Muriqui (Mangaratiba)

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Muriqui
  Distrito do Brasil  
Vista panorâmica de Muriqui
Vista panorâmica de Muriqui
Vista panorâmica de Muriqui
Localização
Localização em Mangaratiba
Localização em Mangaratiba
Localização em Mangaratiba
Mapa
Mapa de Muriqui
Coordenadas 22° 55' 33.8" S 43° 56' 52.2" O
Estado  Rio de Janeiro
Município Mangaratiba
História
Criado em c. 1597 (estabelecido)
1 de dezembro de 1949 (74 anos) (incorporado)
Características geográficas
Área total 38,0268 km²[a]
População total (2010) 10 241 hab.
Densidade 269,31 hab./km²
Outras informações
Domicílios 11 210 (2010)

Muriqui é um distrito do município de Mangaratiba, situado no litoral da região Metropolitana do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, acessível pela BR-101. É vizinho à localidade de Itacuruçá.[1]

O distrito também é cortado por uma ferrovia, o Ramal de Mangaratiba da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, atualmente utilizado para o transporte de cargas aos portos locais. [2]

O distrito e a praia ficam bastante agitados no verão e nos feriados. A noite é animada por músicas na orla e gastronomia variada na praça principal. Também se destaca a feira de artesanato, presente nos verões.[carece de fontes?] O clima é típico das praias da chamada "Costa Verde" do Estado do Rio: quente e úmido, com chuvas comuns e um pouco mais frio no inverno.[carece de fontes?]

Muriqui é o distrito mais jovem do município e o mais populoso. Em meados dos anos 50, iniciaram-se os loteamentos na região que antes consistia de propriedades rurais e uma pequena vila de pescadores. Inicialmente a região pertencia ao distrito de Itacuruçá, mas logo após o loteamento foi desmembrado.[carece de fontes?]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome do distrito vem do gênero de macacos Muriqui, também chamado de mono-carvoeiro. O termo "muriqui" vem de uma corrupção da palavra myraqui, do tupi (também buriqui, barigui e baregui), e significa "gente que se bambaleia, que vai e vem".[3]

Contudo, essa etimologia é disputada: de acordo com o glossário de von Martius, o termo vem das palavras jemoroo ("nutrir") e aiké (contração de aikobê: "tem", "existe").[4]

População[editar | editar código-fonte]

Pirâmide etária 2010
%  Homens   Idade   Mulheres  %
0,19
 
85+
 
0,43
0,47
 
80-84
 
0,61
0,69
 
75-79
 
0,87
1,29
 
70-74
 
1,35
1,98
 
65-69
 
1,79
2,42
 
60-64
 
2,64
2,50
 
55-59
 
2,74
3,23
 
50-54
 
3,41
3,13
 
45-49
 
3,82
3,42
 
40-44
 
3,46
3,50
 
35-39
 
3,91
3,93
 
30-34
 
3,89
3,67
 
25-29
 
3,97
3,68
 
20-24
 
3,40
3,71
 
15-19
 
4,22
4,82
 
10-14
 
3,97
3,36
 
5-9
 
3,48
2,98
 
0-4
 
3,09
Censo populacional
AnoPop.±%
1950983—    
19601 885+91.8%
19702 366+25.5%
19803 380+42.9%
19914 345+28.6%
20006 095+40.3%
201010 241+68.0%
Nota: O censo de 1940 não contém informações sobre Vila Muriqui, pois Muriqui só se tornou distrito oficialmente em 1949.
Fonte: IBGE

Administração[editar | editar código-fonte]

Sede da administração de Muriqui

Por ser um distrito do município de Mangaratiba, Muriqui está sujeito à administração da prefeitura de Mangaratiba – i.e. seu prefeito e governo municipal. Entretanto, há uma subprefeitura exclusiva de Muriqui.

