Pablo Iglesias Turrión

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Pablo Iglesias Turrión
Pablo Iglesias Turrión
Pablo Iglesias em junho do 2016
Político(a) de Espanha
Vice-presidente do Governo da Espanha
Período 13 de janeiro de 2020
31 de março de 2021
Presidente Pedro Sánchez
Secretário-Geral do Podemos
Período 15 de novembro de 2014 até 5 de maio de 2021
Antecessor(a) cargo criado
Sucessor(a) Ione Belarra
Deputado nas Cortes Gerais da Espanha
Período 13 de janeiro de 2016
até 12 de janeiro de 2020
Eurodeputado no Parlamento Europeu
Período 1 de julho de 2014
até 27 de outubro de 2015
Dados pessoais
Nascimento 17 de outubro de 1978 (45 anos)
Madrid
Nacionalidade espanhola
Alma mater Universidad Complutense de Madrid
Partido Podemos
Profissão Politólogo, Político
Website PabloIglesiasTurrion

Pablo Iglesias Turrión (Madrid, 17 de Outubro de 1978) é um professor universitário, político, escritor, apresentador de televisão e ativista social espanhol. Foi um dos 5 co-fundadores do partido político de esquerda Podemos em 2014, e seu secretario-geral.[1] Foi eurodeputado entre 2014 e 2015 e deputado no parlamento espanhol entre 2016 e 2020 e vice-presidente e ministro de Direitos Sociais e Agenda 2030 do governo da Espanha.[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Pablo Manuel Iglesias Turrión é filho de María Luisa Turrión Santa María, advogada do sindicato Comissões Operárias, e de Francisco Javier Iglesias Peláez, inspetor de trabalho, professor de história aposentado e,[3][4] segundo Pablo Iglesias, antigo membro da Frente Revolucionária Antifascista e Patriota (FRAP).[5] Por outra parte, o seu avô Manuel Iglesias Ramírez, um socialista humanista, foi condenado a morte pelo franquismo, até que a pena foi comutada para prisão graças aos testemunhos de membros da Falange que desmontaram muitas das acusações que se haviam feito contra ele.[6] É descendente e homônimo doutro líder socialista espanhol, Pablo Iglesias Posse.

Em 2017, casou-se com Irene Montero, política espanhola do também Unidas Podemos e atual ministra da Igualdade da Espanha. Com ela, é pai de três filhos, os gêmeos Leo e Manuel e a caçula Aitana.[7]

Atividade acadêmica[editar | editar código-fonte]

Pablo Iglesias Turrión é licenciado em Direito e em Ciência Política pela Universidade Complutense de Madrid, onde também obteve o doutoramento[8] em 2008, com uma tese sobre a ação colectiva pós-nacional, o diploma de estudos avançados em ciência política e da administração e o certificado de docência. Outros estudos de pós-graduação realizados incluem um máster em Humanidades (2010) pela Universidade Carlos III com uma tese sobre análise político do cinema, e um Master of Arts in Communication (2011) pelo European Graduate School da Suíça, onde realizou cursos de filosofia dos meios de comunicação e estudou teoria política, cinema e psicanálise. Foi professor titular interino de ciências políticas na Universidade Complutense, sendo nomeado professor honorário da mesma em setembro de 2014. Desde 2002, havia publicado mais de 30 artigos em revistas acadêmicas.[9][10]

Ativismo político[editar | editar código-fonte]

Posiciona-se na Esquerda política,[8] militou na Unión de Juventudes Comunistas de España (UJCE)[8] desde os catorze até os vinte e um anos de idade, e foi vogal do Consejo Ejecutivo de la Fundación Centro de Estudios Políticos y Sociales (Fundación CEPS), a qual, segundo os seus estatutos, se dedica «à produção de pensamento crítico e ao trabalho cultural e intelectual para fomentar consensos de esquerdas». Em 2001 participou no movimento antiglobalização,[8] onde defendeu a desobediência civil como forma de luta, e a sua tese de doutoramento versou sobre este tema.[11]

