My Cousin Rachel

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 Nota: Este artigo é sobre o filme com Olivia de Havilland. Para o filme com Rachel Weisz, veja My Cousin Rachel (2017).
My Cousin Rachel
My Cousin Rachel
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Eu Te Matarei, Querida
 Estados Unidos
1952 •  p&b •  98 min 
Gênero drama romântico-histórico
mistério
Direção Henry Koster
Produção Nunnally Johnson
Roteiro Nunnally Johnson
Baseado em My Cousin Rachel
romance de 1951
de Daphne du Maurier
Elenco Olivia de Havilland
Música Franz Waxman
Cinematografia Joseph LaShelle
Direção de arte Lyle R. Wheeler
John DeCuir
Walter M. Scott
Efeitos especiais Ray Kellogg
Figurino Charles LeMaire
Dorothy Jeakins
Edição Louis R. Loeffler
Companhia(s) produtora(s) 20th Century Fox
Distribuição 20th Century Fox
Lançamento
  • 25 de dezembro de 1952 (1952-12-25) (Los Angeles)
  • 5 de janeiro de 1953 (1953-01-05) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 1.2 milhão[2]
Receita US$ 1.3 milhão (Estados Unidos)[3]

My Cousin Rachel (bra: Eu Te Matarei, Querida)[4][5] é um filme estadunidense de 1952, dos gêneros drama romântico-histórico e mistério, dirigido por Henry Koster, estrelado por Olivia de Havilland, e coestrelado por Richard Burton. O roteiro de Nunnally Johnson foi baseado no romance homônimo de 1951, de Daphne du Maurier.[1]

A 20th Century Fox obteve os direitos de exibição do romance, com Burton concordando em estrelar um filme nos Estados Unidos pela primeira vez. A produção teve problemas quando du Maurier e o diretor original George Cukor ficaram insatisfeitos com a adaptação, fazendo com que Cukor deixasse o projeto.

"My Cousin Rachel" recebeu algumas críticas positivas em seu lançamento inicial, inclusive pela atuação de Burton, que ganhou um Globo de Ouro de melhor ator revelação.

Em 2017, uma adaptação homônima da história foi lançada, estrelada por Rachel Weisz e Sam Claflin.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Em 1838, quando Ambrose (John Sutton), o primo rico de Philip Ashley (Richard Burton), morre em circunstâncias suspeitas em Florença, Philip se convence de que o primo foi assassinado pela esposa, Rachel (Olivia de Havilland), na esperança de herdar sua fortuna. Porém, quando Philip conhece Rachel, logo se apaixona por ela, e começa a achar que suas suspeitas foram infundadas. Por outro lado, ela parece manipular toda a situação para ficar com a valiosa propriedade de Cornualha, que Ambrose deixou para seu primo.

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Olivia de Havilland como Rachel Sangalletti Ashley
  • Richard Burton como Philip Ashley
  • Audrey Dalton como Louise Kendall
  • Ronald Squire como Nicholas "Nick" Kendall
  • George Dolenz como Guido Rainaldi
  • John Sutton como Ambrose Ashley
  • Tudor Owen como Seecombe
  • J. M. Kerrigan como Reverendo Pascoe
  • Margaret Brewster como Sra. Pascoe
  • Alma Lawton como Mary Pascoe
  • Argentina Brunetti como Senhora
  • Mario Siletti como Zelador

Produção[editar | editar código-fonte]

Richard Burton e Olivia de Havilland em cena do filme.

O agente de Daphne du Maurier inicialmente tentou vender uma adaptação de "My Cousin Rachel" por US$ 100.000, bem como 5% da bilheteria internacional. A oferta foi rejeitada por todos os grandes estúdios, mas a 20th Century Fox conseguiu obter os direitos de exibição em setembro de 1951 por US$ 80.000.[6] A Fox também conseguiu George Cukor para dirigir a produção.[7] No entanto, du Maurier e Cukor revisaram o rascunho do roteiro e o consideraram infiel ao romance, com du Maurier declarando-o "bastante desesperador".[8] Cukor também desaprovou as adições cômicas, e como não conseguiu colocar as alterações que desejava no roteiro, optou por sair, com a Fox comunicando à imprensa que sua saída foi devido a "diferenças artísticas".[8] Henry Koster mais tarde assumiu o papel de Cukor na direção. Richard Burton revelou nunca ter descoberto se Cukor foi demitido ou se demitiu.[9]

