Ninfalídeos

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Ninfalídeos
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Rafinesque, 1815
Subfamílias

e ver texto do artigo

Diversidade
Mais de 600 gêneros
Cerca de 5.700 espécies

Ninfalídeos[1] (Nymphalidae) é uma família de insectos da ordem Lepidoptera que inclui cerca de 6 000 espécies, entre as quais a maioria das espécies mais conhecidas e coloridas de borboletas. Pertencem a esta família espécies emblemáticas, entre as quais a borboleta-do-medronheiro (Charaxes jasius, a maior borboleta existente em Portugal), a Euphydryas aurinia, a bela-dama (Vanessa cardui), a monarca (Danaus plexippus), o pavão-real (Inachis io) e as vistosas espécies do género Eunica.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Philaethria hecale.
Heliconius ismenius.
Detalhe dos sensores na extremidade de uma antena de um espécime de Inachis io.
Inachis io.
Aglais urticae.
Melitaea athalia.
Argynnis paphia.
Lagarta de Inachis io.
Pupa de Aglais urticae.
Vanessa cardui

Os adultos atingem uma envergadura de 40–100 mm, com as asas dianteiras largas, em geral apenas 1,4 a 1,9 vezes mais longas que largas. A cor de fundo das asas é em geral castanho-escuro, mas são comuns diversos tons de laranja, castanho, amarelo, vermelho, azul, roxo ou preto. Os individuais pertencentes às diversas sub-famílias são diferentes, mas em alguns casos apresentam cores que diferem significativamente entre si.

Todas as espécies pertencentes à família Nymphalidae têm um conjunto de características comuns que as distinguem de todas as famílias de borboletas (sinapomorfias), entre os quais se destacam a presença de ranhuras alongadas ao longo da parte inferior de todos os segmentos das antenas, formando rugas longitudinais pouco profundas (carinae), e terem o primeiro par de patas atrofiadas (constituindo "patas de limpeza"). Nos machos, esta redução do tamanho do primeiro par de apêndices é mais pronunciado, o que permite por essa via diferenciar os sexos em algumas espécies. Esses apêndices reduzidos apenas podem ser utilizadas para limpeza, pelo que as borboletas da família Nymphalidae apenas se apoiam sobre quatro patas.

As antenas apresentam cerca de metade do comprimento das asas dianteiras, tendo um sensível espessamento nos extremos (em forma de moca). As borboletas apresentam apenas dois olhos compostos, estando ausentes os ocelos. Os palpos mandibulares são reduzidos, os palpos labiais são tri-segmentados e direcionados para cima. O probóscide é totalmente desenvolvido.

As suas asas dianteiras apresentam 12 nervuras, e apenas uma nervura anal (1b). As asas traseiras têm nove nervuras e duas nervuras anais (1a e 1b). As asas das Nymphalidae não têm a nervura interna (1c).

O grupo Satyrinae diferencia-se por apresentam ocelos bem marcados sobre as asas. Os membros do grupo Heliconiinae, do Paleártico, podem ser reconhecidos pelas manchas com padrão madrepérola existentes na face inferior das suas asas. O grupo Melitaeini apresenta um desenho característico a preto e laranja sobre as asas.

Desenvolvimento e alimentação[editar | editar código-fonte]

Os ovos são arredondados, na maioria dos casos esféricos, com ranhuras ou apresentam na sua superfície uma estrutura tipo rede.

A lagarta apresenta em geral múltiplos espinhos, que podem ser ramificados. Algumas espécies produzem lagartas recobertas por longas cerdas.

As lagartas, que em algumas espécies apresentam comportamento gregário e vivem em grupos sociais sobre as plantas de que se alimentam. A lagartas desta família alimentam-se de uma grande diversidade de plantas, mas entre as plantas preferidas contam-se as das famílias Violaceae, Urticaceae, Ulmaceae, Salicaceae, Cannabaceae e Caprifoliaceae. As lagartas do grupo Satyrinae preferem as Gramíneas (Poaceae) e as Cyperaceae.

A pupação dá origem a crisálidas, as quais em geral são corcundas e muitas vezes apresentam diversos tipos de manchas brilhantes metálicos na sua região dorsal.

