Patriarcado Latino de Jerusalém

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Patriarcado Latino de Jerusalém
Patriarchatus Hierosolymitanus Latinorum
Info/Patriarcado
Igreja do Santo Sepulcro
Localização
País  Palestina
Território
Palestina, Israel, Jordânia e Chipre
Arquidiocese Metropolitana Imediatamente sujeita à Santa Sé
Estatísticas
População 313 000 católicos
Paróquias 67
Sacerdotes 480
Informação
Rito Romano
Criação da Diocese 30
Elevação a Patriarcado 451
1099 - Primeira restauração
23 de julho de 1847 - Segunda restauração
Catedral Igreja do Santo Sepulcro
Governo do Patriarcado
Patriarca Pierbattista Pizzaballa, O.F.M.
Bispo Auxiliar William Hanna Shomali
Jamal Khader Daibes
Rafic Nahra
Bruno Varriano, O.F.M.
Patriarca Emérito Michel Sabbah
Fouad Twal
Bispo Emérito Auxiliar Kamal Hanna Bathish
Maroun Elias Nimeh Lahham
Giacinto-Boulos Marcuzzo
Salim Sayegh
Jurisdição Patriarcal
Contactos
Página Oficial www.lpj.org
dados em catholic-hierarchy.org
Categoria:Patriarcados · Todas as dioceses
Projeto Catolicismo

O Patriarcado Latino de Jerusalém (em latim: Patriarchatus Hierosolymitanus Latinorum) é um Patriarcado da Igreja Católica em Jerusalém. Tem jurisdição sobre a Palestina, Israel, Jordânia e Chipre, sendo imediatamente sujeita à Santa Sé. O título de Patriarca Latino de Jerusalém é a dignidade atribuída, na hierarquia da Igreja Católica, ao Arcebispo Latino de Jerusalém. Atualmente, é o único arcebispo latino com a dignidade de Patriarca que não é metropolita, e ao lado do Patriarca das Índias Orientais, são as únicas dignidades patriarcais eclesiásticas concedidas fora da Europa.

A sede da arquidiocese é a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém Velha.[1] Seu atual patriarca é o cardeal frei Pierbattista Pizzaballa, O.F.M..

Ao contrário dos Patriarcas das Igrejas de rito oriental, o título de Patriarca de Jerusalém é meramente honorífico, estando sujeito ao Papa e usando o rito romano, tal como sucede com os Patriarcas de Veneza e de Lisboa, mas diferente destes, o Patriarca de Jerusalém não se torna Cardeal no primeiro consistório após a sua nomeação, tal como ocorre com o Patriarca das Índias Orientais. Contudo, os patriarcas das Índias Orientais e Latino de Jerusalém, são atualmente cardeais.

Entre 1374 e 1847, o título de Patriarca de Jerusalém era titular, usado por vários cardeais e arcebispos. O Patriarca Latino de Jerusalém é, também, Grão-Prior da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e os hebreus católicos estão sob sua subordinação.

História[editar | editar código-fonte]

Cruzadas[editar | editar código-fonte]

O cruzados criaram o Reino Latino de Jerusalém e em 1099 foi reerigida a Arquidiocese, seguindo o rito latino, pois, até então, os cristãos estavam sob a orientação do Patriarca de Jerusalém, sob o rito oriental. Essa Arquidiocese possuia 4 dioceses sufragâneas, Tiro, Cesareia, Nazaré e Petra. Quando a Cidade Santa foi invadida por Saladino, em 1187, a Sé foi transferida para Acra, depois para Chipre, em 1291, até por fim chegar a Roma, quando tornou-se uma Sé titular, em 1374. Já em 1342, o Papa Clemente VI entregou os cuidados cristão aos Franciscanos, através da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, nomeando seu Grão-Prior ex officio apenas como título honorífico.[2]

Entre 1374 e 1847, a do Patriarcado foi a Basílica de São Lourenço Fora de Muros, em Roma.[3]

Patriarcado Moderno[editar | editar código-fonte]

Em 1842, a Igreja Anglicana manda um missionário à Terra Santa, ao passo que o Patriarcado de Moscou também manda uma missão.[4]

Em 23 de julho de 1847, o Papa Pio IX decide restabelecer o Patriarcado Latino de Jerusalém, mas desta vez considerando o Patriarca Greco-ortodoxo como legítimo sucessor do primeiro Bispo de Jerusalém.[5] Em 4 de outubro, o Sultão Otomano autoriza a instalação da em Jerusalém. Ainda assim, as nomeações papais diziam respeito ao Grão-Prior da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, até 1905.

