Parque de Nova Sintra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Parque de Nova Sintra
Localização Porto
Área 2,75
Inauguração 1932

Sendo o antigo jardim de uma quinta, noutros tempos propriedade da família Wright (de origem britânica), fica sobranceiro ao Rio Douro, e tem uma vista magnífica sobre a praia do Areinho em Gaia. A quinta foi adquirida pela Câmara Municipal do Porto em 1932, para cumprir a sua actual função de alojar os serviços do SMAS do Porto (neste momento é nesta quinta que fica a sede das Águas do Porto, EM).

O Parque de Nova Sintra dispõe de uma vasta área verde, 68.500 metros quadrados, com diversas espécies raras de vida arbórea. Divide-se numa parte com canteiros e outra mais arborizada e sombria, com recantos românticos, fazendo lembrar algumas partes dos Jardins do Palácio de Cristal. Pode ser visitado das 9:00h até às 17:30h.

O seu ambiente calmo e sossegado, que não é atingido pelo ruído e fervilhar da cidade mesmo ao seu lado, a sua beleza rara, que combina exemplares centenários de diversas espécies arbóreas com inúmeras fontes e chafarizes que ao longo do tempo perderam o seu lugar na cidade e vieram encontrar neste parque o seu refúgio, fazem deste parque um dos mais belos da cidade, merecendo a sua visita.

Placa de inscrição do antigo Bebedouro, ou marco Fontanário, da Praça Carlos Alberto, presente no parque.

"... Autêntica maravilha, que poucos conhecem e raros notam, suspenso sobre o Douro, num dos sítios privilegiados do Porto....está transformado num autêntico museu ao ar livre, num enorme escaparate onde são recolhidas as antigas fontes e chafarizes da cidade ..."[1]

Fontes e chafarizes presentes no Parque[editar | editar código-fonte]

No parque é possível encontrar algumas das mais antigas fontes e chafarizes da cidade no Parque, sendo este um dos pontos mais interessantes deste espaço.

Brasão da Fonte de S. Domingos / 1850[editar | editar código-fonte]

Esta fonte, veio substituir o antigo chafariz do Séc. XVI, no Largo de S. Domingos. Era de grande beleza e contado como um dos chafarizes mais bonitos da Cidade durante o Séc. XVIII, que constava de duas taças de 4 bicas cada uma que lançavam a água para um tanque de bordos curvilíneos. A fonte, (construída por volta de 1850) era composta de 2 bicas, bicas essas que saiam da boca de dois golfinhos, mas era na sua parte superior que se encontrava a sua maior beleza. Referimo-nos ao medalhão que a coroava, o Brasão da Cidade do Porto. O Dragão que emerge da coroa real, que se encontra por cima do escudo do Porto, transmite-nos a ideia de uma fortaleza. Fortaleza da Cidade e suas instituições. Este grandioso medalhão, é rematado por um cordão vegetativo de onde pende na parte superior uma medalha decorada com uma espécie de estrela. Foi em 1922 que se desmontou a fonte para no seu lugar abrir a montra de uma casa comercial. Este Brasão ou Armas da Cidade, foi inteiramente reformado pela Carta Régia de 14 de Janeiro de 1837.

Universo ( 4+3 ) 1987 Autora: Irene Vilar[editar | editar código-fonte]

O Universo de Irene Vilar.

Obra da autoria de Irene Vilar, escultura em bronze de Irene Vilar, simboliza a totalidade do espaço e a totalidade do tempo. Associando o número 4 que simboliza a Terra (com os seus 4 pontos cardeais) e o número 3 que simboliza o céu, o número 7 representa a totalidade do Universo em movimento.

Antigo Depósito de Água[editar | editar código-fonte]

Fonte de Cedofeita / 1826[editar | editar código-fonte]

O Dr. Adriano Fontes, na sua obra - Contribuição para a Higiene do Porto - Pagina 29 (Porto 1908) afirma o seguinte: Podemos dizer que a 4 de Julho de 1825 foi praticada vistoria, a requerimento de José Braga e outros as suas propriedades de Cedofeita e situadas na Rua da Torrinha, para ai se edificar um chafariz .... Assim oferecia o citado munícipe o terreno necessário a construção da fonte, mas impondo como condição a cedência por parte da câmara de pena e meia de água diários, (945 litros). Segundo o mesmo autor a fonte teria gravado no seu cume a data de 1826. Em 1893, sofreu esta fonte um pequeno corte no seu tanque, a fim de que as pessoas lá se dirigissem para colher água pudessem estar abrigadas em caso de chuva.

