Ordem de São Bento

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Ordem de São Bento
(O.S.B.)
Ordem de São Bento
Medalha de São Bento - Frente
Lema "Ora et Labora (Reza e Trabalha)"
Tipo Ordem religiosa
Fundação Ano de 529
Sede Roma
Sítio oficial www.osb.org

A Ordem de São Bento ou Ordem Beneditina (em Latim: Ordo Sancti Benedicti, sigla O.S.B.) é uma ordem religiosa católica de clausura monástica que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência comunitária. É considerada como a iniciadora do chamado movimento monacal.

História

A Regula Benedicti foi composta em 529 para a abadia de Monte Cassino, na Itália, por São Bento de Núrsia (480-543), irmão gémeo de Santa Escolástica. Ela preceituava a pobreza, a castidade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes em seus mosteiros, dar assistência aos pobres e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos seus mosteiros, havia sempre uma escola, razão pela qual ainda, a ordem tornou-se em um dos centros culturais da idade Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos da Antiguidade.

Embora a fundação da ordem seja anterior a ele, considera-se que terá verdadeiramente tomado impulso a partir da reunião de vários mosteiros que professavam a regra por ele escrita, isso muito após a sua morte. Mais tarde, os monges dessa ordem passaram a ser conhecidos como "beneditinos". Hoje em dia, a ordem está espalhada por todo o mundo, com mosteiros masculinos e femininos (de monges e monjas de clausura).

Seguindo o seu exemplo e inspiração, diversos fundadores de ordens religiosas têm baseado as normas e regras de seus mosteiros na regra deixada por Bento, cujo princípio fundamental é Ora et labora, o que quer dizer "Reza e trabalha."

Papas que pertenceram à Ordem

Papa Início Término Período de Pontificado
São Gregório I, o Grande 3 de Setembro de 590 12 de Março de 604 14 anos 6 meses e 9 dias
São Bonifácio IV 25 de Agosto de 608 5 de Maio de 615 7 anos 9 meses e 10 dias
Papa Adeodato II 11 de Abril de 672 17 de Junho de 676 4 anos 2 meses e 6 dias
Papa João IX Janeiro de 898 Janeiro de 900 aprox. 2 anos
Papa Leão VII 3 de Janeiro de 936 13 de Julho de 939 3 anos 6 meses e 10 dias
Papa Silvestre II 2 de Abril de 999 12 de Maio de 1003 4 anos 1 mês e 10 dias
Papa Estêvão X 2 de Agosto de 1057 29 de Março de 1058 7 meses e 27 dias
São Gregório VII 22 de Abril de 1073 25 de Maio de 1086 13 anos 1 mês e 3 dias
Beato Vitor III 24 de Abril de 1086 16 de Setembro de 1087 1 ano 4 meses e 23 dias
Papa Gelásio II 10 de Março de 1118 29 de Janeiro de 1119 10 meses e 19 dias
Papa Gregório VIII 21 de Outubro de 1187 17 de Dezembro de 1187 1 mês 26 dias
Papa Nicolau III 25 de Novembro de 1277 22 de Agosto de 1280 2 anos 9 meses e 28 dias
São Celestino V 5 de Julho de 1294 10 de Dezembro de 1294 5 meses e 5 dias
Papa Clemente VI 7 de Maio de 1342 6 de Dezembro de 1352 10 anos 6 meses e 30dias
Beato Urbano V 28 de Dezembro de 1362 19 de Setembro de 1370 7 anos 8 meses e 22 dias
Papa Pio VII 14 de Março de 1800 20 de Agosto de 1823 23 anos 5 meses e 6 dias

A Ordem em Portugal

Mosteiro de São Bento de Singeverga

  • Nome - Beneditinos – O.S.B.
  • Nome oficial - Ordem de São Bento (Ordem Beneditina)
  • Nome em Portugal - Ordem de São Bento (Ordem Beneditina) / Província Portuguesa da Ordem Beneditina
  • Entrada em Portugal - Século X
  • Carisma e missão - Vida monástico-cenobítica
  • Superior Maior - Dom Bernardino Ferreira da Costa (Dom Abade).
  • Eleição - 10/julho/2013.
  • Duração do Mandato - 8 anos
  • Endereço - Mosteiro de São Bento de Singeverga, Roriz (Santo Tirso)
  • Página Web - http://www.mosteirodesingeverga.com

Mosteiros femininos

Neste mosteiro residem as comunidades femininas (de monjas de clausura) da Ordem Beneditina em Portugal:

Comunidades Diocesanas

Mosteiros antigos da Congregação Beneditina

Mosteiros Beneditinos que foram fundados antes de 1567:

Mosteiros Beneditinos que a congregação tomou posse, mas que não conseguiu restaurá-los:

