a sua recuperação como país.[1]

Impact Arena, o local do concurso.

Quando o Top 15 foi anunciado, as favoritas, as polêmicas,além das tradicionais surpresas, todas lá estavam: Canadá, Venezuela, Indonésia, Letônia, Porto Rico, México, República Dominicana, África do Sul, Suíça, EUA, Israel, Peru, Grécia, Trinidad e Tobago, Porto Rico e a Miss Noruega, Helene Tråsavik,cuja mãe era tailandesa , foi o único consolo para os donos da casa que investiram tanto no concurso e não viram a Miss Tailândia ser classificada. Depois de desfile de traje de banho do Top 10,Natalie Glebova, com uma apresentação perfeita, mostrou ser a miss a ser batida e Miss Porto Rico, com um grande desfile pela passarela, veio em seguida na preferência dos analistas;a peruana escorregou e quase caiu e a Miss EUA fez uma das mais divertidas apresentações de traje de banho pela falta de talento para desfilar, o que veio a ser muito comentado na internet.

Esse ano é considerado como o ano das Américas,pois todas as classificadas eram deste continente: Canadá, México, Venezuela, Porto Rico e República Dominicana, quatro delas latinas. Ao final, Miss Venezuela ficou em 5º lugar, México em 4º, República Dominicana em 3º, Porto Rico em 2º, e o Canadá ganhou sua segunda coroa com a russa naturalizada Natalie Glebova.[1]

A vencedora[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Natalie Glebova

Natalie Glebova é uma cidadã canadense nascida na Rússia que se mudou para o Canadá com a família quando tinha doze anos de idade. Pianista com formação clássica e ginasta com vários títulos regionais no Canadá, trabalhou como modelo e formou-se em Administração de Comércio e Tecnologia da Informação na Universidade Ryerson em Toronto.[1] Após competir em Bangcoc ela teve uma afinidade especial com a Tailândia, indo várias vezes ao país durante seu reinado,[11][12] mudando-se definitivamente em setembro de 2006, após coroar sua sucessora.[13] Casou-se em 2007 com o tenista tailandês Paradorn Srichaphan,de quem se divorciou em 2011 – e desde então foi uma das mais famosas faces da propaganda no país e em toda a Ásia.

Resultados[editar | editar código-fonte]

Natalie Glebova, Miss Universo 2005
Colocação Candidata País
Miss Universo 2005 Natalie Glebova  Canadá
2º lugar Cynthia Olavarría  Porto Rico
3º lugar Renata Soñé República Dominicana
4º lugar Laura Elizondo  México
5º lugar Mónica Spear  Venezuela
Semifinalistas (Top 10): Débora Sulca
Ieva Kokoreviča
Fiona Hefti
Chelsea Cooley
Elena Ralph
 Peru
 Letônia
Suíça
 Estados Unidos
 Israel
Semifinalistas (Top 15): Evagelia Aravani
Claudia Henkel
Helene Tråsavik
Magdalene Walcott
Artika Sari Devi
 Grécia
África do Sul
 Noruega
Trinidad e Tobago
Indonésia
Premiações especiais
Miss Fotogenia Gionna Cabrera Filipinas
Miss Simpatia Tricia Homer Ilhas Virgens Americanas
Melhor Traje Típico Chananporn Rosjan  Tailândia

Candidatas[editar | editar código-fonte]

Em negrito, a candidata eleita Miss Universo 2005. Em itálico, as semifinalistas.[14]

Jurados [30][editar | editar código-fonte]

Fatos[editar | editar código-fonte]

  • Mónica Spear, a representante venezuelana, morreu assassinada em 6 de janeiro de 2013 junto com seu ex-marido, o irlandês Henry Thomas Berry, após uma tentativa de assalto na rodovia Puerto Cabello-Valencia, cerca de 220 quilômetros a oeste de Caracas, na região de El Cambur. A filha do casal de cinco anos, que estava com os pais, foi ferida à bala na perna. O caso causou uma comoção nacional na Venezuela, com declarações do governo e do líder oposicionista Henrique Capriles pedindo uma união nacional no país. Quando de sua morte, oito anos após sua participação no Miss Universo, Mónica já era uma das mais populares atrizes e figuras públicas da Venezuela.[31] Seu enterro foi seguido por milhares de pessoas em Caracas, com filas enormes de cidadãos comuns deixando flores em sua sepultura.[32]
  • Cheryl Anrkah foi originalmente coroada Miss Trinidad & Tobago, mas foi destituída após ser acusada de não ser responsável com seus deveres como miss.[33] Embora Cheryl tivesse conseguido uma ação na justiça para impedir um outro concurso que estava sendo realizado, um jurado do caso mudou a decisão e um segundo concurso de Miss Trinidad & Tobago pode ser realizado.[33] A vencedora do segundo concurso, que representou o país no Miss Universo, foi Magdalene Walcott, que tinha sido semifinalista no 53° Miss Mundo, realizado na China.
  • Miss Zâmbia Cynthia Kanema representou seu país em nada menos que cinco concursos de beleza internacionais do Grand Slam: Miss Universo, Miss Mundo, Miss Terra, Miss Beleza Internacional e Rainha do Turismo Internacional.[1]

