Os Dois Balcões

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Os Dois Balcões
(Homem de Compleição Malsã
Escutando o Barulho do Mar)
Os Dois Balcões
Autor Salvador Dalí
Data 1929
Técnica Óleo sobre madeira
Dimensões 23.5 × 34.5 
Localização Roubada do
Museu da Chácara do Céu
, Rio de Janeiro

Os Dois Balcões, também denominada Homem de Compleição Malsã Escutando o Barulho do Mar (em francês, Homme d'une Complexion Malsaine, Écoutant le Bruit de la Mer, ou Les Deux Balcons), é uma pintura a óleo sobre madeira, medindo 23,5 cm de altura por 34,5 cm de largura, executada em 1929 pelo pintor surrealista catalão Salvador Dalí. A obra insere-se no contexto da produção de Dalí ultimada no verão de 1929, em Cadaqués, na Catalunha, um dos períodos mais criativos do autor.[1]

Após colaborar com Luis Buñuel na concepção do roteiro de Um Cão Andaluz, em janeiro de 1929, Salvador Dalí, por recomendação de Joan Miró, assinou um contrato com o marchand e poeta belga Camille Goemans, pelo qual se comprometia a entregar à Galeria Goemans de Paris toda a sua produção pictórica executada durante um período de sete meses, recebendo em contrapartida 1.000 francos mensais. Paralelamente, o pintor deveria selecionar as obras que seriam expostas em sua primeira mostra individual, realizada entre 20 de novembro e 5 de dezembro do mesmo ano.[1][2]

Como resultado, Dalí ficou durante meses isolado, completamente absorto na execução das pinturas. Surgiram desse contexto algumas de suas maiores obras-primas, como O Grande Masturbador (Museu Reina Sofia, Madri), Prazeres Iluminados (Museu de Arte Moderna, Nova Iorque), O Enigma do Desejo (Pinakothek der Moderne, Munique), O Jogo Lúgubre e Acomodações do Desejo (em coleções particulares).[1]

Os Dois Balcões foi a última obra a ser realizada desse ciclo de pinturas executadas por Dalí para a sua primeira mostra individual.[1] Como as demais, a obra aborda o tema da "infância complexa". Na composição, Dalí se auto-retratou entre a porção duplicada da fachada casa de seu pai, com os dois balcões. A obra faz referência à "luta" ou "disputa" com o irmão homônimo, falecido pouco após o próprio nascimento - antes do nascimento do artista.[2]

A obra foi adquirida durante a década de 1940 pelo colecionador brasileiro Raymundo Ottoni de Castro Maya e legada ao Museu da Chácara do Céu (equipamento dos Museus Castro Maya), no Rio de Janeiro.[2] Em 24 de fevereiro de 2006, um bando armado invadiu o Museu da Chácara do Céu e roubou a obra, juntamente com outras três pinturas: A Dança, de Pablo Picasso, Marinha, de Claude Monet, e Jardim de Luxemburgo, de Henri Matisse. As quatro obras, todas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, permanecem desaparecidas.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Von Schmidt, Carlos. «O Dalí da Chácara do Céu». Artes:. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 29 de abril de 2006 
  2. a b c Alencar (ed.), 1996, pp. 9.
  3. «Bando rouba Picasso, Dalí, Monet e Matisse no Rio». Folha Online. Consultado em 14 de agosto de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alencar, Vera Maria Abreu de (ed.) (1996). Os Museus Castro Maya. São Paulo: Banco Safra. CDD-708.981 53 
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