Moviola

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Moviola é uma marca de equipamento de montagem cinematográfica, que em muitos países tornou-se sinônimo de mesa de montagem ou mesa de edição.[1]

O dispositivo original, inventado por Iwan Serrurier em 1917, era constituído de dois rolos (um de entrada e um de saída), uma manivela para movimentá-los, uma série de engrenagens por onde pasava o flme e um visor, permitindo ao montador ver o filme em movimento para selecionar, cortar e colar pedaços de filme.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em 1917, Iwan Serrurier, engenheiro eletricista holandês radicado nos Estados Unidos, criou uma máquina que projetava filmes em casa. Pediu aos seus cinco filhos sugestões de nome para dar ao aparelho recém-inventado. Dos pelo menos 20 nomes sugeridos, "moviola" pareceu-lhe o melhor, pela analogia com a "Vitrola", denominação dos aparelhos de toca-discos então comercializados pela RCA Victor.

Seis anos após a invenção, Serrurier havia feito 15 máquinas. Para seu desânimo, encalhe geral. Ninguém parecia se interessar por aquilo. Ou, então, a razão do fracasso de venda era outra. Custavam caro: US$ 600 (o equivalente a US$ 20.000, atualmente). Entre 1923 e 1924, apenas três moviolas foram vendidas.

Tudo mudou quando Serrurier conheceu um montador que trabalhava com Douglas Fairbanks. O novo conhecido lhe mostrou como se editavam os filmes até então. Os dois vislumbraram uma nova utilidade para a moviola: ferramenta de montagem.

Em um fim de semana de 1924, Serrurier fez adaptações no seu projetor caseiro: surgia, assim, a primeira mesa de montagem. O sucesso foi imediato. Não só os estúdios de Fairbanks, como Universal Studios, Warner Brothers, Charles Chaplin Studios, Buster Keaton Productions, Mary Pickford, Mack Sennett e Metro-Goldwyn-Mayer compraram as moviolas.

Primeira moviola.

Além disso, o advento do cinema sonoro – a partir de 1927, com O Cantor de Jazz - exigiu aperfeiçoamentos e ampliou a necessidade da moviola, que passava a contar com duas cabeças, uma para a imagem e a outra para o som. Se antes era mais fácil e mais rápido montar filmes na moviola, com o cinema sonoro o aparelho passou a ser quase imprescindível - afinal, como "perceber" os diálogos através da lente de aumento utilizada pelos primeiros montadores?

A Moviola Co, empresa de Serrurier, ampliou seu leque: Movietone, para som óptico; Vitaphones, que gravavam discos; visores para 16 mm, 35 mm, 65 mm e 70 mm; projetores, sincronizadores, entre outros aparelhos. A invenção do imigrante se disseminou mundo afora, no cinema e nas emissoras de televisão, que a utilizavam para editar o material de seus telejornais.

Outras mesas de montagem[editar | editar código-fonte]

Ao contrário da moviola, em que a película se desenrola verticalmente, os demais aparelhos desenvolvidos para a montagem cinematográfica trabalham com o filme sobre uma mesa horizontal, daí chamarem-se flatbed (cama ou leito plano, horizontal) em inglês.

A primeira mesa de montagem horizontal foi a Prevost, desenvolvida pelo engenheiro italiano Attlio Prevost (1890-1954).

Outras marcas de mesa de montagem são a Steenbeck (inventada na Alemanha nos anos 1930), a KEM (Keller-Elektro-Mechanik, também alemã), a italiana Intercine, a holandesa Oldelft, as francesas Atlas e Moritone e a inglesa LEM.

Referências

  1. Montagem cinematográfica: da moviola ao Adobe Premiere. cinemascope.com.br, 24 de julho de 2020.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]