Pedro Rocha

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 Nota: Este artigo é sobre o jogador uruguaio. Para o jogador do Fortaleza, veja Pedro Rocha Neves.
Pedro Rocha
Pedro Rocha
Rocha em 1966
Informações pessoais
Nome completo Pedro Virgilio Rocha Franchetti
Data de nasc. 3 de dezembro de 1942
Local de nasc. Salto, Uruguai
Nacionalidade uruguaio (até 1977)
brasileiro
Morto em 2 de dezembro de 2013 (70 anos)
Altura 1,81 cm
destro
Apelido Verdugo
Informações profissionais
Posição meio-campista
Função treinador
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1959–1970
1970–1977
1978
1979
1979
1979–1980
1980
1980
Peñarol
São Paulo
Coritiba
Palmeiras
Bangu
Deportivo Neza
Monterrey
Al-Nassr
0159 000(81)
0375 00(113)
0020 0000(1)
0009 0000(1)
0013 0000(5)
Seleção nacional
1961–1974 Uruguai 0057 000(17)
Times/clubes que treinou
1981
1981
1985
1987
1987
1987
1988
1988
1988–1989
1989
1996
1997
1998
1999
2000
2000
Inter de Limeira
Taubaté
Botafogo-SP
Botafogo-SP
Coritiba
Guarani
Mogi Mirim
Portuguesa
Sporting
Sport
Internacional
Kyoto Sanga
Ponte Preta
Ituano
Caldense
XV de Piracicaba
Última atualização: 2 de agosto de 2009

Pedro Virgilio Rocha Franchetti (Salto, 3 de dezembro de 1942São Paulo, 2 de dezembro de 2013)[1] foi um treinador e futebolista nascido no Uruguai e naturalizado brasileiro.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pedro Rocha estreou como jogador profissional pelo Peñarol em 1959. Como meia ofensivo, ele foi o principal jogador da fase mais gloriosa da história do clube uruguaio, o qual se firmou como um dos mais famosos e respeitados no mundo. pelo Peñarol, Rocha foi campeão uruguaio sete vezes (1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967 e 1968), tri campeão da Copa Libertadores em 1960, 1961 e 1966, e bicampeão mundial interclubes em 1961 e 1966.[3]

Foi o único jogador uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo FIFA (1962, 1966, 1970 e 1974). Em 1970, La Celeste Olimpica chegou a ser semifinalista do Mundial, mas jogou desfalcada de seu grande jogador, Rocha, que, contundido, não jogou na eliminação uruguaia diante da Seleção Brasileira de Futebol.[3]

Em 15 de setembro de 1970, Pedro transferiu-se para o São Paulo, alguns dias depois de o Tricolor do Morumbi ser campeão paulista e pôr fim ao maior jejum de títulos de toda a sua história. Na época, o São Paulo acabara de concluir a construção do Estádio do Morumbi e passou a se focar no elenco de atletas, contratando várias estrelas como Gérson, Pablo Forlán, Toninho Guerreiro e o próprio Pedro, que, no Brasil, passou a ser conhecido como Pedro Rocha. Ficou conhecido como Verdugo — "carrasco", em espanhol —, já que com sua enorme habilidade castigava sem piedade seus adversários. Apesar de um começo um pouco difícil por questões de adaptação a um novo clube e país, além de uma suposta perseguição por parte de Gérson, logo Pedro Rocha passou a mostrar todo seu futebol no clube, conquistando os Campeonatos Paulistas de 1971 e 1975, levando o clube ainda a suas primeiras finais nacionais, sendo vice-campeão brasileiro em 1971 e 1973.[3]

Nos anos seguintes, conforme os outros ídolos foram se aposentando, Rocha foi se firmando como o maior craque e ídolo do time. O meia uruguaio foi o primeiro jogador estrangeiro a ser artilheiro no Brasil, sendo goleador do Campeonato Brasileiro em 1972 pelo São Paulo, com dezessete gols, dividindo a artilharia com Dario, do Atlético Mineiro. Em seu auge pelo Tricolor do Morumbi, Rocha levou o clube à sua primeira participação na Copa Libertadores, em 1972, alcançando a semifinal, e, por fim, levando-o à sua primeira final continental da Libertadores em 1974. Rocha foi decisivo e fez gol no primeiro jogo da final, uma vitória por virada sobre o Club Atlético Independiente, da Argentina. Mas Rocha jogou contundido as demais partidas e o São Paulo, sem seu principal jogador, acabou com o vice-campeonato.[3]

