Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado
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Secretário | Luís Franco |
Fundação | 18 de setembro de 1970 |
Sede | Portugal Rua da Palma, 159 - 2º D 1100-391 Lisboa |
Ideologia | Comunismo Maoismo |
Espectro político | Extrema-esquerda |
Publicação | Luta Popular |
Cores | Vermelho, Amarelo |
Página oficial | |
www.pctpmrpp.org | |
O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP),[nota 1] é um partido político de Portugal, de inspiração maoísta, fundado em 26 de Dezembro de 1976 a partir do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP).[2][3][4]
O período de clandestinidade
Fundado em 18 de Setembro de 1970, o MRPP – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado defendia que o Partido Comunista Português adoptara uma ideologia "revisionista", tendo deixado de ser o "partido do proletariado". Para a prossecução da revolução era necessário reorganizá-lo – daí o nome escolhido.
Teve como Secretário-Geral Arnaldo Matos. O seu órgão central foi sempre o "Luta Popular", cuja primeira edição foi lançada em 1971 (ainda no tempo da ditadura). O MRPP foi um partido muito activo antes do 25 de Abril de 1974, especialmente entre estudantes e jovens operários de Lisboa e sofreu a repressão das forças policiais, reivindicando como mártir José Ribeiro dos Santos,[5] um estudante assassinado pela polícia política durante uma reunião de estudantes da academia de Lisboa no então Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF) em 12 de Outubro de 1972.
O 25 de Abril
O MRPP – e depois o PCTP/MRPP – ganhou fama com as suas grandes e vistosas pinturas murais. Continuou uma grande actividade durante os anos de 1974 e 1975. Nessa altura tinha nas suas fileiras membros que mais tarde vieram a ter grande relevo na política nacional, como José Manuel Durão Barroso e Fernando Rosas, entretanto expulsos e Maria José Morgado.
Logo a seguir ao 25 de Abril, o MRPP foi acusado pelo Partido Comunista Português (que desde sempre foi "eleito" como o seu maior inimigo, apelidado de "social-fascista" – uma prática fascista disfarçada por um discurso social), de ser subsidiado pela CIA, acusação destinada a "desmascarar" um partido que se mostrava incomodativo. Essa acusação terá tido como motivo uma crença baseada, em parte, na cooperação entre o MRPP e o Partido Socialista, durante o chamado "Verão quente", por serem ambos os partidos contra a via comunista ("revisionista" segundo o MRPP) defendida pelo PCP para Portugal.[carece de fontes][fonte confiável?]
A partir de 26 de Dezembro de 1976, o MRPP, após Congresso, passou a designar-se Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses, com a sigla PCTP/MRPP.[3] O seu líder histórico é Arnaldo Matos. O primeiro director do "Luta Popular", na fase legal, foi Saldanha Sanches, a quem sucedeu Fernando Rosas. O jornal chegou a ser diário, durante um curto período.[7]
O Secretário Geral do Partido é Luís Franco, mas o membro mais conhecido era Garcia Pereira; foram ambos suspensos do Comité Permanente do partido após o mau resultado das legislativas de 2015, tendo Garcia Pereira anunciado a sua demissão a 25 de novembro de 2015.[carece de fontes]
Actualidade
Nas eleições legislativas de 2011 teve o melhor resultado da sua história, tendo alcançado 62.491 votos expressos, correspondente a 1,12% da votação nacional.
