Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro

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Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
Tipo museu
Inauguração 1934 (90 anos)
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 22° 58' 46.608" S 43° 14' 33.43" O
Mapa
Localidade Gávea
Localização Rio de Janeiro - Brasil

O MHC | Museu Histórico da Cidade, popularmente conhecido como Museu da Cidade, localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

É formado por um conjunto arquitetônico que engloba duas edificações do século XIX, dedicadas às exposições de longa e curta duração; a Capela de São João Batista, do século XX; uma reserva técnica e um prédio administrativo. O espaço está inserido dentro do Parque da Cidade, um parque natural municipal no bairro da Gávea com 470 mil metros quadrados. [1]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 22 de abril de 1891 o Intendente Municipal Alfredo Piragibe apresentou um requerimento ao Presidente do Conselho Municipal pedindo que se remetessem as peças do Senado da Câmara e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para constituírem o Museu Municipal.

Posteriormente, com base no Decreto n.º 1641, de 13 de outubro de 1914, que em seu Art. 19 determinava "Conservar em boa guarda, devidamente catalogadas as peças de numismática, livros raros e objetos de grande valia para o estudo da História da Cidade", o Prefeito Antônio Prado Júnior, pelo Decreto n.º 3201, de 16 de janeiro de 1930, determinou que se providenciasse "Sobre a melhor conservação de objetos que interessam à História da Cidade do Rio de Janeiro" e deliberou que todos os objetos existentes em outras Diretorias seriam recolhidos pela Diretoria de Estatística e Arquivo, com funcionários designados para conservarem e catalogarem o acervo histórico da cidade.

Criação do museu[editar | editar código-fonte]

Vídeo da Agência Nacional, de 1975.

Coube ao Prefeito Pedro Ernesto, pelo Art. 29 do Decreto n.º 4989, de 11 de julho de 1934, a criação do museu[2]:

"A essa Diretoria [de Estatística e Arquivo] competem todos os serviços atribuídos às ditas Diretorias, por leis, decretos e regulamentos, e mais a manutenção do Museu Histórico da Cidade, criado pelo presente Decreto."

Complementarmente, em 1935 o Vereador Frederico Trotta, pelo Projeto n.º 88, propôs autorizar "a instalação e organização do Museu Histórico da Cidade", projeto que foi vetado pelo Prefeito Olympio de Mello.

A 10 de outubro de 1940, foi novamente organizado o Museu Histórico da Cidade, instalado no 2.° andar do Palácio da Prefeitura do Distrito Federal, ali tendo permanecido até 3 de maio de 1941.

Transferência para o Solar de Santa Marinha[editar | editar código-fonte]

Durante a gestão do Prefeito Henrique Dodsworth, o museu foi transferido provisoriamente para o Solar de Santa Marinha, no Parque da Cidade, onde ocupou algumas salas do prédio principal.[3]

Em 28 de setembro de 1942 o acervo sofreu uma nova mudança, agora para o prédio da Praça Cardeal Arco Verde, no bairro de Copacabana, onde funcionava anteriormente um centro recreativo da Prefeitura. A exposição, aberta à visitação pública, ali se conservou, com algumas interrupções, até fevereiro de 1948.

Na gestão do Prefeito Ângelo Mendes de Moraes, a instituição retornou ao Parque da Cidade, permanecendo aberta à visitação pública até 1968, quando, por iniciativa do Governador Embaixador Francisco Negrão de Lima, foi fechada para obras de conservação e restauração do prédio.

Estudo em terracota da cabeça do Cristo Redentor. Autoria: Paul Landowski. Século XX.

Em 1969, o Museu Histórico da Cidade reabriu o primeiro pavimento à visitação enquanto ainda se processava a restauração do segundo pavimento. No ano seguinte (1970), foi integralmente reaberto pelo Governo do Estado, passando a expor coleções relativas à história da cidade do Rio de Janeiro.

Acervo[editar | editar código-fonte]

Foi um dos serviços utilizados na Corte de D. João VI no Palácio de São Cristóvão e na Fazenda Real de Santa Cruz.
Prato de porcelana da Cia. Das Índias. Século XVIII.
Imagem de São Sebastião. Século XIX.
Brasão do Império em madeira dourada. Século XIX.
Prato do IV Centenário do Rio de Janeiro. Século XX.