Referências

  1. a b c d e f «Miss Universe 2005 Natalie Glebova». GlobalBeauties. Consultado em 9 de fevereiro de 2015 
  2. a b «Thailand proposes to host next Miss Universe contest». Organization of Asia-Pacific News Agencies. 10 de julho de 2004 
  3. «Thailand to host Miss Universe pageant in 2005». Agence France Presse. 10 de agosto de 2004 
  4. «Miss Universe pageant in Thailand to push tourism». Hindustan Times. 11 de agosto de 2004 
  5. Intarakomalyasut, Nondhanada (23 de outubro de 2004). «Thailand slow to fund Miss Universe 2005 event». Bangkok Post 
  6. «Miss Universe bid gets push from Thailand prime minister». Bangkok Post. 6 de novembro de 2004 
  7. «Matching Entertainment to host Miss Universe». fnWEB. 14 de dezembro de 2004 
  8. «Govt denies plans to stage Miss Universe in tsunami resort». OANA. 18 de fevereiro de 2005 
  9. «TAT gears up for Miss Universe 2005». The Nation. 18 de agosto de 2004 
  10. «Thailand to host Miss Universe 2018 as pageant returns to Asia». ABS-CBN News. 31 de julho de 2018. Consultado em 31 de julho de 2018 
  11. «Miss Universe to tout Thai icons». The Nation. 12 de outubro de 2005. Consultado em 28 de abril de 2007 
  12. «Singha taps stars to promote foreign image». Business Day. 22 de maio de 2006 
  13. «Easy lies the crown; Former Miss Universe Natalie Glebova calls Thailand home - and hopes to use her fame to make a difference». Bangkok Post. 2 de setembro de 2006 
  14. «2005». pageantopolis. Consultado em 31 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2007 
  15. «Germany: Student of Turkish Descent Crowned Miss Germany 2005». ANSA. 15 de janeiro de 2005 
  16. Cacceta, Wendy (4 de maio de 2005). «Slumming it in casual Darwin». The West Australian 
  17. «Miss Universe Canada». Broadcast News. 26 de janeiro de 2005 
  18. «Cheryl Tay is Miss Singapore Universe 2005». Channel News Asia. 2 de abril de 2005 
  19. Brumfield, Sarah (12 de abril de 2005). «Miss North Carolina crowned Miss USA». Associated Press 
  20. Desta, Tedla (21 de março de 2005). «Atetegeb Wins Miss Universe Contest». All Africa 
  21. Requintina, Robert (21 de março de 2005). «3 beauties win top Binibining Pilipinas pageant titles». Manila Bulletin 
  22. «Amrita Thapar crowned Miss India Universe». Hindustan Times. 28 de março de 2005 
  23. Casey, Michael (14 de setembro de 2004). «Miss Indonesia is in a bathing suit battle; She would have to wear a swimsuit to compete in the Miss Universe pageant». The Associated Press 
  24. «Tawau student wins two titles». The Malay Mail. 28 de março de 2005 
  25. «Norwegian beauty has roots in Udon Thani». The Nation. 1 de maio de 2005 
  26. «Renata Soñé crowned Miss Dominican Republic». EFE News Service. 10 de abril de 2005 
  27. «Student from Rostov-on-Don Wins Miss Universe Russia 2005 Title». RIA Novosty. 20 de abril de 2005 
  28. Blake, Chris (1 de abril de 2005). «The world of Miss Switzerland». Swiss News 
  29. «Engineer and pilot trainee crowned Miss Thailand Universe». Agence France Presse. 27 de março de 2005 
  30. «The Judges». Critical Beauty. Consultado em 30 de janeiro de 2015 
  31. «Assassinato de ex-Miss Venezuela deflagra comoção contra violência». O Globo. Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  32. Sridharan, Vasudevan. «Former Venezuelan Beauty Queen Monica Spear's Funeral in Pictures». International Business Times. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  33. a b Brown, Loren (21 de março de 2005). «Trinidad's local Miss Universe franchise can hold new pageant to select replacement, judge rules». Associated Press 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]