Resultados eleitorais
Eleições legislativas
Data | Votos | % | Deputados |
---|---|---|---|
1975 | Banido | ||
1976 | 36 200 | 0,7 (7.º) | 0 / 250 |
1979 | 53 268 | 0,9 (8.º) | 0 / 250 |
1980 | 35 409 | 0,6 (11.º) | 0 / 250 |
1983 | 20 995 | 0,4 (9.º) | 0 / 250 |
1985 | 19 943 | 0,3 (9.º) | 0 / 250 |
1987 | 20 800 | 0,4 (11.º) | 0 / 250 |
1991 | 48 542 | 0,9 (7.º) | 0 / 230 |
1995 | 41 137 | 0,7 (5.º) | 0 / 230 |
1999 | 40 006 | 0,7 (6.º) | 0 / 230 |
2002 | 36 193 | 0,7 (6.º) | 0 / 230 |
2005 | 48 186 | 0,8 (6.º) | 0 / 230 |
2009 | 52 761 | 0,9 (6.º) | 0 / 230 |
2011 | 62 610 | 1,1 (6.º) | 0 / 230 |
2015 | 59 955 | 1,1 (8.º) | 0 / 230 |
Eleições europeias
Data | Votos | % | Deputados |
---|---|---|---|
1987 | 19 475 | 0,4 (12.º) | 0 / 24 |
1989 | 26 682 | 0,6 (10.º) | 0 / 24 |
1994 | 24 022 | 0,8 (5.º) | 0 / 25 |
1999 | 30 446 | 0,9 (6.º) | 0 / 25 |
2004 | 36 294 | 1,1 (5.º) | 0 / 24 |
2009 | 42 940 | 1,2 (7.º) | 0 / 22 |
2014 | 54 708 | 1,7 (8.º) | 0 / 21 |
Eleições presidenciais
Data | Candidato
apoiado |
1ªVolta | 2ªVolta | ||
---|---|---|---|---|---|
Votos | % | Votos | % | ||
1976 | António Ramalho Eanes | 2 967 137 | 61,6 (1.º) | ||
1980 | António Ramalho Eanes | 3 262 520 | 56,4 (1.) | ||
1986 | Nenhum candidato apoiado | ||||
1991 | |||||
1996 | |||||
2001 | António Garcia Pereira | 68 900 | 1,6 (5.º) | ||
2006 | António Garcia Pereira | 23 983 | 0,4 (6.º) | ||
2011 | Manuel Alegre | 817 980 | 19,7 (2.º) | ||
2016 | António Sampaio da Nóvoa | 1 060 800 | 22,9 (2.º) |
Eleições regionais
Região Autónoma dos Açores
Data | Votos | % | Deputados |
---|---|---|---|
1976 | 638 | 0,6 (5.º) | 0 / 43 |
1980 | 624 | 0,5 (7.º) | 0 / 43 |
1984 | 764 | 0,7 (7.º) | 0 / 44 |
1988 | 439 | 0,4 (8.º) | 0 / 51 |
1992 | Não concorreu | ||
1996 | |||
2000 | |||
2004 | |||
2008 | |||
2012 | 343 | 0,3 (11.º) | 0 / 57 |
Região Autónoma da Madeira
Data | Votos | % | Deputados |
---|---|---|---|
1976 | 357 | 0,3 (6.º) | 0 / 41 |
1980 | 489 | 0,4 (7.º) | 0 / 44 |
1984 | 760 | 0,6 (6.º) | 0 / 50 |
1988 | 496 | 0,4 (7.º) | 0 / 53 |
1992 | Não concorreu | ||
1996 | |||
2000 | |||
2004 | |||
2007 | |||
2011 | |||
2015 | 2 136 | 1,7 (8.º) | 0 / 47 |
Alguns antigos militantes
- Ana Gomes
- Diana Andringa
- Dulce Rocha
- Durão Barroso
- Fernando Rosas
- João Isidro
- José Ribeiro dos Santos
- Maria José Morgado
- Saldanha Sanches
- Violante Saramago Matos
- Maria João Rodrigues
- Luís Marques
- Alfredo Caldeira
Notas
Referências
- ↑ «Partidos registados e suas denominações, siglas e símbolos». Tribunal Constitucional. Consultado em 15 de março de 2015
- ↑ «Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses». CNE - comissão Nacional de Eleições. Consultado em 12 de outubro de 2009
- ↑ a b «Partidos registados e suas denominações, siglas e símbolos». TC - Tribunal Constitucional. Consultado em 12 de outubro de 2009
- ↑ «Boletim de voto». DGAI - Direcção Geral de administração Interna. Consultado em 12 de outubro de 2009
- ↑ «Página sobre Ribeiro Santos no sítio Página Vermelha»
- ↑ Pinturas murais no 25 de Abril na cidade do Porto
- ↑ «Página do Observatório da Imprensa sobre o Luta Popular.»