Desde sua criação, o Museu Histórico da Cidade já estava voltado para a guarda e catalogação de peças de grande importância para história do Rio de Janeiro. Por ter sido criado em uma cidade que durante muitos anos foi capital do país, o seu acervo é bastante eclético. Esse ecletismo tem sua justificativa na necessidade de apresentar uma síntese da cultura brasileira, mantendo, porém, seu foco voltado para a cidade do Rio de Janeiro.[4]

O acervo do museu é constituído por cerca de 24.000 peças, entre as quais se destacam obras de artistas como Eliseu Visconti, Thomas Ender, Antônio Parreiras, Armando Vianna, Augusto Malta e Marc Ferrez, além dos acervos dos prefeitos Pereira Passos, Pedro Ernesto, Carlos César de Oliveira Sampaio e Cesar Maia.[5]

O museu possui também um importante acervo bibliográfico composto por livros, revistas, catálogos, anais e outras obras raras de referência sobre a história e a literatura do Rio de Janeiro, bem como trabalhos de museologia sobre as coleções do museu. A formação deste vasto acervo, teve início a partir do recolhimento em instituições públicas, leilões, aquisições e doações. [6]

Pertencentes à Igreja de São Sebastião no morro do Castelo
Tocheiros barrocos de madeira. Século XVIII.
Imagem de São José de Botas. Século XVIII.
Cigarreira com o monograma "PE" ao centro do brasão do prefeito Pedro Ernesto. Sem data.

O Museu Histórico da Cidade é a instituição responsável pelo maior conjunto de bens museológicos, sob a guarda da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Em 1994, a Prefeitura assinou um convênio com o Governo do Estado a fim de administrar a instituição.[7]

A peça pertenceu à Igreja de São Sebastião no morro do Castelo
Sacrário de madeira policromada. Sem data.
Litografia Hotel Pharoux. Autoria: Sébastien Auguste Sisson. Século XIX. O hotel é considerado o primeiro grande hotel do Brasil.

Reserva técnica[editar | editar código-fonte]

A reserva técnica é um espaço considerado o coração do museu, pois abriga boa parte do patrimônio não exibido na exposição. A grande missão do museu além de expor e pesquisar é salvaguardar o seu acervo por meio da conservação. Em maio de 2019 o museu inaugurou sua nova reserva técnica, um espaço destinado exclusivamente para os técnicos trabalharem nos procedimentos de higienização, acondicionamento e também a catalogação dos objetos. [8]

Exposições[editar | editar código-fonte]

O Casarão de Exposições Temporárias[9] é um prédio construído no final do século XIX que tem um papel importante na programação do museu, pois abriga exposições temporárias de diversas temáticas.

A exposição “Divina Geometria – Cristo Redentor por Oskar Metsavaht”, em 2016[10], marcou a reabertura do espaço.

Em 2017 o museu inaugurou a exposição “O Rio de Janeiro de Estácio de Sá”[11], com objetos da época e outros relacionados com a fundação da Cidade por Estácio de Sá em 1565 e também a exposição “Imagens do Rio Oitocentista”, que apresentou através de litogravuras o Rio de Janeiro do século XIX.[12]

Em 2019 a exposição “Corpo de Fuzileiros Navais, Inclusão e Arte”, apresentou os militares durante uma missão de paz realizada no Haiti, através de obras de pintores da Associação de Pintores com a Boca e os Pés (APBP). A exposição foi organizada pelo Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais com o apoio da Secretaria de Cultura.[13]

A exposição: "Os Múltiplos Olhares de Augusto Malta", esteve em cartaz durante dois anos e ocupava o 1.º e 2.º andares do Casarão de Exposições Temporárias. A mostra abordava a cidade sob a ótica do fotógrafo Augusto Malta.[14]

Em seguida, a exposição de curta duração intitulada "O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro conta a sua história", explorou o histórico da instituição e mostrou curiosidades e aspectos importantes para a formação do museu.[15]

O Palacete, onde encontra-se a exposição de longa duração, encontra-se aberto à visitação e apresenta a história e cultura da cidade. [16]


Diretores do MHC|Museu Histórico da Cidade[editar | editar código-fonte]