Em Janeiro de 2014 apresentou, juntamente com outras pessoas e colectivos, o movimento de cidadãos Podemos[8] — que em março 2014 se transformaria em partido político com vistas a concorrer às eleições europeias de esse ano e em cujas primárias abertas foi eleito cabeça de lista da candidatura. A sua imagem foi utilizada como logotipo para os boletins de voto eleitorais devido à sua projeção midiática,[12] superior à do partido, o qual suscitou algumas críticas e comentários irônicos nas redes sociais.[13] Finalmente, Pablo Iglesias resultou elegido eurodeputado pela candidatura de Podemos, que logrou cinco lugares no Parlamento Europeu.[14]

Na sua sessão celebrada em 13 de Junho de 2014, a Junta Eleitoral Central acordou que a fórmula utilizada por Iglesias, «sim prometo até que os cidadãos do meu país a cambiem para recuperar a soberania e os direitos sociais», cumpria o requisito previsto no artigo 224.2 da Lei Orgânica do Regime Eleitoral Geral.[15]

Pablo Iglesias e o presidente espanhol Pedro Sánchez na apresentação do acordo de governo de coalizão entre Unidas Podemos e PSOE, em 12 de novembro de 2019.

Em 25 de Junho de 2014 o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia, em que se havia integrado o Podemos, elegeu-o como seu candidato para presidir ao Parlamento Europeu.[16]

Em 27 de outubro de 2015 deixou seu mandato no Europarlamento para focar na campanha das eleições gerais espanholas de 20 de dezembro de 2015.[17] Nelas, Iglesias concorreu como cabeça de lista por Madri. Como resultado, o Podemos tornou-se o terceiro maior grupo parlamentário do Congresso dos Deputados, com 69 deputados.[18]

Após entrave político, não tendo formado governo, novas eleições gerais foram convocadas para 26 de junho de 2016. Em 9 de maio de 2016, Pablo Iglesias e Alberto Garzón, coordenador geral do partido Esquerda Unida, anunciaram um acordo firmado para uma coalizão entre os dois partidos para as eleições daquele ano.[19] A candidatura conjunta possui a denominação de Unidas Podemos e obteve 71 cadeiras no Parlamento.[20]

Ele tem se consolidado como uma liderança antifascista ao criticar o imperialismo americano no país ibérico.[21]

Em 13 de janeiro de 2020, após firmar acordo de governo de coalizão com Pedro Sánchez, do PSOE, tomou posse como vice-presidente de governo da Espanha.[22]

Em Março de 2021 abandonou o executivo para concorrer às eleições regionais de Madrid de Maio de 2021.

Em Maio de 2021, depois do mau resultado que obteve e do sucesso da direita nas eleições regionais de Madrid, Pablo Iglesias, anunciou que se retira da política.[23]

Atividade nos meios de comunicação[editar | editar código-fonte]

Tem sido articulista de diferentes meios de imprensa escrita, como o Público (onde colabora atualmente), Kaosenlared, Diagonal e Rebelión.[24][25]

Em Outubro de 2013, foi agraciado pelo Departamento de Periodismo y Comunicación Audiovisual da Universidade Carlos III de Madrid e a coordieadora ONG para a Desarrollo-España com o prêmio «Enfocados» de periodismo pela sua contribuição para o cambio social, que compartiu com Ignacio Escolar e Jordi Évole na categoria individual.

Em 2003, começou um programa na Tele K, La Tuerka. Por causa de problemas com as licenças da Tele K e Canal 33, ambas cadeias começaram a emitir parte de sua programação conjuntamente, e a La Tuerka trasladou-se ao Canal 33 para emitir em direto, emitindo o seu programa em diferido pela Tele K. Em Janeiro de 2013, começou a apresentar um programa similar no canal público iraniano dirigido ao mundo de língua castelhana Hispan TV: Fort Apache.[26][27]

Em Novembro de 2012 apareceu como analista no programa da La Sexta Columna intitulado «Rajoy año I: La realidad era esto», que analisava o primeiro ano de governo de Mariano Rajoy. Em Maio de 2013, Pablo Iglesias foi convidado no programa El Gato al Agua do Intereconomía para falar sobre a convocatória Rodea el Congreso. Após esta participação, começou a receber solicitações de outros meios de comunicação e passou a ser colaborador habitual nas tertúlias políticas de El Gato al Agua, El Cascabel al Gato, La Sexta Noche, Las Mañanas de Cuatro e 24h Noche.[28]

Estas aparições nos meios de comunicação têm-lhe valido críticas positivas e negativas. Nas positivas, destaca-se a de ter um estilo «respeitoso com os seus adversários de debate».