De acordo com Burton, Cukor desejava que Greta Garbo ou Vivien Leigh estrelassem como Rachel.[9] O papel acabou indo para de Havilland, marcando seu primeiro filme desde "The Heiress" (1949).[7] A produção também marcou a primeira vez que Richard Burton estrelou um filme nos Estados Unidos.[10] Embora desinteressado pelo romance ou pelo roteiro, Burton aceitou o papel devido ao seu respeito por Cukor, e viajou para a cidade de Nova Iorque para o início da produção.[9] As cenas de segundo plano foram filmadas na Cornualha, onde a história se passa.[6]

De acordo com Koster, Burton teve que escalar uma casa em uma cena, mas teve dificuldade e caía sempre que tentava. Devido ao fato de Burton bater repetidamente com a cabeça na parede, Koster temeu que os golpes pudessem ser fatais, então a equipe teve que impedir que Burton tentasse novamente.[11] Além do acontecimento, Koster descreveu Burton como uma pessoa calma com ele e com de Havilland durante a produção.[12]

Antes de concordar em aparecer no filme, Burton estava determinado a pagar uma taxa de £ 7.000 (na época, cerca de US$ 18.000). Ele ficou surpreso ao saber que a Fox lhe ofereceu US$ 50.000, e então aceitou a oferta. Depois do início das produções, Burton ficou desapontado com o comportamento de sua co-estrela, de Havilland, que pediu ao diretor Koster que informasse a todos no set que ela tinha que ser chamada de "Miss de Havilland" em vez do mais informal "Livvie", um apelido que – até então – era utilizado por outras pessoas que trabalharam com ela.[13]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Bosley Crowther, em sua crítica para o The New York Times, declarou que o filme é uma "excelente" adaptação da obra de du Maurier, elogiando seu suspense, atmosfera e atuação de Burton.[14] A revista Variety deu uma crítica positiva ao tom do filme, e deu crédito a Burton por dar "uma forte impressão".[15] Ao ver o filme finalizado, du Maurier ficou desapontada. Ela gostou de Burton e das cenas filmadas na Cornualha, mas sentiu que de Havilland havia tirado o mistério que definia Rachel, além de não gostar de seu penteado, comparando-o com o de Wallis Simpson.[16] Mesmo assim, Cukor ligou para de Havilland e a parabenizou por sua atuação "brilhante".[7]

Em 199, a Blockbuster Entertainment Guide to Movies and Videos deu ao filme quatro estrelas e meia, chamando-o de "atmosférico".[17] Em 2015, Leonard Maltin deu ao filme três estrelas, avaliando-o como "bem-sucedido" como uma adaptação.[18]

Burton foi indicado ao Oscar pela primeira vez por sua atuação nesse filme.[10]

Legado[editar | editar código-fonte]

O filme de Koster foi a primeira adaptação do romance "My Cousin Rachel".[10] A próxima foi um telefilme de 1990 dirigido por Brian Farnham, com a professora Nina Auerbach julgando-o como uma adaptação "superficialmente" mais fiel, incluindo um tratamento mais complexo de Rachel, interpretada por Geraldine Chaplin.[19]

A adaptação cinematográfica seguinte foi o filme de 2017, dirigido por Roger Michell e estrelado por Rachel Weisz como a personagem-título.[20] A versão de 2017 foi feita após o surgimento de uma tendência, na qual obras de du Maurier receberam novas adaptações.[21]

Prêmios e homenagens[editar | editar código-fonte]

Ano Cerimônia[22] Categoria Indicado Resultado Ref.
1953 Globo de Ouro Melhor atriz em filme dramático Olivia de Havilland Indicado [23]
Melhor ator revelação Richard Burton Venceu
Oscar Melhor ator coadjuvante Indicado [24][25]
Melhor direção de arte em preto e branco Lyle R. Wheeler, John DeCuir & Walter M. Scott
Melhor fotografia em preto e branco Joseph LaShelle
Melhor figurino em preto e branco Charles LeMaire & Dorothy Jeakins

O filme foi reconhecido pelo Instituto Americano de Cinema nas seguintes listas:

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Auerbach, Nina (1 de outubro de 2002). Daphne Du Maurier, Haunted Heiress. [S.l.]: University of Pennsylvania Press. ISBN 0812218361 
  • Bragg, Melvyn (10 de maio de 2012). «Feb. 7». Rich: The Life of Richard Burton. [S.l.]: Hodder & Stoughton. ISBN 978-1444758467 
  • Bubbeo, Daniel (15 de outubro de 2001). The Women of Warner Brothers: The Lives and Careers of 15 Leading Ladies, with Filmographies for Each. [S.l.]: McFarland. ISBN 0786462361 
  • De Rosnay, Tatiana (18 de abril de 2017). «Part IV: Cornwall, 1943». Manderley Forever: A Biography of Daphne du Maurier. Traduzido por Sam Taylor. New York: St. Martin's Press. ISBN 978-1250099150 
  • Koster, Henry (2005). «More Lovable Than Tough». Just Making Movies: Company Directors on the Studio System. Jackson: University Press of Mississippi. ISBN 1617033642 
  • Levy, Emanuel (1994). George Cukor: Master of Elegance: Hollywood's Legendary Director and His StarsRegisto grátis requerido. [S.l.]: Morrow. ISBN 0688112463 
  • Maltin, Leonard (2 de setembro de 2014). Leonard Maltin's 2015 Movie Guide. [S.l.]: Penguin. ISBN 978-0698183612 
  • Philip Lief Group (1998). The Blockbuster Entertainment Guide to Movies and Videos: 1999 Edition. [S.l.]: Island Books. ISBN 0440225981 
  • Solomon, Aubrey (1989). Twentieth Century Fox: A Corporate and Financial History (The Scarecrow Filmmakers Series). Lanham, Maryland: Scarecrow Press. ISBN 978-0-8108-4244-1 

Referências

  1. a b «The First 100 Years 1893–1993: My Cousin Rachel (1952)». American Film Institute Catalog. Consultado em 27 de junho de 2023 
  2. «No Such Thing as Safe Story, Sez Wm Wyler». Variety. 24 de maio de 1950. p. 7. Consultado em 25 de junho de 2023 – via Internet Archive 
  3. The Top Box Office Hits of 1950, Variety, 3 de janeiro de 1951.
  4. «Eu Te Matarei, Querida (1952)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 27 de junho de 2023 
  5. «Eu Te Matarei, Querida (1952)». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 27 de junho de 2023 
  6. a b «My Cousin Rachel – Notes». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 27 de junho de 2023 
  7. a b c Bubbeo 2001, p. 67.
  8. a b Levy 1994, p. 208.
  9. a b c Bragg 2012.
  10. a b c Auerbach 2002, p. 129.
  11. Koster 2005, pp. 16-17.
  12. Koster 2005, p. 16.
  13. Burton, Richard (2012). Backstory: Interviews with Screenwriters of Hollywood's Golden Age. New Haven, CT: Yale University Press. p. 223. ISBN 9780520056893 
  14. Crowther, Bosley (26 de dezembro de 1952). «' My Cousin Rachel' Presented at the Rivoli -- 'Ruby Gentry,' 'No Time for Flowers' Bow». The New York Times. Consultado em 27 de junho de 2023 
  15. Variety Staff (31 de dezembro de 1951). «Review: 'My Cousin Rachel'». Variety. Consultado em 27 de junho de 2023 
  16. De Rosnay 2017, p. 216.
  17. Philip Lief Group 1998, p. 848.
  18. Maltin 2014.
  19. Auerbach 2002, p. 130.
  20. White, Adam (25 de janeiro de 2017). «My Cousin Rachel: Rachel Weisz arouses Sam Claflin's suspicions in the first trailer». The Daily Telegraph. Consultado em 27 de junho de 2023 
  21. Blumsom, Amy (13 de maio de 2016). «Exclusive: first look at Sam Claflin and Rachel Weisz in Daphne Du Maurier's My Cousin Rachel». The Daily Telegraph. Consultado em 27 de junho de 2023 
  22. «My Cousin Rachel (1952)». Movies & TV Dept. The New York Times. 2012. Consultado em 27 de junho de 2023. Arquivado do original em 15 de julho de 2012 
  23. «My Cousin Rachel – Golden Globes». Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. Consultado em 27 de junho de 2023 
  24. «The 25th Academy Awards (1953) | Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Consultado em 4 de fevereiro de 2024 
  25. «25.º Oscar – 1953». CinePlayers. Consultado em 4 de março de 2024 
  26. «AFI's 100 Years...100 Passions Nominees» (PDF). Consultado em 27 de junho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]