A seguir está uma lista de subprefeitos da subprefeitura de Muriqui:

Subprefeitos de Muriqui
Nome Nomeado Exonerado
Demócrito Reginaldo 01 de agosto de 2011[5] ?
Demócrito Reginaldo 01 de fevereiro de 2013[6] 01 de maio de 2015[7]
Antônio Marcos de Moura 01 de fevereiro de 2017[8] 01 de julho de 2018[9]
Adilson dos Santos 01 de agosto de 2018[10] ?
Fabrícia Guerhardt 20 de novembro de 2018[11] 01 de abril de 2019[12]
Adilson dos Santos 01 de abril de 2019[12] 02 de janeiro de 2020[13]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Praia de Muriqui

Praias[editar | editar código-fonte]

A praia de Muriqui é extensa e apresenta muitos quiosques em sua orla.[1] Várias cachoeiras se escondem por sua serra e desembocam em dois rios, um em cada extremidade da praia. A praia tem a extensão de 1200 metros (parte urbanizada), sendo que após a cada rio, há trechos de praias não urbanizadas.[carece de fontes?]

Muriqui possui acesso direto ao Oceano Atlântico através da praia de Muriqui, localizada a oeste da Baía de Sepetiba. Em termos de balneabilidade, a praia de Muriqui é considerada imprópria para banho,[14] apesar de haverem esforços recentes com o objetivo de limpar os rios e praias de Mangaratiba.[15]

Rios[editar | editar código-fonte]

Estuário do Rio Catumbi

Muriqui é centrado entre dois rios, com o Rio Catumbi a leste e o Rio Muriqui (às vezes chamado de Rio da Prata)[16] a oeste.[17]

Para mitigar o risco de inundação, ambos os rios são dragados periodicamente pela subprefeitura do distrito.[18][19][20]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Arte[editar | editar código-fonte]

Muriqui possui uma instalação artística da artista japonesa Mariko Mori chamada Ring: One With Nature, inaugurada no topo da cachoeira Véu da Noiva em agosto de 2016 para celebrar os Jogos Olímpicos de 2016.[21] A peça é um anel de acrílico que muda de cor dependendo da posição do sol, e representa um sexto sixth anel olímpico. A obra mede aproximadamente 3 m (9,84 ft) de diâmetro e pesa por volta de 2 t (4 410 lb).[22][23]

Culinária[editar | editar código-fonte]

Uma cocada de Muriqui

A iguaria mais bem conhecida de Muriqui é a cocada (conhecida como Cocada de Muriqui), um dos doces famosos da culinária de Mangaratiba.[24] De acordo com Fabrini dos Santos, consultor da SEBRAE, as cocadas são destacadas o suficiente para que possam, em algum momento, obter selos de indicação geográfica.[25] As cocadas do distrito já existem pelo menos desde a construção da rodovia BR-101, e são vendidas em seu acostamento desde então.[26]

A sobremesa de coco possui um impacto cultural tão importante que, em março de 2018, a Festa da Cocada do Distrito de Muriqui foi adicionada ao calendário de eventos oficial do município, a ser celebrada anualmente no último final de semana do mês de julho.[26]

Lenda[editar | editar código-fonte]

Uma lenda pertencente a Muriqui é a lenda do Vento Vieira. A lenda conta a história de um homem que era tão apaixonado por Muriqui, que disse aos seus amigos que quando morresse, ele gostaria de ser enterrado nas montanhas desse local.

No dia em que ele morreu, porém, ele não foi enterrado nas montanhas de Muriqui, mas foi levado para ser enterrado em outro local de mais fácil acesso. Em seu funeral, antes que ele possa ser enterrado, houve um vento muito forte que assustou todos os seus amigos e carregou tudo que lá estava, inclusive o caixão.

No dia seguinte, seus amigos voltaram para terminar o funeral de Vieira, porém quando eles foram checar o caixão, não havia nada dentro. A partir desse dia, todos passaram a acreditar que aquele forte vento levou o corpo de Vieira às montanhas.

Consequentemente, sempre quando venta muito em Muriqui (geralmente entre agosto e setembro), dizem que se trata de Vieira indo visitar o lugar que ele gostava muito.[27]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Valor para área não é exato; ele foi calculado usando os valores conhecidos de população e densidade populacional.