Referências

  1. 20minutos (15 de novembro de 2014). «Pablo Iglesias es elegido primer secretario general de Podemos con el 88,6% de los votos». www.20minutos.es - Últimas Noticias (em espanhol). Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  2. «Espanha: líder de esquerda é confirmado vice-presidente do governo». G1. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  3. Marina González (6 de agosto de 2014). «El que puede». La Diaria 
  4. Marisol López (1 de junho de 2014). «El irresistible encanto de la utopía». El Faro de Vigo 
  5. O último secretário geral, Público, 18 de setembro de 2012.
  6. elplural.com, ed. (13 de agosto de 2014). «El abuelo de Pablo Iglesias fue represaliado por el franquismo». Consultado em 1 de outubro de 2014 
  7. «Já nasceu a terceira filha de Pablo Iglesias e Irene Montero - DN». www.dn.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  8. a b c d e Soares, Manuela. «Sabe quem é Pablo Iglesias? Pode vir a ser primeiro-ministro de Espanha». Expresso. Consultado em 3 de Novembro de 2014 
  9. «Artículos de Pablo Iglesias Turrión». web.archive.org. 19 de outubro de 2012. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  10. «Currículo Pablo Iglesias Turrión» (PDF). web.archive.org. 30 de outubro de 2014. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  11. Iglesias Turrión, Pablo; Iglesias Turrión, Pablo (1 de abril de 2009). Heriberto Cairo Carou, Heriberto Cairo Carou. «Multitud y acción colectiva postnacional: un estudio comparado de los desobedientes: de Italia a Madrid (2000-2005)». Madrid (em espanhol) 
  12. Digital, Estrella. «Podemos estampa la cara de Pablo Iglesias en sus papeletas del 25M». Estrella Digital (em espanhol). Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  13. 20minutos (24 de abril de 2014). «Críticas a Podemos por la elección del rostro de Pablo Iglesias para el logo». www.20minutos.es - Últimas Noticias (em espanhol). Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  14. Gálvez, José María Jiménez; López, Marién Kadner (26 de maio de 2014). «Podemos se convierte en la sorpresa y logra cinco escaños en Estrasburgo». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582 
  15. Diariocrítico.com. «'Acatar para cambiar' y otras fórmulas de los nuevos eurodiputados». Diariocrítico.com (em espanhol). Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  16. Fariza, Ignacio (25 de junho de 2014). «Iglesias será el candidato de la Izquierda Unitaria a la presidencia de la Eurocámara». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582 
  17. «Pablo Iglesias deixa de ser eurodeputado para se centrar nas eleições». TVI24. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  18. EFE, Da (20 de dezembro de 2015). «PP vence eleições na Espanha, mas precisará de pacto para governo». Mundo. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  19. Jonas. «Espanha. Pacto de esquerda entre Podemos e Esquerda Unida». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  20. AFP, Da (26 de junho de 2016). «Partido conservador de Rajoy ganha eleições na Espanha». Mundo. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  21. HispanTV. «Líder de Podemos arremete contra Trump, le tacha de fascista». HISPANTV (em espanhol). Consultado em 28 de dezembro de 2019 
  22. «Pablo Iglesias jura como vice-presidente do "Conselho de ministras e ministros"». www.efe.com. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  23. «"É evidente que hoje não contribuo para somar". Pablo Iglesias abandona vida política após "fracasso" em Madrid» 
  24. «Rebelión (sitio de Internet)». Wikipedia, la enciclopedia libre (em espanhol). 11 de janeiro de 2020 
  25. «KAOSENLARED.NET - Pablo Iglesias Turrión». web.archive.org. 19 de outubro de 2012. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  26. «El Crítico de la Tele: Pablo Iglesias, presentador de La Tuerka: "La objetividad no existe"». web.archive.org. 3 de julho de 2013. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  27. «Producciones CMI». web.archive.org. 29 de outubro de 2013. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  28. Press, Europa (31 de março de 2013). «El 25S llama a "asediar" el Congreso el 25 de abril y a no abandonar hasta que dimita el Gobierno». www.europapress.es. Consultado em 14 de janeiro de 2020