Corrente Comunista Internacionalista

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A Corrente Comunista Internacionalista (CCI) é um agrupamento político francês que faz parte da Quarta Internacional. Originalmente chamava-se Organização Comunista Internacionalista (OCI). Em 1992 decidiu se integrar ao Partido dos Trabalhadores da França, quando passou a denominar-se CCI.

Em 15 de junho de 2008, fez parte da fundação do Partido Operário Independente, integrando-se a este com a dissolução do PT francês no POI. Era a secção francesa da Quarta Internacional que, no início da década de 1950, negou-se a seguir a política proposta por Michel Pablo, que ficou conhecida como entrismo sui generis. Nos anos 1960, o PCI adotou o nome de Organização Comunista Internacionalista (OCI). Entre seus principais dirigentes históricos estão Pierre Lambert, Gérard Bloch, François de Forgue, Stephane Just, Pierre Broué, Pierre Fougeyrollas, Jean-Jacques Marie entre outros.

Principais dirigentes[editar | editar código-fonte]

A partir da década de 1950[editar | editar código-fonte]

Em 1952, Michalis N. Raptis conhecido como Michel Pablo (que em seguida, dirigira o Secretariado Internacional da Quarta Internacional), recomenda um entrismo sui generis dos trotskistas dentro das organizações stalinistas em todo o mundo, tendo em vista uma iminente terceira guerra mundial, da qual presume que haveria uma radicalização dos partidos membros da Terceira Internacional estalinizada.

A maioria da seção francesa se ​​opõe a esta política, e em torno de Pierre Lambert, Marcel Favre-Bleibtreu, Marcel Gibelin e Michel Lequenne são excluídos do Parti Communiste Internationaliste. Esta fração é gradualmente reduzida até ser chamada de "grupo de Lambert".

Em 23 de novembro de 1953 o grupo participa na criação do Comitê Internacional da Quarta Internacional (CIQI). Em 1965, o progresso político e na militância do grupo já o permite chamar de OCI. Em 1971, após uma disputa com o teórico do SLL inglês Gerry Healy, a OIC será excluído do CIQI. A OCI participa então do Comitê Internacional para a Reconstrução da Quarta Internacional (CORQI). Para SLL neste momento, o importante era a formação marxista de jovens, enquanto a OCI favoreceu o desenvolvimento rápido, com muitos contatos na América do Sul, incluindo Partido Obrero Revolucionario (boliviano).

Junto com outras organizações a 'OCI é dissolvida oficialmente em 12 de julho de 1968 por decreto do presidente Charles de Gaulle,[1] mas em em julho de 1970, o Conselho de Estado cancelou sua dissolução, assim como a Fédération des Étudiants Révolutionnaires(Federação de Estudantes Revolucionários) e do grupoRévoltes (Revoltas), o Conselho de Estado considerou que estes grupos eram dirigidos pelas mesmas pessoas. E por esse fato considera que nenhum destes grupos tenha causado "manifestações armadas na rua" ou "que tinham o propósito de tentar à força mudar a forma republicana de governo" e que, portanto, o decreto junho seria um abuso de poder contra eles[2]

Em 1974 o grupo do húngaro Balazs Nagy, conhecido como Varga, é excluído em razão de seu líder ser acusado de ser um agente provocador a serviço do stalinismo.[3] Esta exclusão deu origem à criação da Ligue Ouvrière Révolutionnaire (LOR, Liga Operária Revolucionária) constituída por uma centena de ativistas da OCI,tendo a frente os irmãos Assouline (David Assouline, Alain Assouline e Daniel Assouline).[3]

Ao contrário de outros partidos e grupos que se desenvolveram após 1968, a OCI nunca esteve envolvida em movimentos feministas, ambientalistas, ecologistas etc. No entanto, tem sido muito influente em sindicatos, como a Confédération Générale du Travail-Force Ouvrière, (CGT-FO), a Fédération de l'Éducation Nationale (FEN, Federação da Educação Nacional) ou a Union Nationale des Étudiants de France (UNEF, União Nacional dos Estudantes da França) que passa a dirigir após a cisão em 1968 e em torno do qual, vai se formar a Union Nationale des Étudiants de France - Indépendante et Démocratique (UNEF-ID, União Nacional dos Estudantes da França - Independente e Democrática) dirigida pela Ligue Communiste Révolutionnaire.

Entre seus líderes mais influentes ou ativistas mais conhecidos, além de Lambert; historiador Pierre Broué, Just Stéphane; Gérard Bloch, Jean-Christophe Cambadélis (conhecido por "Kostas" e hoje está no Partido Socialista) Jean-Luc Mélenchon, da corrente MEP, um dos líderes do Parti de Gauche, Roger Gilbert, Jacques Kirsner (conhecido como Charles Stobnicer ou "Berg"), o filósofo Pierre Dardot, os jornalistas Gérard Desportes, Sylvain Cypel, Laurent Mauduit, Peter Marcelle os sindicalistas Jean Grosset e Jean-Jacques Marie. Também reunia cineastas e atores como Alain Corneau, Bertrand Tavernier, Bernard Murat, Alex Metayer, Nadine Trintignant, Delphine Seyrig e Dominique Labourier.[3]

Lionel Jospin foi membro da organização na década de 1960, e até à sua entrada no Partido Socialista negou-o durante muito tempo, até admitir após aparecerem uma série de artigos nos jornais em 2001. Agora na Union pour un Mouvement Populaire (UMP) (o partido de Nicolas Sarkozy), Jean-Paul Alduy, prefeito de Perpignan, também foi membro da OCI.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Décret du 12 juin 1968» (PDF). site web officiel du Gouvernement français (em francês). Consultado em 9 de outubro de 2010 
  2. «Conseil d'Etat, ASSEMBLEE, du 21 juillet 1970, 76230 76231 76235, publié au recueil Lebon». site web officiel du Gouvernement Français (em francês). Consultado em 27 de dezembro de 2012 
  3. a b c Christophe Nick (2002). Les Trotskistes (em francês) 1ª ed. Paris: Fayard. p. 600. ISBN 2213611556 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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