Museu de São Jorge (Calheta)

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Museu Francisco Lacerda
Museu Francisco de Lacerda

Novas instalações (2020).
Tipo
Inauguração 1991 (33 anos)
Diretor Virgínia Maria da Silva Neto
Website Site oficial
Geografia
País Portugal Portugal
Cidade Calheta
Localidade Beco das Alcaçarias

O Museu Francisco de Lacerda é um museu de ilha, sob a tutela da Direção Regional da Cultura dos Açores, localizado no concelho da Calheta, ilha de São Jorge.

Inaugurado em 1991, o espólio do museu era maioritariamente etnográfico. Em 2020, muda de localização e instala-se nas ruínas da antiga Fábrica de Conservas da Marie d’Anjou, na qual ganha outra dimensão temática com uma perspetiva regional. O novo edifício alberga as exposições permanentes sobre a história da Ilha de São Jorge, a música açoriana, com especial ênfase no Maestro Francisco de Lacerda, e sobre a indústria conserveira.

Historial do Museu[editar | editar código-fonte]

Este Museu foi constituído nos fins dos anos setenta do século XX por um grupo de cidadãos do concelho da vila da Calheta e da Ribeira Seca que teve a iniciativa de organizar uma exposição etnográfica. Começaram por reunir uma série de colecções sobre tecelagem, mobiliário e alfaias agrícolas para o efeito.

Em 1984 e na sequência da compra por parte da Secretaria Regional da Educação e Cultura, de um edifício na vila da Calheta destinado a uso local. Edifício este próximo do mar e que tinha sido mandado construir pelo Ouvidor e Padre Francisco de Azevedo Machado Neto.

Centro de documentação e zona de lazer exterior.

Já com instalações foi formada uma comissão destinada à instalação, primeiro da Casa Etnográfica de São Jorge com as coleções mencionadas e depois dada a grande aceitação por parte da sociedade da Casa Etnográfica de São Jorge esta rapidamente foi convertida em Museu de Ilha, acontecendo a inauguração do já Museu de São Jorge em 1991.

Ainda voltando à história do Edifício onde o museu está instalado é curioso mencionar que este edifício data de 1811 e foi edificado a Norte do então Forte de São João Baptista ali existente e de que já poucos vestígios restam devido ao abandono e à degradação natural dos elementos construtivos, pelo já mencionado beneficiado, ouvidor e Padre Francisco de Azevedo Machado Neto, descendente este do Capitão-Mor Gaspar Nunes Neto, sendo este natural da freguesia da Ribeira Seca para ali fazer uma habitação, soalheira e fronteira com o mar.

Este edifício, segundo conta uma lenda tinha no rés-do-chão um compartimento onde os antigos proprietários mandavam matar quem lhes não agradasse. Actualmente uma das paredes do rés-do-chão apresenta-se com forma irregular, feita com grandes pedras à vista porque durante uma agonia de um dos executados, este ali terá encostado a mão ensanguentada deixando marcas que a cal branca não conseguiu cobrir porque a tinta cai sempre que é aplicada. Além disto há quem afirme que o seu antigo proprietário ali volta de quando em vez atormentado pelos remorsos das almas que mandou matar.

Colecções e núcleos museológicos[editar | editar código-fonte]

As várias colecções que compõem o acervo deste museu começam por ser principalmente de carácter etnográfico, datados entre o século XIX e o século XX, e abrangem as temáticas da cerâmica, dos têxteis e tecelagem, da agricultura, da pecuária e também do mobiliário.

Ao longo da sua história, e no advento do novo edifício, o desenvolvimento do seu acervo foi marcado por doações de instrumentos musicais, parte do espólio de Francisco de Lacerda e objetos relacionados com a indústria conserveira.

Mapa

As exposições permanentes (em fase de conclusão) dedicam-se a três temáticas:

  • Ilha de São Jorge: cujo núcleo consagra a história e o património jorgense, envolvendo a sua comunidade e com especial destaque para as vivências na fajã.
  • Música: núcleo composto por quatro salas dedicadas à música popular açoriana, à música erudita, ao maestro Francisco de Lacerda e às filarmónicas jorgenses e açorianas.
  • Indústria Conserveira: o núcleo desenvolve-se ao longo de três salas que tratam a pesca de salto e vara, a laboração fabril e a exportação das conservas açorianas, dando especial ênfase às fábricas jorgenses.

Missão e valências[editar | editar código-fonte]

O Museu Francisco de Lacerda tem como principal missão o estudo, a preservação, a valorização e a divulgação do património jorgense e da sua comunidade. A sua dinamização cultural passa pela criação de exposições e atividades didáticas que envolvam a comunidade onde se insere, tendo em conta o património local e regional.

O centro de documentação do museu está disponível ao público oferecendo títulos relacionados com as suas exposições permanentes, bem como um grande acervo de literatura portuguesa e estrangeira destinada ao empréstimo domiciliário. No local, poderá desfrutar de diversos espaços, como o auditório reservado a eventos, a sala de reuniões e zonas de lazer no interior e exterior. As visitas às reservas do museu (espólio) estarão também disponíveis em períodos previamente determinados.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]