Não se sabe quando foi desmontada esta fonte e a única peca que nos resta é o elemento decorativo que se encontra nos Jardins dos SMAS. Tudo nos indica que era uma fonte singela, digamos mesmo discreta, mas bonita, com duas bicas de ferro, que presentemente, lançam a água , não para o tanque primitivo, mas para uma taça arredondada, onde bailam pequenas moitas de erva fininha e muito delicada tal como a fonte. Recebia água do Manancial de Paranhos -Salgueiros, ate 1892.

Fonte da Fontinha[editar | editar código-fonte]

Segundo Horácio Marcal, embora esta fonte fosse de risco simples era de aspecto atraente. A sua origem nasceu no facto da Fonte Seca, tal como o nome indica, ter secado. A título informativo, a Fonte Seca também era conhecida como Terceira Fonte de Santa Catarina e estava instalada da parte de cima da então chamada Rua Bela da Princesa. Devido ao facto da Fonte Seca ter secado, foi necessário abastecer de água a zona que anteriormente esta servia. Bahia Junior, afirma que com base no Livro 2 de documentos originais que a medição dos terrenos para a construção desta Fonte se teria realizado em 9 de Setembro de 1861, motivo pelo qual foi levado a concluir que a construção da mesma se tivesse iniciado nesse ano. Primitivamente esta fonte era abastecida pelo Manancial da Povoa, mas devido a grande despesa que isso trazia, ficou a ser fornecida por uma mina própria situada no Largo da Fontinha. Em 1852, A Fonte da Fontinha foi transferida do lugar primitivo, (Embocadura da Trav. da Fontinha, junto da Rua Bela da Princesa-Parte cimeira da Rua de Sta. Catarina) para a Rua da Fontinha, no término da Rua das Carvalheiras. Mais tarde foi desmontada e transferida para os Jardins dos SMAS.

Fonte do Ribeirinho ou dos Ablativos / 1790[editar | editar código-fonte]

Esta fonte, esteve antigamente instalada na Rua de Cedofeita. do lado Este, entre os nº 672 e 674 - na opinião de Américo Costa, in - Dicionário Coreográfico de Portugal Continental e Insular - O seu nome, de Fonte do Ribeirinho ou dos Ablativos, deve-se a dois factos .Primeiro, e a Fonte do Ribeirinho, porque perto de onde estava colocada, ao lado norte passava um ribeiro que se formava de várias nascentes que se localizavam no Monte Cativo e da Lapa. Segundo Horácio Marçal, esse ribeiro tinha o seguinte percurso: Passava em Salgueiros, atravessava a Quinta Do Melo ou Águas-Férreas (Dos Viscondes de Veiroa), a rua de Cedofeita e a Ponte de Vilar, desaguando no Douro, na Praia de Massarelos.

A sua água era considerada óptima para todos os usos domésticos e além disso era abundante. Nascia a poucos metros a norte, junto a Rua de Cedofeita e era conduzida para a fonte em alcatruzes de barro, embora grande parte andasse extraviada, o que ainda era pior antes da sua construção. As águas vertentes pertenciam á propriedade que lhe ficava em frente por compra da câmara, pelo negociante Salvador José Braga. A arquitectura desta fonte, sendo simples e elegante, e de granito bem lavrado. Na realidade, quando a observamos, o que logo nos salta a vista e a sua inscrição, na parte central do corpo da fonte que por assim dizer domina todo o conjunto. É composta por uma única bica, de onde a água sai para cair num tanque de forma arredondada. Com um feitio piramidal, embora com curvas e quinas que lhe dão um profundo toque de graciosidade, e encimada por um elemento vegetalista que em nossa opinião, parece uma flor fechada.P or cima da inscrição pode observar-se um maravilhoso escudete, comolhe chama Américo Costa e Horácio Marçal, ou um maravilhoso medalhão como o designa Hélder Pacheco. Neste medalhão, delicadamente trabalhado e envolvido por um cordão vegetalista, podemos observar a imagem de N. Sra. de Vandoma representada como e natural, entre duas torres.

