O Despertar dos Mágicos

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O Despertar dos Mágicos (no original em francês, Le Matin des magiciens) é um livro escrito em 1960 por Louis Pauwels e Jacques Bergier, segundo os autores uma introdução ao realismo fantástico.

Apresentação[editar | editar código-fonte]

Este livro de 500 páginas na sua edição original é apresentada como uma narrativa, às vezes verdadeira e por vezes lendária, dedicada ao tema "áreas de conhecimento pouco explorado" nas fronteiras da ciência e da tradição.

O seu conteúdo abrange temas tão diversos como a alquimia, sociedades secretas, civilizações perdidas, o estranho, as religiões e as ciências ocultas ou esotéricas, com base em provas antigas (como o Mar Morto), livros de pesquisa de autores reconhecidos ou não, revistas e livros sobre ficção científica ou literatura de fantasia.

Principais temas e organização do livro[editar | editar código-fonte]

O tema central deste livro é baseado na ideia de que uma quantidade de conhecimentos científicos e técnicos, alguns dos quais são de civilizações extraterrestres, têm sido mantidos em segredo durante longos períodos da história, e que o homem é chamado para se tornar um super-homem. Para os autores, a fantasia não é "a ocorrência do impossível", mas "uma manifestação das leis naturais" quando eles não são "filtrados através do véu do sono intelectual, pelos hábitos, preconceitos, do conformismo".

O Despertar dos Mágicos é composto por três partes:

  • "O futuro anterior", que critica o positivismo do século XIX, evoca a ideia de uma "sociedade internacional e secreta, constituída por homens intelectualmente muito avançados", e aborda os temas das civilizações perdidas e da alquimia.
  • "Há alguns anos em outro lugar absoluto", que visa demonstrar as origens ocultas do nazismo e a sua contribuição esotérica às teorias científicas, a fim de dar um exemplo de aplicação dos métodos do realismo fantástico. Fala longamente sobre a teoria da Terra oca.
  • "O Homem é Infinito", dedicado às capacidades mentais do homem, à parapsicologia, à telepatia, ao espírito "mágico" e aos "mutantes".

Autores[editar | editar código-fonte]

Este projecto tem a sua origem no encontro entre o jornalista e escritor Louis Pauwels, que já havia publicado um livro sobre Gurdjieff e o engenheiro químico Jacques Bergier, apaixonado por todo o tipo de mistérios.

O prefácio é de Charles Hoy Fort, um escritor americano sobre investigações de fenómenos inexplicáveis.

O livro[editar | editar código-fonte]

Este projecto literário foi desenvolvido durante cinco anos, baseado em extensa documentação (inventariado em 2007 na Biblioteca Nacional da França no "Fundo Pauwels").

Seu objectivo é intrigar o público: "(...) pouco importa se este livro levanta algumas questões, e, em certa medida, se prepara pistas para uma investigação mais ampla".

Ligados a alguns cientistas "marginais" segundo os racionalistas, os autores continuaram com o Movimento, apelidado de "realismo fantástico", nomeadamente com as publicações da revista Planeta (1961 até 1972).

Este livro é um fenómeno sociológico, não negligenciável, uma vez que causou, num país que alguns consideram cartesiano, a França, a moda considerável para a imaginação, para o irracional e para o estranho.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

O grupo francês de rock progressivo, Martin Circus, inspirou-se nesta obra para compor a canção intitulada "O Despertar dos Mágicos" (Le martin des magiciens) em 1969.

Jorge Ben gravou em 1975, no disco "Solta o Pavão", a canção "Luz Polarizada", parcialmente baseada no livro.