Palácio dos Azevedo Coutinho

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Vista de Alfama e Igreja de Santo Estêvão.

O Palácio dos Azevedo Coutinho, também chamado de Palácio de Santo Estêvão, é uma casa nobre situada em Lisboa. Está localizado na malha urbana de características medievais que constitui o Bairro de Alfama. Situado no Largo de Santo Estêvão, desenvolve-se de forma irregular até ao Largo do Chanceler, englobando uma serventia pública a que se dá o nome de Beco do Chanceler.[1][2]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

De características muito particulares, este palácio resulta, como a grande maioria das casas nobres do seu tempo, da junção de diversos conjuntos urbanos com aglutinação de casas, atafonas, terrenos baldios e becos, com campanhas de obras efetuadas em diversos períodos e nem sempre seguindo um risco erudito.

O conjunto desenvolve-se em planta em forma de “J”, ocupando a quase totalidade da Rua de Santo Estêvão e toda a parte do largo do mesmo nome ao norte da igreja paroquial. É de notar que para além do nome das ruas atribuídas ao largo, os nomes de Largo do Chanceler e do Arco do Franca estão intimamente ligados à história deste palácio. De fato, e como se poderá verificar na cronologia apresentada no capítulo a seguir, esta foi a residência do Chanceler-mor do Reino e alguns séculos depois, residência do Secretário da Casa de Bragança. Apesar da falta de documentos que confirmem a existência de uma grande habitação anterior ao século XVII, conseguem-se fazer leituras de elementos arquitetónicos de datas diferentes, como seja a presença de uma janela gótica encontrada na década de 40 do século passado e de uma coluna quinhentista de dimensões semelhantes às utilizadas em “loggias “ nesse período. Para um estudo mais profundo seria necessária uma investigação arqueológica em toda a zona.[1]

Também deve ser levado em conta que o aspecto que hoje apresenta o Largo de Santo Estêvão não é o seu primitivo, as obras de demolição e reconstrução da igreja paroquial do século XII em 1733, e a sua subsequente ampliação após o terremoto de 1755, tiraram grande parte do impacto à fachada do palácio seiscentista sobre o Arco do Chanceler. A terrível campanha de obras efetuada no século XIX veio retirar parte da nobreza ao conjunto. Finalmente, após o incêndio que destruiu a ala sul do palácio em 1911 foi pedido o alargamento da Rua do Vigário para passagem dos caminhões cisterna. As casas adjacentes ao palácio com frente para esta rua foram destruídas. O largo deixou de ser lido como tal, passando a ser um alargamento das ruas do Vigário e Vicente Borga.

Apesar de ter sofrido grandes cortes e grandes ampliações de gosto e resolução duvidosos, o Palácio dos Azevedo Coutinho ou vulgarmente conhecido como Palácio de Santo Estêvão, apresenta-se como um interessante exemplo da arquitetura civil do século XVII e XVIII. O seu interior é reflexo da história de uma família e da evolução de uma casa deste tipo ao longo dos séculos. É notável a qualidade dos revestimentos azulejares, sendo ainda mais notável a existência de documentação relativa à aquisição dos mesmos.

Cronologia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Palácio dos Azevedo Coutinho». Câmara Municipal de Lisboa. cm-lisboa.pt. 2018. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  2. a b «Palácio de Santo Estêvão ou Palácio dos Azevedo Coutinho». Direção-Geral do Património Cultural da Répública Portuguesa. Consultado em 3 de janeiro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]