Em segundo lugar, também e designada por Fonte dos Ablativos, devido a inscrição nela existente ser composta por vinte e quatro Ablativos. São vários os autores que transcrevem essa inscrição, assim como o seu significado .No entanto a que se transcreve e da autoria de Horácio Marçal. O antigo sitio do Laranjal - in - O Tripeiro, Marco de 1966, VI série, ano VI- no qual afirma que a inscrição lhe parece ter algumas palavras que não são latinas e, em sua opinião, não é fácil de traduzir. Contudo, dá-nos a tradução da dita inscrição que e a seguinte: - Com aprazimento muitos e desagrado de outros, foram reunidas as águas que corriam sujas e desaproveitadas, pelas lajes da rua, e pelas margens do ribeiro, formando charcos imundos, e dificultando a passagem de transeuntes. Assim as águas conduzidas para esta fonte, tornavam o síto, ate então incomodo e sujo, em belo e comodíssimo; e as águas agora limpíssimas, desalteraram os suburbanos sequiosos. Foi feita esta obra no reinado da piedosa, feliz e augusta Rainha D. Maria I, por diligências de José Ribeiro Vidal da Gama, dos Conselhos de sua Real Majestade, Chanceler Portuense, servindo de Presidente do Tribunal de Justiça, no ano de 1790.

Chafariz do Convento de Avé Maria[editar | editar código-fonte]

Este convento situava-se onde e hoje a Estacão Ferroviária de S. Bento.

Pouco se consegue saber acerca deste chafariz, nem sequer a data em que foi colocado nos Jardins dos SMAS. Hélder Pacheco ( in -Porto -, Lisboa 1984, paginas 172 )ao referir-se a este chafariz afirma que - ...a única característica e a de possuir bicas em três níveis sobrepostos, despejando a água para duas taças e um tanque inferior. Realmente a sobriedade deste chafariz é tão grande quanto a sua beleza, a qual e mais realçada pelas plantas aquáticas que ornamentam o seu tanque.

Primeira Fonte da Arrábida[editar | editar código-fonte]

Primeira Fonte da Arrábida.

Como o nome indica foi a primeira fonte pública do Monte da Arrábida. Situava-se abaixo do Lugar do Bicalho, quase na confluência do ponto em que se divide a Freguesia de Lordelo do Ouro e de Nossa senhora da Boa Viagem de Massarelos, junto portanto da estrada marginal do Rio Douro, nas fraldas do referido Monte. Encontrava-se primitivamente entre dois barracões próprios para oficinas de serralheiro e ferreiro. Explorando-se a pedreira daquele monte, no sitio próximo às dezoito braças, afim da Companhia Geral dos Vinhos do Alto Douro prosseguir com as obras da barra do ouro, que por lei estavam a seu cargo, rebentou espontaneamente da rocha viva, uma porção de água puríssima e fresca, a qual por ordem da citada Companhia foi desde logo aproveitada para se construir uma fonte pública. Assim apareceu a primeira Fonte da Arrábida. O seu frontispício, de arquitectura simples, tinha uma bica de ferro chumbada, onde a água chegava através de uma caldeira de pedra a qual caia dentro de um pequeno tanque, aos lados do qual estavam dois assentos de pedra., cuja finalidade seria o descanso dos viandantes que por ali passavam. Aponta-se para o ano de 1863 o ano da sua construção e tendo sido removida para os Jardins do SMAS em 1948 ano em que foi reconstruída.

Fonte da Rua Garrett[editar | editar código-fonte]

Foi retirada da Rua Garrett, actual Rua de Padre António Vieira sendo a sua decoração extremamente simples. Assim e só de salientar a forma monolítica no seu corpo central. Era alimentada pela água da mina da Povoa, mina essa que era particular. A entrda desta mina é na Calcada da Povoa, seguindo pela Trav. do mesmo nome, Av. Fernão de Magalhães, Campo 24 de Agosto, R. Ferreira Cardoso, Rua do Heroísmo (com derivação para a rua do Barão de Nova Sintra), e Rua Padre António Vieira. Era conhecida também pela mina do Gaspar Cardoso. Não é possível determinar com exactidão a data da sua construção.

Bebedouro da Praça Carlos Alberto[editar | editar código-fonte]

E em ferro fundido, sendo um dos mais belos exemplares da FUNDICAO DO BOM SUCESSO. Dada a sua dupla função de fornecer água e iluminação, encontra-se no seu topo um magnifico lampião que quase parece de ferro forjado. Encontrava-se instalado na Praça de Carlos Aberto por influência da Sociedade Protectora dos Animais, conforme se verifica pela tabuleta colocada no seu corpo principal. Tem duas taças, uma superior para os cavalos beberem e outra inferior para os cães e gatos. No alçado oposto, existe uma torneira para as pessoas poderem beber.