A Catedral escolhida para do Patriarcado foi a Catedral do Santo Sepulcro, na parte velha de Jerusalém. Entretanto, conforme o tratado Status Quo dos Lugares Santos de 1852, rerratificado pelo "Acordo fundamental entre Israel e o Vaticano" em 30 de dezembro de 1993, o Santo Sepulcro é propriedade de greco-ortodoxos, armênio-ortodoxos e católicos romanos, além de copta-ortodoxos egípcios, etíope-ortodoxos e sírio-ortodoxos. Por isso, a Cátedra do Patriarca Ortodoxo Grego toma a nave, ao passo que a Cátedra do Patriarca Latino fica na Concatedral do Santíssimo Nome de Jesus. Para evitar envolvimento em questões de caráter nacional foram nomeados apenas patriarcas italianos até 1987, quando foi nomeado o Patriarca Michel Sabbah, que é um palestino.[6]

O Patriarca, atualmente, possui jurisdição sobre todo o território católico do rito latino nos territórios palestinos, Israel, Chipre e Jordânia.

Território e organização[editar | editar código-fonte]

O Patriarca é apoiado por bispos e vigários patriarcais não bispos:

  • Matthew Coutinho SDB, Vigário Patriarcal para os migrantes e requerentes de asilo do Patriarcado Latino de Jerusalém, sediado em Tel Aviv

Prelados[editar | editar código-fonte]

Patriarcas Cruzados[editar | editar código-fonte]

Patriarcas Titulares[editar | editar código-fonte]

Nessa época, até 1374, a Sé titular funciona em Chipre, quando é transferida para Roma, onde fica até 1847.

Com a Custódia Franciscana da Terra Santa, os Grandes Mestres da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém ostentam o título de 1342 a 1847, em virtude da bula papal Gratiam agimus do Papa Clemente VI (a menos que alguém fosse nomeado especificamente como uma grande honra).

Com o Grande Cisma do Ocidente (1378 - 1417), os Patriarcas eram nomeados por cada Papa, o que gerou dualidade nas nomeações.

Patriarcas em dualidade:
Patriarcas nomeados pelo papa de Roma
Patriarcas nomeados pelo papa de Avinhão

Patriarcas atuais[editar | editar código-fonte]

Com a restauração da em Jerusalém, o Título de Patriarca Latino de Jerusalém volta a existir.

A Ordem Hierárquica Eclesiástica é restabelecida e as nomeações dos Patriarcas passam a referir-se ao prelado da Arquidiocese.

Referências

  1. [1]
  2. «Catholic Encyclopedia» (em inglês) 
  3. GCatholic
  4. Jerusalem (After 1291) Catholic Encyclopedia
  5. Giorgio Bernardelli, Abbattere i «muri» tra le Chiese: lavori in corso, in Avvenire de 15 de maio de 2009, p. 7.
  6. Catholic Hierarchy

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • G. Fedalto, La Chiesa latina in Oriente, ed. Mazziana, coll. «Studi religiosi» n° 3, Verona, 3 vol., 1973-1978.
    • La Chiesa latina in Oriente, Vol.1, 1981 (2 ed. aggiornata), p. 671.
    • La Chiesa latina in Oriente / Hierarchia latina orientis, Vol.2, 2006 (2 ed. aggiornata), p. 300 ISBN 8885073778
    • La Chiesa latina in Oriente / Documenti veneziani, Vol.3, 1978, p. 308
  • L. de MAS-LATRIE, "Les patriarches latins de Jérusalem", in Revue de l'Orient latin, 1 (1893), pp. 16–44.
  • Pringle, Denys, The churches of the Crusader Kingdom of Jerusalem: a corpus, Cambridge University Press, Bd. I (A-K), 1993. ISBN 0-521-39036-2/Bd. II (L-Z), 1998. ISBN 0521390370
  • B. Hamilton, The Latin Church in the Crusader States: the Secular Church, Londra, Variorum Publications, 1980
  • W. Hotzelt, Kirchengeschichte Palästinas im Zeitalter der Kreuzzüge 1099-1291, ed. Bachem, coll. «Kirchengeschichte Palästinas von der Urkirche bis zur Gegenwart» n° 3, Colonia, 1940, p. 253
  • Mayer, Hans Eberhard, Bistümer, Klöster und Stifte im Königreich Jerusalem (Schriften der Monumenta Germaniae Historica 26), Stoccarda, Hiersemann, 1977. ISBN 3777277193

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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