Pirenéus

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Pirenéus
—  acidente geográfico  —
Pirenéus
Os Pirenéus vistos do espaço (imagem da NASA)
Localização
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Coordenadas 42° 40' N 1° E
Países  Andorra
Espanha
 França
Localização
  • South-West Europe
,
Características gerais
Tipo
Sopé 600-1500 m
Cume(s) mais alto(s) Monte Aneto
Dimensões
Altitude máxima 3404 m m
Área
  • 19 000 quilómetro quadrado
Comprimento 430 km

Os Pirenéus (português europeu) ou Pireneus (português brasileiro) são uma cordilheira no sudoeste da Europa cujas montanhas formam uma fronteira natural entre a França e a Espanha. Separam a Península Ibérica da França, e estendem-se por aproximadamente 430 km, desde o golfo da Biscaia, no oceano Atlântico, até ao cabo de Creus (extremo oriental da Espanha continental), no mar Mediterrâneo.

Na sua maior parte, a crista principal dos Pirenéus forma a fronteira franco-espanhola, com o principado de Andorra incrustado entre seus dois grandes vizinhos. A principal exceção a esta regra é o vale de Aran, que pertence à Espanha mas se situa na face norte da cordilheira. Outras anomalias orográficas incluem a Cerdanha (único vale dos Pirenéus no sentido leste-oeste) e o enclave espanhol de Llívia (completamente cercado por território francês).

O gentílico de Pirenéus é "pireneu"; há, ainda, o adjetivo "pirenaico".[1]

Etimologia e grafia[editar | editar código-fonte]

Segundo o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, o topônimo português "Pirenéus" advém do grego antigo Pyrenaia (Πυρηναῖα), recebido através do latim Pyrenaeos. Embora haja outras etimologias propostas, o termo grego parece ter como origem o nome de uma personagem da mitologia grega, Pirene (Πυρήνη), amante de Hércules, filha de Bébrix: Hércules, após a morte de Pirene, teria erguido uma tumba à altura de seu amor, isto é, a cordilheira, onde repousa sua amada. O termo grego já aparece em Plutarco.

Em português, embora a etimologia tenha consagrado as grafias "Pireneus" (no Brasil[2]) e "Pirenéus" (em Portugal e demais países lusófonos[3]), também são correntes as formas incorretas "Pirineus", no Brasil, e "Pirinéus", em Portugal. Alguns entendem que essas formas seriam erradas; outros apontam para a sua coexistência com a forma "Pireneus", registrada nos principais dicionários da língua.[4] A Academia Brasileira das Letras não regista o topónimo com dois "ii", mas consagra o adjetivo "pirenaico" e não "pirinaico".

Geografia[editar | editar código-fonte]

Ponte românica nos Pirenéus (vale de Bujaruelo), século IX

Os Pirenéus são subdivididos em: Pirenéus Ocidentais ou Atlânticos, Pirenéus Altos ou Centrais e Pirenéus Orientais. O alcance dos Pirenéus Centrais estende-se a oeste de Port de Canfranc até ao vale de Aran a leste. O ponto culminante da cordilheira é o monte Aneto, no maciço da Maladeta, com 3404 m de altitude. Há por volta de duzentos picos acima de 3000 m na cordilheira. As montanhas mais altas estão constantemente cobertas de neve, apesar de ter sido observado, a partir da metade do século XIX, um acentuado degelo. A outrora impressionante geleira Ossoue, em Vignemale, perdeu muito de sua antiga espessura.

Geologia[editar | editar código-fonte]

Mapa topográfico dos Pirenéus

Os Pirenéus constituem uma formação mais antiga do que os Alpes: seus sedimentos começaram a ser depositados em bacias costeiras durante as eras Paleozoica e Mesozoica. Entre 100 e 150 milhões de anos atrás, durante o Cretáceo Inferior, o golfo da Biscaia dilatou-se, de modo a empurrar o que é hoje a Espanha de encontro à França e a pressionar grandes camadas de sedimentos. A pressão intensa e o soerguimento da crosta terrestre afetaram de início a porção oriental e, posteriormente, toda a cordilheira, processo que atingiu o ápice no Eoceno.

A porção oriental desta cordilheira compõe-se principalmente de granito e gneisse, enquanto que na parte ocidental os picos de granito são acompanhados por camadas de calcário. A aparência maciça e conservada da cordilheira é devida à abundância de granito — que é particularmente resistente à erosão — e ao fraco desenvolvimento glacial.

Vale d'Ossau nos Pirenéus franceses

Picos[editar | editar código-fonte]

São os seguintes os picos acima dos 3200 metros de altitude (ordenados por cotas):

O pico mais alto da Península Ibérica não fica nos Pirenéus: é o pico Mulhacén com 3480 m, situado na Serra Nevada (Espanha).

Fauna[editar | editar código-fonte]

Os animais que vivem na cordilheira são na sua maioria alpinos, porém, nas partes mais baixas, existem animais comuns das florestas temperadas.

São encontrados animais como o urso-europeu, a marmota, a raposa-vermelha, a camurça, o cervo, o ibex-dos-pirenéus ou o esquilo.

Estâncias de esqui[editar | editar código-fonte]

Os Pirenéus são famosos pela variedade e qualidade das estâncias de esqui e outros desportos de inverno:

Referências

  1. Dicionários Houaiss e Aurélio.
  2. Dicionário Houaiss, verbetes "pirenaico", "pireneu" e outros; dicionário Aurélio, mesmos verbetes, entre outros.
  3. DOELP, de J. P. Machado.
  4. Ver Dicionário Houaiss, nos verbetes "cempso" e "sempervivo" e o Dicionário Aurélio, verbetes "andorrano", "basco" e "miquelete".
  5. «Pays Toy Ski Resort». Consultado em 1 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 31 de julho de 2013 
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