Fonte do Campo Alegre[editar | editar código-fonte]

A chamada Fonte do Campo Alegre, situou-se na Rua do Campo Alegre em frente ao Nº 294 (actual nº 462). Constava de um poço contido dentro de uma arca quadrangular cujo interior e em abobada semicircular, medindo 1,90 m por lado e por 2 metros de profundidade e sendo até 0.60 da sua altura coberto de água, esta, era tirada por uma bomba, nascendo a água em granito. A arca e construída em granito. Esta fonte foi abandonada por falta de água, sendo entulhada por ordem da câmara, até ao nível do terreno da Quinta a que a arca esta encostada, em 1945 tendo sido mudada para as matas do SMAS a 31 de Março desse mesmo ano. A Quinta era pertença de D. Rosalina Rosa de Jesus que, em Maio de 1943, num requerimento dirigido ao então Presidente da Câmara, pedia que fosse vedado o terreno da fonte, para - assim acabar com as poucas vergonhas ali praticadas - tendo sido despachado favoravelmente em 1943.

Fonte da Feira dos Carneiros ou Chafariz de Camões[editar | editar código-fonte]

Pouco se sabe do seu historial. Sabe-se que se encontrava encostada a Travessa das Liceiras e relativamente próximo a Rua de Camões. Era alimentada pelo chamado Manancial de Camões. Fonte em granito, assenta em laje da mesma pedra que servia para assentar as vasilhas onde as pessoas transportavam a água.

Arca de Água de Sto. Isidro[editar | editar código-fonte]

E de arquitectura bastante simples, mas graciosa, sendo de realçar o tecto ou o telhado em granito, com forma piramidal quadrangular e em degraus, rematados por uma esfera. Interiormente, encontra-se revestida a azulejos com motivos vegetalistas, em que o azul e branco combinam maravilhosamente. A água saia através de uma carranca grosseira, em granito, para cair dentro de uma pia em forma de concha semicircular, de granito. A água era-lhe fornecida pelo Manancial da Mitra -mina ou manancial que pertenceu aos prelados Diocesanos do Porto.

A Água que chegava a esta arca era proveniente de uma nascente na Rua de Costa Cabral, junto ao antigo edifício da Fabrica dos Tabacos, na Quinta do Lima, a qual ia entubada, atravessando na direcção do cruzamento das Ruas da Constituição e da Alegria, seguia depois pelos terrenos da Quinta do Espinheiro (Onde se juntava com as águas do -Manancial das Religiosas do Convento de Sta. Clara, hoje abandonado e desaparecido), Trav. de Sto. Isidro, Ruas de Santos Pousada, R. do Moreira e R. D. João IV.

Chafariz[editar | editar código-fonte]

Arca de Água do Mercado do Anjo[editar | editar código-fonte]

A Água que alimentava esta arca, e proveniente do Manancial de Paranhos-Salgueiros. Encontrava-se instalada no antigo Mercado do Anjo, actualmente desaparecido o qual se situava no local hoje conhecido por Praça de Lisboa. Esta arca e de construção em granito, de certa grandiosidade, sendo o sei interior bastante curioso.

A Arca no seu interior e decorada em azulejos, cujos motivos decorativos são geométricos e vegetalistas. Uma bica principal lança a água num pequeno tanque de onde saem 14 bicas menores, que por sua vez lançam a água num tanque maior. Aquando da demolição do Mercado do Anjo, foi esta arca transferida para a mata dos jardins do SMAS em 1950.Existiu também no interior deste mercado um curioso chafariz que ficou conhecido pelo nome de - Chafariz do Mercado do Anjo -.

  • Chafariz dos Passarinhos

Brasão da Fonte da Rua D. Pedro V[editar | editar código-fonte]

Algumas espécies presentes no parque[editar | editar código-fonte]

Contém, igualmente, cerca de 40 espécies diferentes de árvores, pertencentes a 22 famílias do reino vegetal. Entre os espécimes, contam-se exemplos de Palmeiras, Sabugueiros, Sobreiros, Carvalhos, Magnólias e Eucaliptos, entre muitas outras, algumas delas originárias dos mais diferentes e longínquos locais do mundo.

Eis aqui alguns exemplos:

Galeria de Fotografias[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Silva, Germano, Fontes e Chafarizes do Porto, Porto, SMAS, 2000 ISBN 978-972-953-243-6

Referências

  1. Silva, 2000

Páginas da internet[editar | editar código-fonte]

Águas do Porto. «Visitas ao Parque de Nova Sintra». Sítio da Empresa. Consultado em 28 de agosto de 2008 

Ramos, Manuela D. L. (25 de março de 2006). «Parque de Nova Sintra aberto ao público». Blog: Dias com árvores. Consultado em 2 de setembro de 2008 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Parque de Nova Sintra