Fundados depois de 1570:

A Ordem no Brasil

A partir de 1581, fundaram-se vários Mosteiros no Brasil e que, em 1827, formaram a Congregação de São Bento do Brasil:

Reformas da ordem Beneditina

Ver artigo principal: Confederação Beneditina

Durante o transcurso da sua história, a ordem Beneditina sofreu numerosas reformas, devido à eventual decadência da disciplina no interior dos mosteiros. A primeira reforma importante foi levada a cabo por São Juan De Perez Lloma no século X; essa reforma, chamada cluniacense (nome proveniente de Cluny, lugar da França onde se fundou o primeiro mosteiro desta reforma), chegou a tomar um grande impulso a tal ponto que, durante grande parte da idade Média, praticamente todos os mosteiros beneditinos estavam sob o domínio de Cluny.

Os cluniacenses adquiriram grande poder econômico e político e os abades mais importantes chegaram a fazer parte das cortes imperiais e papais. Vários pontífices romanos foram beneditinos provenientes dos mosteiros cluniacenses (Alexandre II, 1061-73; S. Gregório VII, 1073-85; beato Vitor III, 1086-87; beato Urbano II, 1088-99; Pascoal II, 1099-1118; Gelásio II, 1118-19; et cétera).

Tanto poder adquirido levou à decadência da reforma cluniacense, que encontrou uma importante contraparte na reforma cisterciense, palavra proveniente de Cister, na França, onde se fundou o primeiro mosteiro dessa reforma. São Roberto de Molesmes, Santo Estevão Harding e São Roberto de Chaise-Dieu foram os fundadores da Abadia de Cister em 1098. Buscavam afastar-se do estilo cluniacense, que caíra na indisciplina e no relaxamento da vida monástica. O principal objetivo dos fundadores de Cister foi impor a prática estrita da regra de São Bento e o regresso à vida contemplativa.

O principal impulsionador dessa reforma foi São Bernardo de Claraval (1090-1153), que foi discípulo dos fundadores de Cister, tendo ingressado ali por volta de 1108. Foi-lhe encarregada a fundação da Abadia de Claraval, da qual foi abade durante uns 38 anos, até sua morte. Bernardo de Claraval converteu-se no principal conselheiro dos papas e vários dos seus monges chegaram igualmente a ocupar a sede pontifícia. Bernardo predicou, também, a Segunda Cruzada. Ao falecer, levava fundados 68 mosteiros da sua ordem.

A reforma cisterciense subsiste até hoje como ordem beneditina independente, dividida igualmente em dois ramos: a Ordem Cisterciense da Comum Observância (O. Cist.) e a Ordem Cisterciense da Estrita Observância (O.C.S.O.), também conhecidos como trapistas. Estes monges são chamados também "beneditinos brancos", devido à cor do seu hábito religioso, em contraste com os demais monges da Ordem de São Bento, chamados de "beneditinos negros".

Durante a idade Média, surgiram outras reformas importantes da ordem Beneditina. A de São Romualdo (†1027), que deu começo à Reforma Camaldulense. Essa reforma subsiste até hoje em dois ramos: a primeira faz parte da confederação Beneditina (beneditinos negros); a segunda é independente, mas rege-se igualmente pela regra de São Bento. Outra reforma importante foi a empreendida por São João Gualberto (†1073), que fundou os beneditinos de Valle Umbrosa (valombrosianos), pelo lugar na Itália em que se construiu o primeiro mosteiro desta reforma; é igualmente, hoje em dia, uma congregação da Confederação Beneditina. A reforma de São Silvestre Gozzolini (1177-1267), fundou os beneditinos de Montefano (silvestrinos), que subsiste também hoje como congregação associada à confederação Beneditina. A reforma do beato Bernardo Tolomei (1272-1348) deu origem aos beneditinos de Monte Oliveto (olivetanos), hoje também parte integrante da Confederação Beneditina.

Após agitados períodos da história, como a Reforma na Alemanha e nos Países Baixos; a expulsão ou execução de religiosos católicos pelo Rei Henrique VIII na Inglaterra; o período revolucionário na França e a decadência da disciplina nos mosteiros, ocorreu uma redução drástica da população de monges. Depois da Revolução Francesa, foi Dom Prosper Guéranger quem fez renascer a ordem beneditina em Solesmes a partir de 1833, na França.

Hábito

Na idade Média, os monges beneditinos usavam camisa de lã e escapulário. O hábito religioso ou vestidura superior é preto, pelo qual foram chamados de "monges negros", em oposição aos cistercienses, que usam túnica e escapulário branco e que são, por isso, denominados "monges brancos".

Ver também

Ligações externas

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