Museu de Lisboa

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Museu de Lisboa
Museu de Lisboa
Tipo museu
Página oficial (Website)
Geografia
Localização Lisboa - Portugal

O núcleo-sede do Museu de Lisboa encontra-se instalado nas dependências e jardins do Palácio Pimenta, localizado no Campo Grande, na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal.[1]

O Museu de Lisboa, antigo Museu da Cidade, é composto por cinco núcleos: o Palácio Pimenta (núcleo-sede), o núcleo dedicado a Santo António, o Teatro Romano, o núcleo arqueológico da Casa dos Bicos e o Torreão Poente da Praça do Comércio.[2]

Está em curso a criação de um outro espaço que irá fazer parte do Museu de Lisboa, a instalar na Fábrica de Moagem da antiga Manutenção Militar, que se localiza dentro do Hub Criativo do Beato. Este espaço museológico terá por objetivo o estudo e a valorização do património industrial de Lisboa.

O Palácio Pimenta, também designado Casa da Quinta da Pimenta, Casa da Madre Paula e Palácio Galvão Mexia, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público (Dec. 27:396, de 26 de Dezembro de 1936).[3]

A sede do Museu de Lisboa está instalado no Palácio Pimenta, palácio de veraneio da primeira metade do século XVIII, enquadrado pelo que resta de uma antiga quinta senhorial. Mandado construir por Diogo de Sousa Mexia, figura de relevo dos reinados de D. Pedro II e D. João V, e foi edificado entre 1734 e 1746, desconhecendo-se a autoria do edifício.

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Apresenta uma fachada sóbria articulada por pilastras lisas e cujo corpo central é saliente. Conta com um conjunto de janelas no andar nobre cujas molduras apresentam um recorte que sugere uma época mais tardia de construção (final do século XVIII), assim como os pequenos varandins de ferro forjado e até os bustos que coroam o corpo central. Ainda assim é inevitável reconhecer que a época de maior esplendor é a segunda metade do século XVIII e, de uma maneira particular, o último quartel do século, atendendo ao estilo da maioria dos azulejos que revestem o interior da casa.

A planta da casa é retangular mas o acrescento de várias dependências - arrecadações, cocheiras, cavalariças, etc. - em dois corpos simétricos colocados em cada extremo da residência, determinou planta mais complexa, em U, para todo o conjunto, que possui, por isso, um pátio arborizado nas traseiras. Tem capela interior, onde se destacam duas telas setecentistas - uma Deposição da Cruz (no altar) e Santo António em Adoração da Virgem (no teto).[4]

Jardins[editar | editar código-fonte]

Os jardins conservam ainda um belo arvoredo e alguns elementos que denotam também uma época avançada do século XVIII, particularmente no pitoresco "jogo da bola", com recinto demarcado e que é assinalado por um pequeno obelisco ao gosto dos que se fizeram pelo final do século e de que existem vários exemplos em Lisboa.

Coleção[editar | editar código-fonte]

Terreiro do Paço em 1662, por Dirk Stoop

A sua coleção apresenta em exposição permanente a história da cidade de Lisboa, desde os tempos pré-históricos, passando pelos Romanos, os Visigodos e os Mouros, até aos nossos dias. Conta com azulejos, desenhos, pinturas, maquetas e documentos históricos.

Entre as peças destacam-se pinturas que representam a cidade antes do terramoto de 1755, uma óleo do século XVII de Dirk Stoop que representa o Terreiro do Paço. O tema do terramoto é representado por pinturas da cidade devastada e vários planos da reconstrução. Há também um grande cartaz colorido celebrando a Revolução de 1910 e a proclamação da República, e uma maqueta detalhada da cidade na década de 1950.

Algumas das antigas dependências do palácio também podem ser visitadas, incluindo a cozinha, decorada com painéis de azulejos azuis e brancos que representam peixes, flores e animais de caça.

Uma das salas é dedicada ao Aqueduto das Águas Livres, com detalhes dos planos arquitetónicos para a sua construção e gravuras e aguarelas da construção terminada.

História[editar | editar código-fonte]

O objetivo de criar um Museu Municipal que documentasse a história de Lisboa remonta a 1909, ano em que a primeira vereação republicana da cidade apresentou uma proposta nesse sentido. Nas primeiras décadas, a história do museu foi feita de hesitações, relacionadas sobretudo com a inexistência de um local próprio para a sua instalação. Por essa razão, o acervo entretanto constituído foi depositado no Museu Arqueológico do Carmo, onde abriu uma primeira secção do chamado Museu Olisiponense em 1922.

Em 1930, a Câmara Municipal de Lisboa adquiriu o Palácio da Mitra, tendo sido proposta a instalação do museu naquele equipamento. Após obras de adaptação do edifício, o Museu da Cidade foi inaugurado em 1942, segundo programa museológico da autoria de Mário Tavares Chicó (1905-1966). Desde logo se tomou consciência de que se tratava de uma solução provisória, dada a exiguidade do espaço expositivo e a reduzida coleção reunida.

Com a aquisição do Palácio Pimenta, em 1962, surgiram novas perspetivas para o museu, sendo decidida a sua transferência para este novo local no início da década de 70 do século XX. O novo programa museológico, elaborado por Irisalva Moita (1924-2009), entre 1973 e 1975, propôs um discurso cronológico e evolutivo sobre a cidade, relacionado com o acervo existente, o qual tinha aumentado consideravelmente, salientando-se a aquisição, em 1953, da coleção do olisipógrafo Augusto Vieira da Silva (1869-1951), primeiro conservador das coleções do Museu da Cidade, e a integração de espólio arqueológico, proveniente de intervenções entretanto realizadas na cidade. O museu abriu ao público em diversas fases entre 1979 e 1984.

Para além do antigo Museu da Cidade, o Museu de Lisboa agregou outras unidades museológicas municipais, como o antigo Museu Antoniano, proposto pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa em 1911 e criado em 1962, e o antigo Museu do Teatro Romano de Lisboa, inaugurado em 2001. Também a Casa dos Bicos, que chegou a albergar um núcleo da 17.ª Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura (1983), integra o atual Museu de Lisboa, bem como o Torreão Poente, na Praça do Comércio, espaço dedicado a exposições temporárias relacionadas com a história e o presente de Lisboa.

Missão[editar | editar código-fonte]

Como museu de cidade, tem como vocação dar a conhecer a identidade cultural, social, económica, política, antropológica e territorial de Lisboa, refletindo a sua evolução histórica e da população que a caracteriza. Despertar a curiosidade sobre o lugar físico e a ocupação de Lisboa ao longo dos tempos, a sua relação com o rio enquanto elo entre margens e porta para o mundo. Ao interpretar a cidade através dos testemunhos materiais, permite dar a conhecer a sua herança multicultural – passada e presente – como contributo para os seus possíveis futuros.

O Museu de Lisboa encontra-se sob a gestão de uma equipa constituída por dois diretores e por dois coordenadores:

Direção: Joana Sousa Monteiro e David Felismino

Museu de Lisboa - Santo António

Coordenação: Pedro Teotónio Pereira

Museu de Lisboa - Teatro Romano

Coordenação: Lídia Fernandes

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ficha na base de dados SIPA
  2. http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/abriu-o-novo-museu-de-lisboa
  3. Ficha na base de dados da DGPC
  4. de Azevedo, Carlos (1988). Solares de Portugal. [S.l.]: Livros Horizonte. 142 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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