Novo Partido Anticapitalista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Novo Partido Anticapitalista
Nouveau Parti Anticapitaliste
Novo Partido Anticapitalista
Porta-vozes (NPA-B) Christine Poupin
Philippe Poutou
Olivier Besancenot
Porta-vozes (NPA-C) Gaël Quirante
Armelle Pertus
Aurélien Gautreau
Fundação 2009
Sede Montreuil,  França
Ideologia Ecossocialismo[1]
Socialismo democrático[2]
Anticapitalismo
Feminismo socialista[2]
Progressismo
Altermundialismo
Socialismo do século XXI[2]
Espectro político Extrema-esquerda[3][4]
Publicação L'Anticapitaliste (NPA-B)
Révolutionnaires (NPA-C)
Sucessor Revolução Permanente (dissidência)
Membros (2017) 1800[5]
Afiliação europeia Esquerda Anticapitalista Europeia
Cores Vermelho
Sigla NPA
https://nouveaupartianticapitaliste.org/ (NPA-B)
https://nouveaupartianticapitaliste.fr/ (NPA-C)

O Novo Partido Anticapitalista (em francês: Nouveau Parti Anticapitaliste), abreviado como NPA, é um partido político francês de extrema-esquerda, fundado em fevereiro de 2009 por meio de um processo iniciado pela Liga Comunista Revolucionária (LCR), que votou sua dissolução, com 87% de votos, em 5 de fevereiro de 2009, após quarenta anos de existência.[6]

Na sua Fundação, o partido reivindica a adesão de 9123 militantes, o que representa três vezes o tamanho que tinha a LCR.[7][8] Em 2023, o partido havia 2000 membros e atualmente se encontra dividido entre dois grupos homônimos que reivindicam o NPA: o NPA-B, formado pela antiga direção advinda da LCR, e o NPA-C, formado por grupos de oposição a essa direção.[9][10]

História[editar | editar código-fonte]

Crise política e divisões[editar | editar código-fonte]

No 4º Congresso do NPA, que ocorreu entre os dias 2 e 4 de fevereiro de 2018, se expressou no partido o princípio de uma crise política aberta. Neste congresso, que contou com sete plataformas em votação, a liderança majoritária, formada pelos antigos dirigentes da Liga Comunista Revolucionária (LCR), antiga seção francesa do Secretariado Unificado da Quarta Internacional (SU-QI), obteve maioria relativa. No entanto, a direção eleita foi alvo de críticas à sua aproximação com a França Insubmissa (LFI) (LFI), de Jean-Luc Mélenchon, pois Philippe Poutou, membro da direção do NPA, apresentou listas comuns com a LFI, para as eleições municipais de Bordeaux.[11]

Em abril de 2021, a tendência interna Corrente Comunista Revolucionária (CCR), seção francesa da Fração Trotskista pela Quarta Internacional (FT-QI), que obteve 11,05% durante o 4º Congresso do NPA, anuncia a pré-candidatura do militante Anasse Kazib. Dois meses depois, em 10 de junho, cerca de 300 militantes, membros da CCR e aliados, anunciam sua saída do NPA, queixando-se de terem sido excluídos da participação no próximo 5º Congresso e na Conferência Nacional do NPA, além de denunciar “uma linha política de direita” que o partido estava a seguir, abandonando seu projeto político original, ao se aliar novamente a LFI, agora em Nova Aquitânia e na Occitânia. Os membros assinantes da CCR também acusam a maioria da direção de provocar a divisão, para evitar tornar-se uma “minoria” no partido, devido às declarações de Christine Poupin ao Le Monde. A maioria da direção do NPA, por sua vez, acusou a então CCR de divisão.[12][13][14][15][16] O NPA estava em discussão para aderir à Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) para as eleições legislativas francesas de 2022. Após a adesão do Partido Socialista (PS) a coligação, o NPA anunciou que não entraria na coligação devido a diferenças ideológicas intransponíveis, mas que apoiariam os candidatos de esquerda mais radicais da coalizão.[16][17][18][19]