  • Ariosto Berna (1934 - 1940)
  • Adhemar Barbosa Ferreira de Assumpção (1940)
  • Paulo Coelho Netto (1943 - 1948)
  • Yolanda Americano Cavalcanti (1948 - 1951)
  • Paschoalina de Almeida Stilben (1951)
  • Nair da Costa Pereira (1953 - 1954)
  • Francisco de Paula Achilles (1954)
  • Paschoalina de Almeida Stilben (1954 - 1965)
  • Regina Freire Carvalhais (1965)
  • Luis Carlos Palmeira (1966 - 1967)
  • Neusa Fernandes (1968 - 1974)
  • Antonio Fernando de Bulhões Carvalho (1975 - 1982)
  • Joel Rufino dos Santos (1983 - 1987)
  • Beatriz Vicq Carvalho (1988)
  • Everardo Cordeiro de Miranda (1995 - 1997)
  • Mônica da Costa (1997 - 2005)
  • Heloísa Helena Queiroz (2006 - 2008)
  • Marcia Luiz do Nascimento (2008 - 2009)
  • Everardo Cordeiro de Miranda (2009 - 2011)
  • Luciana Mota Gaspar de Oliveira (2011 - 2019)
  • Alexandre Valadão Rios (2019 - 2022)
  • Gisele Nery (2023 - atual)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

s.a.. Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Estado da Guanabara, 1974. 32p.

Porto, Claudia. Museu histórico da cidade do Rio de Janeiro: a coleção volume 1 / Claudia Porto. – Rio de Janeiro : Philae, 2016. 72 p.

Porto, Claudia. Museu histórico da cidade do Rio de Janeiro: a coleção volume 2 / Claudia Porto. – Rio de Janeiro : Philae, 2016. 72 p.

Porto, Claudia. Museu histórico da cidade do Rio de Janeiro: a coleção volume 3 / Claudia Porto. – Rio de Janeiro : Philae, 2016. 72 p.

Telles, Marcus. Museu histórico da cidade do Rio de Janeiro: história do Rio / Marcus Telles. – Rio de Janeiro : Philae, 2016. 72 p.

Metsavaht, Oscar. Cristo Redentor: divina geometria / Oscar Metsavaht. - 1. ed, - Rio de Janeiro: Instituto-e, 2016. 200 p.

Referências

  1. «Museu da Cidade será reaberto no dia 16 de julho após seis anos fechado | Da Redação | VEJA RIO». 2 de julho de 2016 
  2. Revista Museu (10 de maio de 2018). «Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro recebe mostra 'A Comunicação e a Sociedade'». Revista Museu. Consultado em 17 de setembro de 2018 
  3. «Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro». Museus Br. Consultado em 17 de outubro de 2018 
  4. RANGEL, Marcio Ferreira. A formação do acervo do museu histórico da cidade do Rio de Janeiro: caos e memória. 2000. Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós-graduação em Memória Social e Documento da Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.
  5. «Museus - prefeitura.rio». www.rio.rj.gov.br. Consultado em 21 de fevereiro de 2017 
  6. «Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro/MHCRJ | Museus do Estado» 
  7. Culturais, Mapas (12 de maio de 2014). «Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro» 
  8. «Museu Histórico da Cidade ganha nova reserva técnica no Dia Internacional dos Museus». Rio Notícias. 17 de maio de 2019. Consultado em 28 de maio de 2019 
  9. Museus (12 de maio de 2014). «Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro - Mapas Culturais». Museus 
  10. «Fechado há 6 anos, Museu Histórico do Rio reabre neste fim de semana». Rio de Janeiro. 16 de julho de 2016 
  11. «O Rio de Janeiro de Estácio de Sá». Visit.Rio 
  12. «12/07/2017 - Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro celebra 83º aniversário com exposição sobre o Rio Oitocentista». www.revistamuseu.com.br. Consultado em 28 de maio de 2019 
  13. «Museu Histórico da Cidade abre exposição de pinturas feitas com a boca e os pés». Rio Notícias. 21 de março de 2019. Consultado em 28 de maio de 2019 
  14. RM, Editoria. «16/04/2018 - RJ: Museu Histórico da Cidade exibe duas mostras até o início do segundo semestre». www.revistamuseu.com.br. Consultado em 24 de abril de 2018 
  15. «Museu Histórico do Rio conta sua história». 23 de setembro de 2019 
  16. Palacete. «Palacete do Museu Histórico da Cidade». Após seis anos fechado, palacete do Museu Histórico da Cidade deve reabrir este ano 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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