Plano Morgenthau

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O Plano Morgenthau: A partição proposta da Alemanha em um estado do Norte, um do Sul, e uma zona internacional. As áreas cinza seriam anexados pela França, Polónia e URSS.

O Plano Morgenthau era um programa para a ocupação da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial,que defendia medidas restritas para evitar a possibilidade da Alemanha novamente entrar em guerra. Em 2 de setembro de 1944, o Secretário do Tesouro dos EUA apresentou um plano de 14 itens para a Alemanha pós-guerra.
Entre eles, estava a completa desmilitarização do país e o desmonte de seu parque industrial.

Proposta[editar | editar código-fonte]

Na proposta inicial, o programa deveria ser implementado, tendo três aspectos principais:

  • Alemanha deveria ser dividida em dois estados independentes(Alemanha do Norte e do Sul)[1],
  • As grandes regiões industriais e de mineração, incluindo as áreas do Saar, o Ruhr e Alta Silésia deviam ser internacionalizadas ou anexadas por nações vizinhas;
  • Toda indústria pesada seria desmontada ou destruída.

O programa foi proposto por Henry Morgenthau Jr. (daí o nome do próprio programa), na época Secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

Na 2ª Conferência de Quebec(12 de setembro de 1944 - 16 de setembro de 1944), o Presidente Roosevelt e Morgenthau, tentaram convencer o Primeiro Ministro Britânico a aceitar a proposta na íntegra. No entanto Winston Churchill optou, a limitar o âmbito da proposta de Morgenthau, escrevendo um novo rascunho do memorando, que foi, então, a versão assinada pelos dois estadistas. O plano acabou caindo na mídia, a reação pública negativa à publicação do plano de Morgenthau forçou o presidente Roosevelt negá-lo publicamente, desta forma não se emitiu mais planejamentos para ocupação da Alemanha.

Os alemães seriam submetidos a trabalhos forçados para reparar danos de guerra no exterior. Morgenthau também exigia uma reforma agrária a favor da pequena e média propriedade. O ponto central, no entanto, era o desarmamento completo das Forças Armadas para desmantelar o potencial agressor da Alemanha.

Além do aspecto econômico, ele exigia um desarmamento industrial. Não só pretendia proibir como também desmontar imediatamente indústrias puramente bélicas. Um outro capítulo descrevia detalhadamente o desmantelamento dos cartéis e a punição dos criminosos nazistas. Mas não mencionou em nenhum momento a destruição do parque industrial, a criação de um celeiro ou uma área agrícola na região do Ruhr.

Na questão da "desnazificação", Morgenthau opôs-se à teoria outlaw, segundo a qual somente a elite criminosa, isto é, os líderes e autoridades do regime e do partido nazista seriam responsáveis pelas mortes. Para ele, os culpados encontravam-se não só nas fileiras do exército, na burocracia estatal e na indústria, mas também entre os oportunistas e conformados da sociedade alemã. Suas propostas objetivavam uma política dos quatro "d": desmilitarização, desnazificação, descartelização e democratização.

O fim[editar | editar código-fonte]

Henry Morgenthau Jr

Com a morte do presidente o plano em si nunca entrou em vigor, mas suas idéias permearam os acordos do governo norte-americano para as políticas externas, vigentes na época.

Como era de se esperar, o governo do Estados Unidos formalmente abandou o Plano Morgenthau como política de ocupação promovida na Alemanha, em setembro de 1946. Alguns historiadores argumentam que foi as declarações do ex-presidente Hover referente ao relatório (Março de 1947) produzido pelo mesmo que levou o fim da política Morgenthau e a consequente mudança da política externa dos Estados Unidos.

No início de 1947, quatro milhões de soldados alemães ainda estavam sendo utilizados como trabalho forçado, no Reino Unido, França e União Soviética, para reparar os danos feitos pela Alemanha nazista nestes países.

Em julho de 1947 com o advento do planejamento inicial para o Plano Marshall, projetado para ajudar a economia europeia que estava em crise, também acabou contemplando a Alemanha que foi economicamente reabilitada.[2][3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ambas autônomas e com base federativa, e consideráveis renúncias territoriais – no oeste, à França; e, no leste, à Polônia e à União Soviética - Michael R. Beschloss, The Conquerors: Roosevelt, Truman and the Destruction of Hitler's Germany, 1941–1945
  2. «The Dulles Brothers, Harry Dexter White, Alger Hiss, and the Fate of the Private Pre-War International Banking System». The Asia-Pacific Journal: Japan Focus. Consultado em 17 de maio de 2021 
  3. Frank W. Thackeray, ed., Events that Changed Germany (Westport, CT: Greenwood Press, 2004), 170. For text of JCS 1067

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • John L. Chase "The Development of the Morgenthau Plan Through the Quebec Conference" The Journal of Politics, Vol. 16, No. 2 (May, 1954), pp. 324–359
  • Henry Morgenthau, "Germany is our Problem". New York 1945 (Morgenthau details his plan to the U.S. public)
  • Steven Casey ,"The campaign to sell a harsh peace for Germany to the American public, 1944–1948". History, 90 (297). pp. 62–92. (2005)
  • Heydecker, Joe J. "O Julgamento de Nuremberga, Editora Ibis Ltda, 1966

Ligações externas[editar | editar código-fonte]