Em 18 de dezembro de 2022, a CCR realizou em Paris o congresso para a fundação do partido Révolution Permanente.[12][13][14][15][16] No mesmo mês, durantes os dias 9 a 11, ocorreu o 5º Congresso do NPA, que reuniu cerca de 2.000 membros em suas assembleias locais de preparação. Neste congresso, o partido aprofunda sua cisão. Três tendências são apresentadas ao congresso: Plataforma A, formada pela corrente Alternativa Revolucionária Comunista (ARC), que obteve 6,12% dos votos. Plataforma B, formada por dirigentes históricos remanescentes da LCR, que obteve 48,50% dos votos. Plataforma C, de oposição a direção majoritária, composta pelos grupos Anticapitalismo e Revolução (A&R), L'Étincelle, Socialismo ou Barbárie (SoB), e Democracia revolucionária, que obteve 45,29% dos votos. Durante o congresso, membros da Plataforma B e C anunciaram a impossibilidade de trabalhar em conjunto. Parte da divisão ocorre devido à divergência quanto às alianças com à França Insubmissa. Após o congresso, cada uma das plataformas continua a sua atividade política, mas de forma independente um do outro. Os grupos locais dividem-se e as comunicações são distintas. Contudo, as duas organizações continuam a afirmar fazer parte do NPA, utilizando o seu nome, logotipo e páginas homônimas.[9][10]

Referências

  1. «Leur Europe n'est pas la nôtre ! | NPA». web.archive.org. 24 de maio de 2009. Consultado em 1 de julho de 2023 
  2. a b c «Principes fondateurs du Nouveau Parti Anticapitaliste». NPA (em francês). 7 de agosto de 2013. Consultado em 1 de julho de 2023 
  3. «Nouveau Parti anticapitaliste: Actualité du NPA en direct, image et vidéo - Présidentielle 2022 - Actualité, infos et vidéos en direct». Franceinfo (em francês). Consultado em 1 de julho de 2023 
  4. March, Luke (2008). Contemporary Far Left Parties in Europe: From Marxism to the Mainstream? (em inglês). [S.l.]: Friedrich-Ebert-Stiftung, Internat. Policy Analysis, Division for Internat. Dialogue 
  5. La très instructive publication des comptes 2017 des partis politiques par la CNCCFP 25 de Janeiro de 2019.
  6. Nasce, na França, o Novo Partido Anticapitalista - Agência Carta Maior, 17 de fevereiro de 2009
  7. « L'introduction du congrès par Myriam Duboz (CAN sortant) », site officiel du NPA.
  8. « Le NPA élit son "parlement" »[ligação inativa], Le Nouvel Observateur, 8 de fevereiro de 2009.
  9. a b Taburet, Marceau. «Marginalisés, les partis d'extrême gauche cherchent l'étincelle». Libération (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  10. a b Bernard, Guillaume (9 de janeiro de 2023). «Pourquoi deux NPA irréconciliables ?». Rapports de Force (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  11. «Le Nouveau Parti anticapitaliste menacé d'implosion». Le Monde.fr (em francês). 27 de julho de 2020. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  12. a b Marianne, Magazine (11 de junho de 2021). «Scission au NPA : la direction accusée de "droitiser" le parti». www.marianne.net (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  13. a b «Le NPA d'Olivier Besancenot au bord de la scission - 21/04/2021». La Lettre (em francês). 21 de abril de 2021. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  14. a b «Scission ou exclusion ? Le NPA secoué par une importante crise interne». Le Monde.fr (em francês). 12 de junho de 2021. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  15. a b Permanente, Révolution (10 de junho de 2021). «Excluded from the NPA, We Begin the Process of Building a New Revolutionary Organization: Statement of 296 NPA Activists». Left Voice (em inglês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  16. a b c B.Corson, Equipe (22 de fevereiro de 2022). «Monsieur Blanquer, l'École de la République c'est aussi le concours !». POLITIS (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  17. «L'accord de LFI avec le PS a définitivement fait fuir le NPA de l'alliance des gauches». Le HuffPost (em francês). 6 de maio de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  18. «Législatives: le NPA ne signe pas avec LFI et dénonce l'absence de circonscription pour Poutou». BFMTV (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  19. «Déçu par la présence du PS, le NPA refuse de rejoindre l'union de la gauche». France 24 (em francês). 6 de maio de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]