Referências

  1. a b Prefeitura Municipal de Mangaratiba. «Muriqui 4° Distrito». Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2020 
  2. «Muriqui -- Estações Ferroviárias do Estado do Rio de Janeiro». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2020 
  3. Sampaio, Teodoro (1987) [publicado originalmente em 1901]. O Tupi na Geografia Nacional. Col: Brasiliana Eletrônica da UFRJ. 380. Introdução e notas do Professor Frederico G. Edelweiss 5ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 209. ISBN 85-04-00212-8. Consultado em 12 de fevereiro de 2020 
  4. von Martius, Karl Friedrich Philipp (1867). Beiträge zur Ethnographie und Sprachenkunde Amerika's zumal Brasiliens. Universidade de São Paulo. 2. Leipzig: Friedrich Fleisher. p. 516 
  5. «Atos da Prefeitura» (PDF). Boletim Informativo Oficial do Município de Mangaratiba (329): 10. 12 de janeiro de 2012. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  6. «Atos da Prefeitura» (PDF). Boletim Informativo Oficial do Município de Mangaratiba (399 - Suplemento Especial): 32. 20 de junho de 2013. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  7. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (519): 5. 3 de junho de 2015. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  8. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (686): 13. 7 de abril de 2017. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  9. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (838): 82. 31 de julho de 2018. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  10. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (848): 36. 31 de agosto de 2018. Consultado em 3 de dezembro de 2020 
  11. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (880): 20. 18 de dezembro de 2018. Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  12. a b «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (917): 5. 26 de abril de 2019. Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  13. «Atos da Prefeitura» (PDF). Diário Oficial do Município de Mangaratiba (1069): 20. 29 de janeiro de 2020. Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  14. «Três em dez praias são impróprias para banho no Brasil; pesquise». Folha de S.Paulo. 5 de fevereiro de 2017. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  15. Neves, Rafaela (18 de dezembro de 2019). «Prefeitura inicia implantação de fossas biodigestoras». Prefeitura de Mangaratiba. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  16. Bidegain, Paulo; Pellens, Roseli; Jamel, Carlos Eduardo Goes (Julho 1998). A Situação Atual dos Espaços Territoriais Protegidos do Estado do Rio de Janeiro: Parte II (Relatório técnico). p. 110. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  17. Lopes, Monique Oliveira (11 de abril de 2014). Diagnóstico Ambiental dos Rios da Prata e Catumbi e Balneabilidade da Praia: Estudo de Caso em Muriqui, Mangaratiba - Rj (Tese de Mestrado). UERJ. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  18. «Rio em Muriqui é dragado». 22 de dezembro de 2012. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  19. «Limpeza no Rio Muriqui». 16 de junho de 2015. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  20. Assis, Caio (6 de junho de 2016). «Desobstrução do Rio Muriqui». Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  21. Plummer, Todd (8 de agosto de 2016). «Artist Mariko Mori Explains Her Stunning Rio 2016 Art Installation». Vogue (em inglês). Consultado em 4 de setembro de 2020 
  22. Guimarães, Ana Cláudia (13 de julho de 2016). «Cachoeira em Mangaratiba (RJ) ganhará 'auréola gigante' feita por artista japonesa». O Globo. Consultado em 4 de setembro de 2020 
  23. «Parque Estadual Cunhambebe inaugura trilha adaptada para portadores de necessidades especiais». INEA. 18 de julho de 2017. Consultado em 4 de setembro de 2020 
  24. Popov, Flávia, ed. (2 de abril de 2018). «És princesinha colossal da Costa Verde». O Hoje.com. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  25. Guimarães, Saulo Pereira (15 de dezembro de 2019). «Laranjas e vieiras com 'pedigree' lutam por selo de certificação». O Globo. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  26. a b Araújo, Helder Rangel de (27 de março de 2018). «Projeto de Lei Nº 10/2018» (PDF). Câmara Municipal de Mangaratiba. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  27. «Secretaria Municipal de Turismo de Mangaratiba» 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]