Sistemática[editar | editar código-fonte]

Várias subfamílias, nomeadamente as Satyrinae, Morphinae, Libytheinae e Danainae, são consideradas em literatura mais antiga e por muitos entomólogos hodiernos como famílias autónomas. A tendência mais recente da sistemática, especialmente o recurso à biologia molecular, parece reforçar a visão de que aqueles taxa sejam classificados como subfamílias da família monofilética Nymphalidae. Aceitando essa estruturação, a família pode ser dividida em até doze subfamílias.[3] Na Europa são conhecidas 244 espécies e subespécies.[4] A família apresenta a sua máxima biodiversidade na região tropical da América do Sul.

Subfamília Libytheinae[editar | editar código-fonte]

Subfamília Heliconiinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Argynnini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Nymphalinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Nymphalini[editar | editar código-fonte]

Borboleta-almirante (Vanessa atalanta).

Tribo Melitaeini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Limenitidinae[editar | editar código-fonte]

Limenitis populi.
Apatura ilia.
Pararge aegeria.
Erebia aethiops.
Melanargia galathea.
Maniola jurtina.
Danaus plexippus.

Tribo Limenitidini[editar | editar código-fonte]

Tribo Neptini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Apaturinae[editar | editar código-fonte]

Subfamília Satyrinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Elymniini[editar | editar código-fonte]

Tribo Coenonymphini[editar | editar código-fonte]

Tribo Maniolini[editar | editar código-fonte]

Tribo Erebiini[editar | editar código-fonte]

Tribo Melanargiini[editar | editar código-fonte]

Tribo Satyrini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Biblidinae[editar | editar código-fonte]

Subfamília Calinaginae[editar | editar código-fonte]

Subfamília Charaxinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Anaeini[editar | editar código-fonte]

Tribo Charaxini[editar | editar código-fonte]

Tribo Pallini[editar | editar código-fonte]

Tribo Prothoini[editar | editar código-fonte]

Tribo Preponini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Cyrestinae[editar | editar código-fonte]

Subfamília Danainae[editar | editar código-fonte]

Tribo Danaini[editar | editar código-fonte]

Tribo Ithomiini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Satyrinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Amathusiini[editar | editar código-fonte]

Tribo Brassolini[editar | editar código-fonte]

Tribo Dirini[editar | editar código-fonte]

Tribo Elymniini[editar | editar código-fonte]

Tribo Haeterini[editar | editar código-fonte]

Tribo Morphini[editar | editar código-fonte]

Tribo Satyrini[editar | editar código-fonte]

Tribo Zetherini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Heliconiinae[editar | editar código-fonte]

Tribo Heliconiini[editar | editar código-fonte]

Tribo Acraeini[editar | editar código-fonte]

Subfamília Nymphalinae[editar | editar código-fonte]

Anartia amathea

Tribo Junoniini[editar | editar código-fonte]

Tribo Nymphalini[editar | editar código-fonte]

Tribo Victorini[editar | editar código-fonte]

Importância ecológica[editar | editar código-fonte]

As borboletas são insetos encantadores por sua beleza e serenidade. Mas, sua importância vai muito além disso, uma vez que apresentam um papel fundamental na polinização de vegetais, participam das mais variadas cadeias tróficas, são bioindicadoras da qualidade ambiental, se destacando ainda como uma importante fonte história, pois conforme Freitas (2010), as borboletas da família Nymphalidae já existiam há 90 milhões de anos.

Furlanetti (2010) ressalta que as borboletas frugívoras são bioindicadoras importantes por demonstrarem uma associação estreita com a abundância de plantas hospedeiras, microclima e padrões de disponibilidade de recursos, ou seja, quanto maior a abundância e diversidade de borboletas em um determinado local, mais bem preservado é este.

Referências

  1. «Ninfalídeo». Michaelis. Consultado em 17 de abril de 2022 
  2. Nomes comuns da borboletas portuguesas Arquivado em 11 de fevereiro de 2011, no Wayback Machine..
  3. Nymphalidae na página do Lepiforum e.V., consultada em 21.02.2007.
  4. «Fauna Europaea». fauna-eu.org. Consultado em 22 de setembro de 2022 

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • FREITAS, André Victor Luca. Cores ao vento. Revista Pesquisa FAPEPS, São Paulo, n 170, p. 56-59. abril 2010.
  • FURLANETI, Paula Rachel Rotta. A comunidade de borboletas frugívoras de áreas em processo de restauração, fragmentos de floresta estacional semidecidual e pastagens. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Faculdade de Ciências Agronômicas. Universidade Estadual Paulista, Campus Botucatu, Botucatu, 2010.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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