O Écho d'Alêm-Tumulo

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O Écho d'Alêm-Tumulo
O Écho d'Alêm-Tumulo
País Brasil
Fundação julho de 1869
Fundador Teles de Menezes

O Écho d'Alêm-Tumulo[1] (em grafia atual, O Eco d'Além-Túmulo) foi um periódico brasileiro, publicado na segunda metade do século XIX. Destacou-se por ser o primeiro de conteúdo espírita publicado no país.[2]

Apesar da proposta do jornal e de seu título, "O Echo d'Álem-Túmulo" era considerado um jornal católico.[2] Isto porque Teles de Menezes, mesmo tendo iniciado no espiritismo, não deixara de ser católico, e via na doutrina espírita uma ferramenta de resgate do cristianismo primitivo dentro da própria estrutura da Igreja Católica. Foi justamente em torno deste seu anseio que surgiram entraves e polêmicas envolvendo a publicação do jornal, fazendo com que Teles de Menezes encerrasse a sua publicação e fosse morar no Rio de Janeiro.

Em 1969 foi lançado, pela Empresa de Correios e Telégrafos, um selo postal comemorativo em homenagem ao centenário do lançamento do periódico.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Editado em Salvador, na então Província da Bahia, a sua primeira edição veio a público em julho de 1869, doze anos após o lançamento de "O Livro dos Espíritos", na França. A sua publicação deu início à divulgação, em língua portuguesa, da doutrina espírita no país, uma vez que, até então, os textos disponíveis eram todos em língua francesa.[4]

O periódico era bimestral, com 56 páginas, tendo chegado a ser distribuído em Nova Iorque, Londres, Paris, Lyon, Madrid, Barcelona, Sevilha, Bolonha e na Catânia. Tinha como pilares a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Não tinha fins lucrativos, e parte das suas vendas era destinada à causa abolicionista.[2]

O seu editor, redator e distribuidor era Luís Olímpio Teles de Menezes, reconhecido pela sua ousadia, uma vez que, à época, a religião oficial do Estado, conforme estabelecido pela Constituição brasileira de 1824, era o catolicismo.[2] Por essa razão, as outras religiões só poderiam ser cultuadas em ambientes domésticos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Capa do nº 1, na Hemeroteca Digital Brasileira[ligação inativa]
  2. a b c d "Vozes do Céu". Revista Universo Espírita, n° 39, ano 4, 2007. p. 8.
  3. Reformador, junho e julho de 1969.
  4. O periódico é referido em "La Revue Spirite" em sua edição de outubro de 1869.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fernandes, Magali Oliveira (2003). Vozes do céu: os primeiros momentos do impresso kardecista no Brasil. São Paulo: Edições Mandacaru. ISBN 8590351211