Públio Calvísio Sabino Pompônio Segundo

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Públio Pompônio Segundo
Cônsul do Império Romano
Consulado 44 d.C.

Públio Pompônio Segundo (em latim: Publius Pomponius Secundus) foi um proeminente senador e poeta romano nomeado cônsul sufecto logo no início de 44 no lugar de Caio Salústio Crispo Passieno.[1] Era amigo pessoal de Plínio, que escreveu uma biografia dele, hoje perdida. Seu nome completo era Públio Calvísio Sabino Pompônio Segundo (em latim: Publius Calvisius Sabinus Pomponius Secundus) de acordo com duas inscrições fragmentárias da Germânia Superior, apesar de seu prenome ainda ser incerto.[2] O historiador Olli Salomies discute a possibilidade de que tenha sido "Caio" (Gaius), mas lembra que "Públio" é atestado na cidade de Espolécio e conclui que "é possível assumir com alguma confiança" que ele tenha sido adotado por um Públio Calvísio Sabino.[3]

Família[editar | editar código-fonte]

A mãe de Pompônio foi a famosa Vistília, que teve sete filhos de seis casamentos diferentes, entre eles o famoso delator Públio Suílio Rufo e o general Cneu Domício Córbulo. O nome de seu pai é desconhecido, mas Ronald Syme sugeriu que ele pode ter sido Caio Pompônio Grecino, cônsul sufecto em 16, ou seu irmão, Lúcio Pompônio Flaco, cônsul em 17.[4] Seu irmão, Quinto Pompônio Segundo, esteve envolvido em várias intrigas durante os reinados de Tibério e Cláudio.[5]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Os irmãos Pompônio eram aliados do prefeito pretoriano Lúcio Élio Sejano, cônsul em 31, e, quando ele caiu, em outubro daquele mesmo ano, Quinto Pompônio foi colocado em prisão domiciliar e Públio passou a ser o garantidor de seu comportamento.[5] Ele só foi liberado quando Calígula subiu ao trono.[6][7] Durante o reinado de Calígula ou de Cláudio, Públio foi governador de Creta e Cirenaica.[8] Depois de seu consulado, foi governador da Germânia Superior entre 50 e 54 e, durante seu mandato, conduziu uma campanha vitoriosa contra os catos. Depois de mais de quarenta anos, ele encontrou sobreviventes da Batalha da Floresta de Teutoburgo ainda trabalhando como escravos na região. Por isto, ele recebeu a ornamenta triumphalia.[9]

Obras[editar | editar código-fonte]

Foi por suas tragédia que Públio Segundo ficou mais famoso. Elas foram citadas de forma muito elogiosa por Tácito, Quintiliano e pelo jovem Plínio e foram lidas por muito tempo. Uma delas foi citada pelo gramático Carísio. Estas tragédias foram encenadas ainda na época de Cláudio.[10][11][12][13]

Segundo se interessava particularmente pela beleza da gramática e do estilo, duas disciplinas nas quais ele era reconhecido como autoridade. O tema de suas peças era a Grécia, com uma única exceção conhecida, uma praetexta chamada "Aeneas". Os autores de tragédias durante os períodos júlio-claudiano e flaviano eram tipicamente homens de status social relativamente alto e suas obras geralmente expressavam suas visões políticas mascaradas de forma insuficiente por um véu de ficção. Apenas umas poucas linhas de suas obras sobreviveram, incluindo algumas de "Aeneas".[14][15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Cláudio III

com Lúcio Vitélio II
com Sexto Palpélio Histro (suf.)
com Lúcio Pedânio Segundo (suf.)
com Aulo Gabínio Segundo (suf.)
com Quinto Cúrcio Rufo (suf.)
com Lúcio Ópio (suf.)

Caio Salústio Crispo Passieno II
44

com Tito Estacílio Tauro
com Públio Calvísio Sabino Pompônio Segundo (suf.)

Sucedido por:
Marco Vinício II

com Tito Estacílio Tauro Corvino
com Tibério Pláucio Silvano Eliano (suf.)
com Aulo Antônio Rufo (suf.)
com Marco Pompeu Silvano Estabério Flaviano (suf.)


Referências

  1. Gallivan, "The Fasti for the Reign of Claudius", Classical Quarterly, 28 (1978), pp. 408, 424
  2. CIL XIII, 5201, CIL XIII, 11515
  3. Salomies, Adoptive and polyonymous nomenclature in the Roman Empire, (Helsinski: Societas Scientiarum Fenica, 1992), p. 114
  4. Syme, "Domitius Corbulo", Journal of Roman Studies, 60 (1970), p. 31
  5. a b Tácito, Anais vi. 18, xiii. 43; translated by A.J. Woodman, Tacitus: The Annals (Hackett, 2004), p. 164
  6. Dião Cássio, História Romana lix. 6, 29.
  7. Tácito, Anais v.8, vi.18.
  8. Werner Eck, "Über die prätorischen Prokonsulate in der Kaiserzeit. Eine quellenkritische Überlegung", Zephyr 23/24 (1972/73), pp. 246f
  9. Tácito, Anais xii.27, 28
  10. Tácito, Anais xi. 13; Dialogus de Oratoribus, 13.
  11. Quintiliano, Institutio Oratoria, x. 1. § 98.
  12. Plínio, o Jovem, Epistulae iii. 5, vii. 17.
  13. Carísio, ap. Bothe, Poet. Scen. Lat. Fragm. vol. ii. p. 279.
  14. Conte, Gian Biagio. Latin Literature: A History (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 417–418 
  15. Vasily Rudich, Political Dissidence under Nero (Routledge, 1993), p. 304.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ribbeck, Johann Carl Otto (1892). Geschichte der römischen Dichtung (em alemão). iii. [S.l.: s.n.] 
  • Ribbeck, Johann Carl Otto (1897). Tragicorum Romanorum fragmenta (em alemão). [S.l.: s.n.] 
  • Schanz, Martin (1900). Geschichte der römischen Literatur (em alemão). ii. [S.l.: s.n.] 
  • Teuffel, Wilhelm Siegmund (1900). History of Roman Literature (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 284, 7 
  • Arnao Metello, Manuel Dejante Pinto de Magalhães; Metello de Nápoles, João Carlos (1998). Metellos de Portugal, Brasil e Roma. [S.l.]: Torres Novas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]