Pedro Rocha permaneceu no São Paulo até 1978, saindo, aos 35 anos de idade, pouco após a decisão do Brasileirão de 1977, competição em que não chegou a ser relacionado nenhuma vez. Pelo Tricolor paulista, atuou 375 vezes, marcando 113 gols. Também jogou em outros clubes do futebol brasileiro, como Coritiba (onde foi campeão paranaense), Palmeiras e Bangu, além do Monterrey, do México, antes de encerrar a carreira, no início da década de 1980, quando atuava pelo Al-Nassr, da Arábia Saudita.[3]

Também é lembrado pela admiração que Pelé tinha por seu futebol. Em sua opinião, Pedro Rocha era um dos cinco melhores jogadores do mundo. Dario Pereyra, um dos maiores jogadores da história do São Paulo e da seleção uruguaia, descreveu-o assim: "Foi o maior jogador uruguaio que vi jogar. Ele jogava com a cabeça levantada, cabeceava muito bem e dava passes curtos e longos com precisão." Muricy Ramalho, que era um jogador iniciante no São Paulo enquanto Rocha já era o maior e mais experiente jogador da equipe, manteve uma amizade com ele até seus últimos dias e descreveu-o assim: "Ele era muito educado, um cara diferente no futebol. Caladão, não era de muita brincadeira e gostava muito de jogar sinuca. Era invencível, tinha uma precisão para defender e atacar, até parecia que estava jogando futebol. Para ficar perto dele, comecei a jogar sinuca também. Melhorei muito, mas nunca consegui vencer Pedro Rocha. Mas estava ali, perto dele. Era a prova de que estava vencendo na vida. O cara era um gênio da bola."[4]

Pedro Rocha foi eleito duas pelos leitores da revista Placar como meia, ao lado de Raí, do "Time dos Sonhos" do São Paulo, o time com os melhores jogadores em cada posição na história do clube.[5] Na eleição feita entre sócios e dirigentes do clube em 1998, Rocha foi eleito o segundo melhor ponta de lança da história do clube, atrás de Zizinho.

Jogou profissionalmente entre 1959 e 1980, disputando no total 620 jogos e fazendo 213 gols por oito clubes e pela seleção uruguaia. Após isso, trabalhou como treinador de futebol, passando por vinte clubes até 2009, quando sofreu um AVC. Como sequela, passou os últimos anos de sua vida sofrendo de atrofia do mesencéfalo, um mal que afetava os seus movimentos e a fala, o que o deprimiu muito.[6][7] Morreu em 2 de dezembro de 2013, na cidade de São Paulo, após sofrer uma doença degenerativa. Ele completaria 71 anos no dia seguinte.

Títulos[editar | editar código-fonte]

Peñarol
São Paulo
Coritiba
Seleção Uruguaia

Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]

Artilharias[editar | editar código-fonte]

Peñarol
Seleção Uruguaia
São Paulo

Referências

  1. Luis Augusto Símon (2 de dezembro de 2013). «Morre ex-jogador Pedro Rocha, ídolo do São Paulo e da seleção uruguaia». UOL Esporte. Consultado em 3 de dezembro de 2013 
  2. Piperno, Fábio (3 de dezembro de 2013). «Pedro Rocha disputou jogos que só eu assisti». BandSports. Consultado em 3 de dezembro de 2013. Naquele ano (1977), por sinal, Rocha se naturalizou brasileiro. 
  3. a b c d e «Pedro Rocha foi um espelho para os jogadores uruguaios, diz Dario Pereyra». Consultado em 5 de dezembro de 2013 
  4. «Morre Pedro Rocha, ídolo do São Paulo e do futebol uruguaio». Consultado em 5 de dezembro de 2013 
  5. «Título ainda não informado (favor adicionar)». placar.abril.com.br 
  6. «Ex-jogador e ídolo do São Paulo, Pedro Rocha morre aos 70 anos». Consultado em 5 de dezembro de 2013 
  7. «Murió Pedro Virgilio Rocha». El Pais - Uruguay (em espanhol). 3 de dezembro de 2013. Consultado em 3 de dezembro de 2013. Desde hace años Rocha vivía en Brasil, pero su salud era delicada ya que padecía atrofia de mesencéfalo. 
  8. Teixeira, Marcelo Baseggio Moschini (27 de junho de 2020). «Há 49 anos São Paulo conquistava, contra o Palmeiras seu primeiro título no Morumbi». Gazeta Esportiva. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]